Military Review

 

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Vantagem informacional

Uma abordagem de armas combinadas

 

Cel (Res) Richard Creed, Exército dos EUA
Ten Cel (Res) Michael Flynn, Exército dos EUA

 

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Integrantes do 1 Batalhão de Efeitos em Múltiplos Domínios treinam em 13 de fevereiro de 2023, em Fort Huachuca, no estado do Arizona

A informação é essencial para tudo o que fazemos — é a base da inteligência, um elemento fundamental do comando e controle, bem como a base para a comunicação de pensamentos, opiniões e ideias.

—Gen Div Milford H. Beagle Jr., ADP 3-13, Information, Foreword

 

Em novembro de 2023, a Army Doctrine Publication (ADP) 3-13, Information (Publicação Doutrinária do Exército 3-13, Informação), trouxe mudanças à doutrina do Exército referente à informação. Essa nova doutrina reflete um consenso fundamentado do papel da informação em uma gama de operações conduzidas pelas forças do Exército em todo o espectro da competição. Aborda os aspectos informacionais das operações em múltiplos domínios, conforme constam do Field Manual (FM) 3-0, Operations (Manual de Campanha 3-0, Operações), ao descrever uma estrutura para desenvolver e explorar vantagens informacionais para alcançar objetivos. Oferece considerações fundamentais sobre como as forças do Exército utilizam, protegem e atacam dados e informações, ao mesmo tempo que afetam a capacidade da ameaça (adversário ou inimigo) de fazer o mesmo.1 Mais importante ainda, deixa claro que todos no Exército têm seu papel na obtenção de vantagens informacionais sobre nossos adversários ao redor do mundo.

A ADP 3-13 é uma publicação fundamental que vincula a aplicação da informação do Exército a todas as funções de combate e métodos de guerra de maneiras que a doutrina anterior não fazia. Representa uma evolução de como as forças do Exército pensam sobre o uso militar de dados e informações, destacando que tudo o que as forças do Exército fazem, incluindo a informação e as imagens criadas, gera efeitos que contribuem ou impedem a consecução dos objetivos. A ADP 3-13 reconhece a informação como uma dinâmica de poder de combate e enfatiza uma abordagem de armas combinadas para criar e explorar vantagens informacionais.

Antecedentes

Quanto mais empregar estratagemas e artifícios, mais vantagens terá sobre o inimigo. Deve enganá-lo e induzi-lo a erros para tirar proveito de suas falhas.

—Frederico, o Grande2

 

Historicamente, os comandantes militares bem-sucedidos compreenderam a importância de fazer uso da informação para criar e explorar uma vantagem — uma condição que coloca uma força em uma posição favorável geográfica, psicológica ou moral. Entenderam que saber mais do que o inimigo e agir de forma eficaz e mais rápida do que seu oponente com base nesse conhecimento gera uma vantagem. Entenderam que negar informação ao inimigo ou afetar a sua capacidade de comunicação aumenta as chances de sucesso de forças amigas. Os comandantes bem-sucedidos também entenderam que o uso da informação combinada com ação ou inação para ludibriar o inimigo cria condições favoráveis para a força amiga.

Book Cover

Algumas das primeiras doutrinas do Exército fazem referência à importância da informação para alcançar objetivos. A primeira doutrina de armas combinadas do Exército, o Regulamento de Armas em Campanha (Field Service Regulations) de 1905, dedicou um capítulo a “Serviço da Informação”, que focava em reconhecimento e comunicações.3 A doutrina do Exército durante a Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã enfatizava a segurança, a dissimulação, as operações psicológicas e a guerra eletromagnética para proteger as intenções de forças amigas, enganar as forças inimigas e desestabilizar o comando e controle do inimigo. A Guerra do Golfo de 1991 demonstrou o benefício de empregar esses elementos de forma sincronizada para desestabilizar o comando e controle do inimigo e enganar os líderes iraquianos sobre o plano de ataque da coalizão. Os êxitos na Guerra do Golfo e o crescimento acelerado das tecnologias da informação (militares e civis) resultaram no primeiro manual de campanha abrangente do Exército dos EUA sobre operações de informação, o FM 100-6, em 1996.4

Muita coisa mudou desde a publicação do primeiro manual de operações de informação do Exército. Hoje em dia, as operações militares são influenciadas pelo crescimento exponencial das tecnologias da informação, as quais aceleram e ampliam a capacidade da força conjunta de coletar, processar, analisar, armazenar e comunicar dados e informações em uma escala antes inimaginável. Uma proliferação de satélites, a computação avançada e os sistemas automatizados, as redes móveis e as mídias sociais são algumas das tecnologias que afetam a forma como as forças usam e empregam dados e informações para atingir objetivos. Nossos principais adversários agora têm as mesmas capacidades que os Estados Unidos da América (EUA). Esses adversários podem minar as vantagens informacionais da força conjunta que talvez tivéssemos no passado, e, portanto, é hora de começar a pensar de forma diferente.

Operações em múltiplos domínios e vantagem informacional

A revisão de 2022 do FM 3-0 está acarretando mudanças no modo como as forças do Exército treinam e combatem. A atualização mais significativa é a introdução de operações em múltiplos domínios como conceito operacional do Exército. As operações em múltiplos domínios, conforme definidas no FM 3-0, representam “o emprego pelas armas combinadas de capacidades conjuntas e do Exército para criar e explorar vantagens relativas, a fim de alcançar objetivos, derrotar as forças inimigas e consolidar ganhos em nome dos comandantes de forças conjuntas”.5 Elas representam a forma como as forças do Exército empregam suas capacidades terrestres com capacidades aéreas, marítimas, espaciais e cibernéticas em apoio mútuo para criar e explorar vantagens relativas. A informação é central à ideia de vantagem relativa.

Segundo a definição do FM 3-0, vantagem relativa é “uma localização ou condição, em qualquer domínio, relativa a um adversário ou inimigo, que oferece uma oportunidade de avançar em direção a um objetivo ou alcançá-lo”.6 As vantagens relativas podem ser caracterizadas como humanas, informacionais ou físicas. Elas se complementam. As ações físicas, principalmente as que envolvem o uso da força, criam informação e geram efeitos psicológicos. Quando explorados, esses efeitos podem resultar em vantagens informacionais à medida que as forças amigas usam a informação para influenciar o comportamento do inimigo. Ao longo do tempo, quando combinadas, essas vantagens físicas e informacionais podem levar ao colapso do moral e da vontade do inimigo — uma vantagem humana.

No passado, esse fenômeno era bem compreendido pelos profissionais militares em todo o Exército, porém, com o tempo, as considerações sobre a informação foram gradualmente centralizadas em especialistas e seções específicas do estado-maior. Uma consequência involuntária foi a atrofia intelectual de muitos especialistas em áreas não relacionadas à informação que planejavam e lideravam as operações conduzidas pelas forças do Exército. A ADP 3-13 apoia o FM 3-0, assegurando que todos nós consideremos devidamente os efeitos cognitivos desejáveis que pretendemos que sejam alcançados pelas nossas operações. Ao vincular as vantagens inter-relacionadas nas dimensões física, informacional e humana, essa deficiência se resolve, já que se aplicam a todos os escalões, funções de combate, armas e qualificações militares.

Ampliando a discussão sobre vantagens relativas, a ADP 3-13 define a vantagem informacional e descreve como a criação e a exploração dessas vantagens contribuem para que os objetivos sejam alcançados.7 Ao descrever a vantagem informacional, a ADP 3-13 enfatiza três pontos. Um primeiro consiste na importância de compreender as considerações informacionais de um ambiente operacional, como precursor do desenvolvimento de modos eficazes de criar e explorar vantagens. As considerações informacionais abrangem os aspectos das dimensões humana, informacional e física que afetam a forma como os seres humanos e os sistemas automatizados interpretam, utilizam, agem e são afetados pela informação.8 A ADP 3-13 detalha como os comandantes analisam as considerações informacionais a partir das perspectivas amigas, de ameaças e neutras, visando a ajudá-los a desenvolver formas de utilizar, proteger e atacar dados, informação e capacidades. Essa análise aprimora vários aspectos do planejamento, incluindo a seleção de alvos e objetivos, abordagens para influenciar as ameaças e outros atores estrangeiros relevantes e identificação de medidas de proteção da força.

O segundo ponto é o reconhecimento de que existem diversas formas de vantagem informacional, não somente uma única condição geral relacionada a tudo o que se refere à informação.9 Por exemplo, uma força que coleta, processa, analisa e usa a informação para entender, decidir e agir de maneira mais eficaz que um oponente possui uma vantagem. No entanto, essa mesma força pode estar em desvantagem informacional, porque a força oponente utiliza eficazmente a informação para influenciar o comportamento de atores relevantes de maneira contrária aos objetivos da força amiga.

Um terceiro ponto de destaque é a natureza temporária e relativa de uma vantagem informacional.10 Assim como as vantagens físicas e humanas, as vantagens informacionais geralmente são temporárias e variam com o tempo, relativamente a um oponente adaptável e às mudanças em um ambiente operacional. Enquanto forças amigas buscam vantagens informacionais, as forças da ameaça buscam o mesmo. Uma vantagem informacional é algo que deve ser adquirido, protegido e explorado, abaixo ou acima do limiar do conflito armado.

Estrutura da vantagem informacional

A ADP 3-13 provê uma estrutura organizacional para auxiliar os comandantes e seus estados-maiores na integração de capacidades e sincronização de ações para criar e explorar vantagens informacionais. Conforme indicado na Figura 1, a estrutura descreve como as forças do Exército integram todas as capacidades militares relevantes ao executar cinco atividades informacionais (capacitar, proteger, informar, influenciar, atacar).11 Cada atividade informacional incorpora várias tarefas e subtarefas das funções de combate para atingir diversos objetivos de forças amigas e de ameaças. Orientados pelos princípios da vantagem informacional, os comandantes do Exército planejam, preparam, executam e avaliam as atividades informacionais como parte do processo operacional.

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A atividade informacional de capacitar inclui tarefas para melhorar a compreensão situacional, a tomada de decisão e a comunicação. A atividade informacional de proteger inclui tarefas de negação de acesso da ameaça a dados e informação de forças amigas, preservando, ao mesmo tempo, as capacidades amigas de comunicação. A atividade informacional de informar engloba tarefas que promovem percepções informadas sobre operações e atividades militares entre vários públicos. Essa atividade se concentra em manter a confiança dos públicos interno (membros do Exército dos EUA, funcionários civis do Departamento do Exército, prestadores de serviços e familiares) e externo (públicos nacionais e internacionais dos EUA). A atividade informacional de influenciar inclui tarefas que afetam o pensamento e, por fim, o comportamento de ameaças e outros públicos estrangeiros. Essa atividade se concentra em reforçar ou mudar a forma como os indivíduos e os grupos pensam, sentem e agem em apoio aos objetivos. A atividade informacional de atacar inclui tarefas que afetam a capacidade de a ameaça exercer o comando e controle. Essa atividade concentra-se em influenciar os dados de ameaças e os recursos físicos que elas utilizam para se comunicar e conduzir a guerra da informação. Isso inclui dados e comunicações entre sistemas automatizados, como comunicações entre radares, sistemas de controle de fogo e sistemas de disparo.

As atividades informacionais são interdependentes. Por exemplo, as atividades de proteger e informar ajudam a defender a força contra influências malignas. As atividades informacionais de influenciar e atacar afetam a capacidade de comando e controle da ameaça, porém empregando meios diferentes. A sincronização de operações militares de apoio à informação (um meio de influenciar) para aumentar os efeitos de um ataque cibernético (um meio de atacar) representa uma abordagem de armas combinadas para minar o comando e controle das ameaças.

A ADP 3-13 ilustra como a integração e a execução de todas as atividades informacionais, para alcançar os objetivos, tanto de forças amigas quanto de ameaças, contribuem para a agilidade e a capacidade de compreender, decidir e agir de forma mais eficaz do que o adversário. Conforme mostrado na Figura 2, as atividades informacionais de capacitar e proteger aumentam a eficácia do ciclo de decisão de forças amigas.12 As atividades informacionais de influenciar e atacar diminuem a eficácia do ciclo de decisão das ameaças. A atividade informacional é usada tanto para aprimorar o comando e controle de forças amigas quanto para minar o ciclo de decisão das ameaças. Uma vantagem informacional significativa para as forças do Exército vem da combinação dos efeitos de aprimorar o ciclo de decisão de forças amigas enquanto mina as ameaças.

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Princípios da vantagem informacional

Para ajudar a orientar o pensamento sobre o uso da informação e o emprego de capacidades para criar vantagens informacionais, a ADP 3-13 apresenta quatro princípios (veja a Figura 3).13 O primeiro princípio, orientado para a ofensiva, concentra-se na iniciativa. Qualquer vantagem informacional que não seja procurada ou ativamente defendida corre o risco de ser cedida à ameaça. Os comandantes do Exército mantêm uma mentalidade ofensiva e preveem acontecimentos buscando várias vantagens informacionais. O princípio de armas combinadas está associado à ideia de que todas as atividades militares têm efeitos informacionais intrínsecos e todas as capacidades militares podem ser empregadas para fins de vantagens informacionais. Os comandantes do Exército integram, de forma complementar e de reforço, as capacidades orgânicas, conjuntas, interagências e multinacionais para habilitar o comando e controle, proteger informação e redes, informar o público, influenciar ameaças e outros atores relevantes, além de atacar o comando e controle das ameaças.

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O terceiro princípio, impulsionado pelo comandante, está relacionado à ideia de que a informação é fundamental para todas as atividades conduzidas pelas forças do Exército. Portanto, os comandantes devem compreender a informação e integrá-la criteriosamente às operações por meio das funções de combate de comando e controle, fogos, manobra, proteção e sustentação durante o planejamento. Para os comandantes, a informação é um recurso para alcançar o entendimento situacional, uma ferramenta para incutir a ambiguidade e a incerteza na ameaça, e é o principal meio para direcionar as forças do Exército. Os comandantes direcionam o uso da informação e das capacidades para penetrar nos processos de tomada de decisão da ameaça, explorar suas dependências informacionais, surpreendê-la e desestabilizá-la internamente.

Por último, todos os militares do Exército desempenham um papel na obtenção e exploração de vantagens informacionais, o que representa o foco do quarto princípio. Todos eles devem proteger a informação. Considerações sobre a segurança das operações, a segurança física, a disciplina de luzes e ruídos e o controle de emissões eletromagnéticas é dever de todos em uma formação. Todo militar do Exército consome, se comunica e depende da informação para cumprir a missão. Os militares do Exército devem manter sua competência digital e prontidão enquanto operam variados sistemas de informação essenciais às comunicações. Como representantes do Exército dos EUA e da nação, eles entendem que sua presença, postura e ações sempre transmitem uma mensagem sujeita a interpretações. A alta visibilidade oferece grandes oportunidades, bem como possíveis riscos. Militares eficazes, em todos os escalões do Exército, compreendem o impacto de suas ações e mensagens, e que todas as suas atividades transmitem uma mensagem a algum público. Isso exige que todos os militares do Exército compreendam o propósito mais amplo das operações. Também requer a prática da segurança das operações e a comunicação disciplinada usando todas as formas de mídia, mesmo contas de mídia pessoais, tanto em operações quanto na sede.

Contribuições para as funções de combate

Uma diferença significativa em relação à doutrina anterior reside na concepção de que todas as capacidades militares podem ser empregadas para fins de vantagem informacional, em vez de apenas uma lista específica de capacidades relacionadas à informação, sincronizadas entre si como parte das operações de informação.14 A estrutura da vantagem informacional baseia-se na ideia de que a informação é essencial para todas as funções de combate e que todas as funções de combate podem contribuir para vantagens informacionais focadas em forças amigas ou ameaças. Com base nesse entendimento, o Exército dos EUA não estabeleceu uma função de combate de informação.15 Além disso, devido às naturezas díspares das capacidades e das múltiplas tarefas necessárias para criar vantagens informacionais, a ADP 3-13 não atribui a responsabilidade por essas vantagens a uma única seção do estado-maior. Em vez disso, nomeia um líder do estado-maior para cada atividade e identifica líderes do estado-maior para cada tarefa de cada atividade informacional.16

As atividades informacionais organizam várias tarefas e capacidades das seis funções de combate (comando e controle, inteligência, movimento e manobra, fogos, proteção e sustentação). A função de combate de comando e controle contribui diretamente para a atividade informacional de capacitar. Todo o sistema de comando e controle (pessoas, processos, redes e postos de comando) foi projetado para apoiar os comandantes em suas habilidades para entender, visualizar, descrever, dirigir, liderar e avaliar com mais rapidez e eficácia do que seus oponentes.

A função de combate de inteligência ajuda a integrar todas as atividades informacionais, provendo informação e inteligência relevantes. Contribui diretamente para a atividade informacional de capacitar, fornecendo informação e inteligência para o entendimento situacional que fundamenta a tomada de decisão relativa a todos os aspectos das operações. A função de combate de movimento e manobra contribui para as atividades informacionais de capacitar, proteger, influenciar e atacar. Por meio do reconhecimento, as forças obtêm informações sobre o inimigo e o terreno, viabilizando a tomada de decisão por parte das forças amigas. As operações de segurança protegem a informação e núcleos de comando e controle de forças amigas. O posicionamento e a manobra de forças comunicam a intenção, demonstram a capacidade e estabelecem o ritmo que influencia as ameaças e tranquiliza os parceiros. Incursões e outros ataques contribuem para a captura ou destruição dos sistemas de comando e controle e da infraestrutura do inimigo. A função de combate de fogos contribui para as atividades informacionais de proteger, influenciar e atacar. O lançamento de fogos, que varia de superfície-superfície a ataques cibernéticos e eletromagnéticos, pode proteger dados e informação de forças amigas, influenciar ameaças e afetar o comando e controle da ameaça. Várias tarefas da função de combate de proteção contribuem diretamente para a atividade informacional de proteger, incluindo capacidade de sobrevivência, apoio à defesa antiaérea, proteção eletromagnética, segurança das operações e segurança e defesa cibernéticas. A função de combate de sustentação contribui para todas as atividades informacionais, garantindo que a força amiga esteja saudável, guarnecida, equipada, manutenida e abastecida. As atividades de sustentação também contribuem para a atividade informacional de influenciar. Oferecer sustentação aos atores relevantes pode tanto reforçar quanto mudar o comportamento deles. A posição e as atividades das forças de sustentação podem contribuir tanto para a dissimulação quanto para a comunicação da vontade de combater.

O caminho à frente

Em seu prefácio, o Gen Div Milford H. Beagle Jr. escreve: “A ADP 3-13 provê os fundamentos intelectuais que descrevem como as forças do Exército irão obter, proteger e explorar as vantagens informacionais. Mas a doutrina é apenas o começo. O trabalho árduo começa quando incorporamos essas ideias ao desenvolvimento, à educação e ao treinamento de comandantes. Como líderes, é nossa obrigação estudar, compreender e implementar a doutrina da ADP 3-13.”17 A publicação da ADP 3-13 é apenas o início de uma campanha de educação contínua do Centro de Armas Combinadas.

Assim como no FM 3-0, a Divisão de Doutrina de Armas Combinadas está desenvolvendo uma série de produtos para ajudar os militares a entender a nova doutrina. Artigos, vídeos e podcasts dedicados à ADP 3-13 estão sendo produzidos e serão anunciados por canais de mídia social da Divisão de Doutrina de Armas Combinadas. A equipe também trabalhará em estreita colaboração com os centros de excelência, a Army University e os centros de treinamento de combate para que essas informações sejam incorporadas à educação profissional militar e treinamento. Equipes móveis de treinamento também visitarão instalações e organizações selecionadas para integrar ainda mais as ideias descritas no manual.


Referências

  • Epígrafe. Army Doctrine Publication (ADP) p. 3-13, Foreword to Information (Washington, DC: U.S. Government Publishing Office [GPO], 2023).

 

  1. Ibid., p. 1-1. Dados e informação estão relacionados, mas não são iguais. A ADP 3-13 define dados como “qualquer sinal ou observação do ambiente”. Informação é definida como “dados contextualizados aos quais um receptor (seja humano ou automatizado) atribui significado”.
  2. Jay Luvaas, ed. and trans., Frederick the Great on the Art of War (Boston: Da Capo Press, 1999), p. 334.
  3. General Staff, Chief of Staff of the U.S. Army, Field Service Regulations (Washington, DC: U.S. Government Printing Office, 1905), p. 38-48.
  4. Field Manual (FM) p. 100-6, Information Operations (Washington, DC: U.S. Government Printing Office, 1996), p. iii-vi.
  5. FM 3-0, Operations (Washington, DC: U.S. GPO, 2022), p. 3-1. A edição de 2022 do FM 3-0 estabeleceu formalmente as operações em múltiplos domínios como o conceito operacional do Exército. Descreve os princípios e imperativos que orientam as forças do Exército na competição abaixo do limiar do conflito armado, na crise e no conflito armado.
  6. Ibid., 1-3.
  7. ADP 3-13, Information, p. 2-3.
  8. Ibid., p. 1-8.
  9. Ibid., p. 2-3.
  10. Ibid.
  11. Ibid., viii.
  12. Ibid., p. 2-12.
  13. Ibid., p. 2-14-2-15.
  14. Com base nas mudanças na doutrina conjunta sobre informação, a doutrina do Exército não usa mais os termos operações de informação, capacidades relacionadas à informação ou superioridade informacional.
  15. A alteração 1 da Joint Publication (JP) 1, Doctrine for the Armed Forces of the United States (Washington, DC: U.S. GPO, 2017), acrescentou a informação às funções conjuntas (comando e controle, inteligência, fogos, movimento e manobra, proteção e sustentação) em 2017. A JP 3-04, Information in Joint Operations (Washington, DC: U.S. GPO, 2022), expande a doutrina sobre a função conjunta da informação. A JP 3-04 descreve a função conjunta da informação como a gestão e aplicação da informação para mudar ou manter percepções, atitudes e outros impulsionadores de comportamento, e para apoiar a tomada de decisão humana e automatizada. Combinada com as outras funções conjuntas, a função conjunta da informação ajuda os comandantes e estados-maiores da força conjunta a usar a informação de forma eficaz para criar vantagens informacionais e atingir objetivos.
  16. A ADP 3-13 destaca que tanto o chefe do estado-maior (oficial executivo) quanto o oficial de operações (G-3/S-3) são responsáveis pela integração e sincronização geral das atividades informacionais. O chefe do estado-maior garante a integração do estado-maior, enquanto o G-3, como oficial de operações, garante que as atividades informacionais estejam integradas e sincronizadas no conceito de operações, conforme a intenção e as diretrizes do comandante.
  17. ADP 3-13, Information, Foreword.

 

O Cel Richard Creed, da reserva remunerada do Exército dos EUA, é diretor da Divisão de Doutrina de Armas Combinadas, em Fort Leavenworth, Kansas, e um dos autores e editores da ADP 3-13, Information. É formado pela Academia Militar dos EUA e concluiu mestrados na School of Advanced Military Studies e no Army War College. Serviu, anteriormente, como oficial de operações (G-3) da 2a Divisão de Infantaria e em missões na Alemanha, Coreia, Bósnia, Iraque e Afeganistão. Atuou como comandante nos escalões companhia, batalhão e brigada.

O Ten Cel Michael Flynn, da reserva remunerada do Exército dos EUA, é autor e analista de doutrina na Divisão de Doutrina de Armas Combinadas e um dos autores da ADP 3-13, Information. Como redator de doutrina experiente, ajudou a moldar a doutrina de operações, comando e controle e planejamento do Exército durante mais de 20 anos. Serviu em várias funções de infantaria e estado-maior, incluindo missões na Alemanha, Kuwait e Afeganistão. Tem mestrado da School of Advanced Military Studies.

 

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Quarto Trimestre 2024