Military Review

 

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“Vontade de lutar”

Insights do século XXI sobre a Guerra Russo-Ucraniana

 

Benjamin A. Okonofua, Ph.D.
Nicole Laster-Loucks, Ph.D.
Ten Cel (Res) Andrew Johnson, Exército dos EUA

 

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Integrante de unidade especial da polícia ucraniana cai após disparar um obuseiro

Estamos travando uma guerra contra um país cujo tamanho é 28 vezes maior do que o nosso, cuja população é quatro vezes maior do que a nossa e cujas capacidades militares são muitas vezes maiores do que as nossas. Estamos travando uma guerra terrestre, aérea, marítima e cibernética, entre outras. Estamos em guerra não há oito meses, mas há oito anos e oito meses. Tudo isso confirma a nossa resiliência, a coragem de defender o que é nosso e a vontade de vencer. Será que outros países resistiriam a essa pressão? [...] Quanto aos outros, não posso afirmar, mas nós estamos perseverando, unindo forças, acumulando reservas, fortalecendo a defesa e, passo a passo, libertando a nossa pátria. Conquistamos nossa vitória com muita dificuldade. Mas ela será alcançada com certeza.

—Valerii Zuluzhnyi, ex-Comandante em Chefe das Forças Armadas da Ucrânia, 31 de outubro de 2022

 

A Guerra Russo-Ucraniana de 2022 é um conflito complexo e prolongado que requer uma análise cuidadosa das forças que impulsionam a determinação, a capacidade e a narrativa das partes beligerantes. Unidas, essas forças formam uma “vontade de lutar”, um componente frequentemente subestimado nos anais da guerra e da defesa estratégica. Isso se desenvolve no nível individual, estende-se ao nível nacional e é essencial para alcançar a vitória.1

Basicamente, a vontade de lutar pode ser vista como uma combinação de resiliência psicológica, competência e capacidade física, bem como convicção ideológica (veja a Figura 1). Essas dimensões estão em constante evolução ou mudança devido à interação entre forças oponentes únicas. Cada dimensão desempenha um papel fundamental na configuração da dinâmica do conflito, influenciando tanto as estratégias adotadas quanto a tenacidade das nações envolvidas.

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Uma ilustração vívida da importância histórica de uma vontade implacável de lutar seria a evolução estratégica dos Estados Unidos da América (EUA) durante a Segunda Guerra Mundial. O país não tinha uma visão clara da vitória ao ingressar no conflito. Em 1942, ocorreu uma virada significativa quando a liderança estadunidense se comprometeu com a ambiciosa meta de obter a rendição total e incondicional das potências do Eixo, após avaliar diferenças em poder de combate, o contexto estratégico global e o imperativo moral de derrotar o fascismo. Essa resolução foi oficialmente reafirmada na Conferência de Casablanca em 1943, quando o Presidente Franklin D. Roosevelt e o Primeiro-Ministro Winston Churchill anunciaram que não haveria negociações de paz, apenas a busca pela rendição incondicional. Essa postura, que fortaleceu a vontade nacional de lutar contando com recursos militares superiores, foi fundamental para assegurar a vitória.2 Por outro lado, os conflitos no Vietnã e no Iraque ressaltam a importância de avaliar a vontade de lutar de aliados e adversários. No Vietnã, os EUA se depararam com uma forte resistência dos norte-vietnamitas e dos vietcongues, que estavam firmemente empenhados em defender seu país e resistir às forças externas. Essa determinação contribuiu de forma significativa para o prolongamento do conflito, mesmo diante dos recursos militares superiores dos EUA.3 De forma similar, no Iraque, a resiliência e dedicação dos grupos insurgentes à causa, juntamente com os objetivos estratégicos pouco claros dos EUA e seus aliados, prolongaram os conflitos e causaram resultados mistos.4

Esses exemplos destacam a complexidade dos engajamentos militares, onde os elementos psicológicos e ideológicos da guerra são tão essenciais quanto os aspectos físicos. Ressaltam a importância fundamental da vontade de lutar, juntamente com as capacidades militares, para determinar os resultados dos conflitos. Esse conceito, que incorpora determinação, resiliência e resolução, frequentemente exerce uma influência decisiva nos resultados do engajamento para além do poder de combate apenas.5 Reconhecer a natureza multifacetada da vontade de lutar, que engloba aspectos psicológicos, físicos e ideológicos, é fundamental para comandantes, formuladores de políticas, planejadores e acadêmicos. A análise subsequente dessas dimensões no contexto da guerra russo-ucraniana visa a desvendar a complexa interação de fatores que impulsionam esse conflito prolongado, ilustrando como esses elementos de resolução, que não são estáticos, evoluem ao longo do tempo e interagem de forma dinâmica para influenciar os engajamentos militares em curso. Entender essa dinâmica é essencial para compreender as motivações e ações das partes envolvidas, destacando a importância da vontade de lutar na definição das trajetórias dos conflitos.

Vontade psicológica de lutar

A vontade psicológica de lutar, ou a determinação para persistir no combate, desempenha um papel crucial na manutenção da resolução para além dos limites das divisões territoriais. Abrange uma série de fatores interativos, como moral, liderança, coesão e motivação, que induzem forças armadas e civis a perseverarem em meio à adversidade.

Em qualquer conflito, a força da resolução de uma nação muitas vezes é impulsionada por fatores psicológicos. O moral, o senso de propósito e a determinação individual desempenham papéis essenciais para possibilitar que os combatentes transcendam limitações físicas. Liderança e coesão fortalecem ainda mais a coragem mental e a determinação cognitiva de militares e civis, fomentando a resiliência diante das adversidades do combate. Por exemplo, na Batalha de Stalingrado, os soldados soviéticos enfrentaram duras adversidades, porém, demonstraram uma determinação inabalável, fortalecida por líderes como o Gen Georgy Zhukov, o que aumentou a resiliência e, em última instância, virou o curso do combate a seu favor.6

Diversos fatores internos e externos influenciam continuamente a vontade psicológica de lutar. Compreender essa dimensão é adquirir insights cruciais quanto à dinâmica que determina a resistência e o sucesso dos engajamentos militares, tornando-se um elemento fundamental da resolução e, por vezes, o ponto de inflexão em qualquer conflito.

A vontade psicológica de lutar da Rússia. Para compreender a dinâmica da guerra, é essencial compreender a dimensão psicológica por trás da vontade de lutar da Rússia no conflito atual. No início, Moscou enquadrou a guerra como uma “operação militar especial”, a fim de propagar as narrativas do Kremlin de desnazificação e desmilitarização, minimizar os riscos perante as forças russas e sociedade ucraniana e reforçar a confiança na superioridade militar russa. No entanto, a realidade no campo de batalha desmantelou essas expectativas. As tropas russas sofreram baixas e perdas de equipamento significativas, principalmente entre unidades de elite como as Spetznaz (operações especiais) e tropas aeroterrestres. Alguns soldados foram ludibriados; acreditando que participariam de sessões de treinamento, acabaram envolvidos em combates na Ucrânia. Além disso, os objetivos da operação militar especial, como a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia, eram, na verdade, desinformação promovida pelo Kremlin. É provável que esses fatores tenham contribuído para reduzir a vontade psicológica de lutar das tropas russas.

Além disso, a assimetria de informações provinda da Rússia, que superestimou sua força e subestimou as capacidades ucranianas, gerou uma violação significativa de expectativas (veja o Quadro na página 77).7 As narrativas do Kremlin sobre seu poderio militar, respaldadas por exibições visíveis de forças e equipamentos, inicialmente aumentaram a confiança, mas foram contestadas pela realidade do combate com a Ucrânia.8 Com o tempo, muitos russos começaram a questionar a lógica da guerra e a duvidar da própria excelência militar.9 As disparidades entre as informações oficiais e as experiências dos soldados no campo de batalha minaram ainda mais a vontade de lutar, fazendo com que os soldados desejassem se render ou fugir do combate.10

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Os esforços do Kremlin que, para conquistar o apoio dos cidadãos, enquadrou o conflito como necessário para defender a pátria contra uma ameaça externa “maligna”, enfrentaram desafios para manter o controle sobre o espaço das informações.11 Os relatos das “tropas de bloqueio” russas, encarregadas de evitar retiradas não autorizadas, evidenciaram a ansiedade do comando em relação à vontade de lutar.12 Embora o apoio interno russo tenha gradualmente diminuído a partir de seu ponto mais alto de 80% dos entrevistados, a maioria ainda apoia a guerra (veja a Figura 2).13 Entretanto, a conscientização crescente sobre a realidade da guerra abalou a confiança do público, aumentou a desilusão e fez cair a vontade de lutar das tropas.14 Apesar dos esforços contínuos do Presidente Vladimir Putin, ataques com número elevado de baixas continuam a afetar o moral das tropas e a prejudicar sua eficácia.15

A vontade psicológica de lutar da Ucrânia. A dimensão psicológica da vontade de lutar da Ucrânia no conflito atual indica uma notável resiliência e determinação entre militares e civis ucranianos. A guerra, que teve início com a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o conflito na região de Donbas, marcou profundamente a identidade nacional e a resolução ucranianas. Os ucranianos enfrentaram a agressão e as aspirações russas de restabelecimento do domínio regional, incentivando uma mentalidade coletiva de guerra contra uma ameaça existencial ao Estado ucraniano.16

Diversas pesquisas indicam que quase todos os ucranianos acreditam na vitória sobre a Rússia. Esse apoio é bem maior em regiões mais distantes das linhas de frente, a oeste e ao centro, e um pouco menor em áreas mais próximas do conflito, ao sul e ao leste. A oposição à agressão russa já existia muito antes da invasão de 2022, pois a maioria exigia a libertação de todos os territórios ocupados pela Rússia.17

Enquanto a operação militar da Rússia na Ucrânia continua

Contudo, é essencial reconhecer que o entusiasmo inicial em se voluntariar para combater a Rússia diminuiu à medida que a guerra adentrou seu terceiro ano, com o aumento de baixas e sem um desfecho definido em vista. Essa mudança levou as Forças Armadas da Ucrânia a depender mais da conscrição e a flexibilizar critérios de qualificação para o alistamento.18 Embora essas mudanças reflitam a natureza evolutiva do conflito, não diminuem a vontade psicológica de lutar.

Vontade física de lutar

A vontade física de lutar é fundamental para que um país continue determinado a persistir durante um conflito, transcendendo fronteiras nacionais. Engloba a capacidade e os recursos para dar início e sustentar engajamentos, com o apoio de elementos como treinamento, liderança, equipamento, pessoal e logística. No contexto de qualquer conflito armado, o emprego eficaz dos recursos militares é fator essencial e determinante para a vitória.

A capacidade inclui adestramento e liderança, enquanto recursos incluem pessoal e equipamento militar. Ambos são essenciais para moldar a vontade física de lutar, aprimorando a eficácia das operações, fortalecendo recursos e aumentando a resolução das forças militares. As forças armadas são capazes quando são dotadas de um nível adequado de competência para competir. Além disso, pessoal, equipamentos, logística e apoio adequados contribuem para a capacidade física de uma nação de se envolver em conflitos prolongados. A Batalha das Termópilas, ocorrida em 480 a.C., ilustra esse ponto: um exército espartano liderado pelo rei Leônidas e em grande inferioridade numérica demonstrou excepcional resiliência física e perspicácia em combate contra um inimigo persa muito superior.19 Porém, conforme demonstrado pela vitória, em 2015, do Estado Islâmico sobre um exército iraquiano com recursos superiores, recursos físicos, por si sós, não garantem a vitória.20

Assim, a compreensão da vontade física de lutar oferece insights valiosos sobre a habilidade de uma nação perseverar diante de adversidades. Isto destaca a dinâmica complexa que determina o êxito ou o fracasso de operações militares, tornando-a uma dimensão indispensável da resolução em qualquer cenário de conflito.

A vontade física de lutar da Rússia. A confiança excessiva da Rússia em sua superioridade militar em termos de forças, poder de fogo e controle informacional relativamente ao seu adversário ucraniano menor, porém bem comandado, treinado e motivado, conduziu ao fracasso de seus objetivos iniciais e exigiu uma reavaliação de estratégias e táticas. A operação militar especial expôs deficiências consideráveis nas capacidades militares russas, incluindo táticas, treinamento, logística e liderança. Devido a essas deficiências, houve consideráveis baixas e perdas de equipamentos, minando, em última instância, a vontade de lutar das Forças Armadas russas.

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Comparação entre o poder de combate ucraniano e o russo

Antes da invasão de fevereiro de 2022, as Forças Armadas da Ucrânia eram significativamente mais fracas do que as russas em termos de material bélico e efetivo. Desde a invasão, a Ucrânia vem alçando posições mais elevadas na classificação do poder de combate de acordo com o Global Firepower Index, enquanto a posição da Rússia permanece estável. A Ucrânia passou por um programa de modernização militar após a tomada da Crimeia e da região de Donbas, no leste da Ucrânia, pela Rússia, em 2014-2015. Em janeiro de 2023, a Ucrânia já havia avançado dez posições na classificação global devido à resposta da nação como um todo à invasão da Rússia e ao correspondente apoio militar e econômico substancial fornecido pelo Ocidente. A Rússia manteve-se estável na classificação devido aos seus enormes recursos de efetivos e material bélico, mesmo com suas limitações de preparação, liderança, treinamento e suprimento.

 

Desde a invasão em fevereiro de 2022, mesmo com recursos e poder de fogo superiores, as forças russas têm demonstrado continuamente um desempenho inferior ao do inimigo ucraniano (veja a Figura 3).21 As Forças Armadas da Rússia já haviam iniciado um programa de modernização há uma década, destinando uma parte significativa de seu orçamento militar para a aquisição de armas e uma parcela considerável de seu PIB para a defesa.22 No entanto, deficiências contínuas, inclusive o planejamento, alocação de recursos e execução da guerra inadequados, resultaram em fracassos no campo de batalha.23 A Rússia retomou o uso de táticas no estilo soviético após não ter sido capaz de, rapidamente, forçar a capitulação de Kiev mediante a preparação do ambiente seguida de investidas militares ágeis.24 Desde então, as táticas russas passaram a identificar pontos fracos nas linhas ucranianas e a explorá-los, com algum sucesso. Contudo, a dependência russa em relação a táticas de força bruta juntamente com a resistência determinada das forças ucranianas, a falta de iniciativa da liderança de escalões inferiores e o adestramento inadequado contribuíram para o grande número de baixas e perdas de equipamento pela Rússia. Além disso, a vontade de lutar das Forças Armadas russas ficou enfraquecida pela precariedade da logística e pelo apoio médico limitado, sendo ainda agravada por uma liderança militar de cima para baixo, em vez de centralizada nos escalões inferiores.25

A absorção de perdas significativas de pessoal e equipamentos, inclusive entre unidades de elite como a Spetznaz e as tropas aeroterrestres, transmite a mensagem de que o comando russo está disposto a aceitar esses custos, o que pode vir a minar a vontade de lutar tanto das tropas quanto do público em geral.26 Uma recente reorganização das forças de infantaria russas, visando a conservar tropas de elite, fortaleceu a vontade de lutar em formações mais especializadas, porém enfraqueceu a resolução da infantaria de nível inferior, que se sentiu descartável.27 Apesar das grandes baixas, a significativa vantagem populacional da Rússia sobre a Ucrânia supre um número maior de substitutos para as baixas no campo de batalha. Porém, as baixas crescentes exerceram pressão política sobre Putin e afetaram o moral dos soldados.28

Comando e controle russos versus comando de missão

A Rússia não emprega o conceito estadunidense de “comando de missão” em sua versão do processo decisório militar e não tem nada equivalente ao conceito de “intenção do comandante”. Na prática, o sistema russo de tomada de decisão exige um conjunto de táticas relativamente rígido. Pode-se descrever melhor as táticas russas, no escalão batalhão e abaixo, como condutas de combate padronizadas para forças terrestres, infantaria naval e unidades aeroterrestres. Segundo oficiais estadunidenses e ocidentais que interagiram com seus homólogos russos, parece haver várias distinções fundamentais na abordagem russa do processo decisório militar. Em primeiro lugar, os líderes militares russos parecem usar um processo decisório militar abreviado e, em grande parte, informal. Segundo, os comandantes russos deliberadamente esperam até o último momento para tomar decisões, quando se sentem confiantes de terem reunido o máximo de informações necessárias. Terceiro, o sistema russo foi projetado para apoiar um comandante altamente capacitado e um estado-maior relativamente pequeno. Assim, o processo decisório militar russo é muito mais centrado no comandante do que no caso das forças armadas ocidentais, e a personalidade do comandante é de extrema importância.

 

Novas tropas inadequadamente treinadas, especialmente conscritos e reservistas russos mobilizados às pressas, conhecidos como mobiki, contribuíram para o elevado número de baixas. Tanto os soldados russos quanto os ucranianos relataram que os substitutos russos chegam ao campo de batalha após somente duas semanas de adestramento e, muitas vezes, com armas e equipamentos ultrapassados. Segundo registros de comunicações interceptadas, soldados e comandantes russos queixam-se da escassez de munição, da falta de peças de reposição, da alimentação inadequada e do apoio médico precário no campo de batalha.29 Em tempos de paz, a falta de adestramento, equipamento e apoio adequados já afeta negativamente o moral, e esse sentimento é amplificado ainda mais em situações de combate, levando as tropas russas a se recusarem a combater em algumas ocasiões.30

A vontade física de lutar da Ucrânia. Ao longo dos anos, a transformação das Forças Armadas da Ucrânia indicou uma evolução notável, passando de uma força muito focada no comando e com equipamentos antiquados, no padrão soviético, a uma força moderna e adaptável, no padrão ocidental. Embora ainda militarmente mais fraca que a Rússia em termos de capacidade mensurável, o compromisso da Ucrânia em reconstruir suas Forças Armadas, com o apoio dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aumentou significativamente sua vontade física de lutar.31

Desde a anexação da Crimeia em 2014, a Ucrânia tem recebido grande apoio externo em termos de adestramento, armamentos e desenvolvimento institucional, principalmente dos EUA e de outros países da OTAN. Com essa ajuda, a Ucrânia desenvolveu uma Força Armada profissional, com maior capacidade institucional, liderança e acesso a equipamentos modernos.32 No entanto, o apoio externo recebido antes da invasão não se traduziu imediatamente em sucesso no campo de batalha. Inicialmente, o grande número de baixas, os desafios logísticos, os atrasos na entrega de armamentos, a má comunicação e a dependência, por parte dos comandantes mais antigos, de liderança e táticas no estilo soviético abalaram o moral.33

No entanto, o constante apoio do Ocidente aumentou e melhorou as capacidades e os recursos das Forças Armadas da Ucrânia. Os programas de adestramento que abrangem sistemas de armas avançados (por exemplo, Patriot, HIMARS, carros de combate M-1 Abrams e Leopard), táticas de armas combinadas e princípios de comando de missão proporcionaram aos soldados ucranianos um conjunto diversificado de habilidades essenciais para a guerra moderna.34 Notavelmente, a transição de uma estrutura de comando rígida, de cima para baixo, para uma abordagem de comando de missão mais flexível, capacitou os comandantes superiores e intermediários a demonstrar iniciativa e tomar decisões mais ágeis no campo de batalha.35

A Igreja Ortodoxa Russa

Por gerações, a Igreja Ortodoxa Russa tem desempenhado um papel significativo na capacidade de Moscou exercer influência tanto interna quanto externamente. O Kremlin investe recursos consideráveis usando a Igreja Ortodoxa Russa para difundir a ideia de um “mundo russo” global, que abrange não apenas os russos étnicos, mas também os falantes do idioma russo, suas famílias e outros, cujas conexões culturais, familiares ou comerciais com a Rússia os tornam “compatriotas” da nação (Sootechestvenniki). A Rússia é o maior país ortodoxo do mundo, com 90 milhões de membros da igreja. O Patriarcado de Moscou lidera a maior comunidade de cristãos ortodoxos do mundo, totalizando 150 milhões, o que representa metade do número total de cristãos ortodoxos no mundo todo.

 

Outro fator fundamental que contribuiu para o sucesso e o moral elevado das Forças Armadas da Ucrânia é o desenvolvimento de um corpo competente de graduados ucranianos. Essa transformação se alinha às práticas militares ocidentais, que promovem independência e iniciativa em unidades menores. O novo senso de autonomia dos soldados ucranianos, promovido por unidades lideradas por graduados que empregam os princípios de comando de missão, aumentou visivelmente o moral em comparação com a abordagem rígida e centralizada das Forças Armadas russas.36

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No entanto, a Ucrânia ainda enfrenta desafios físicos. O grande número de baixas continua a causar desgaste, com a perda de soldados e comandantes experientes. Com o passar do tempo e o aumento das baixas, torna-se cada vez mais difícil lidar com a escassez de tropas, especialmente considerando que a população da Ucrânia é um quarto da população da Rússia (veja a Figura 4).37 O conflito prolongado gerou uma falta de tropas experientes e, muitas vezes, os substitutos carecem de experiência e adestramento adequados devido às exigências do conflito.38 As estimativas revelam taxas surpreendentemente elevadas de baixas, tanto mortos quanto feridos, ressaltando o preço que a Ucrânia vem pagando pela guerra.39

Influência russa por meio da Igreja

A Ucrânia tem sido alvo direto da influência russa por meio da Igreja Ortodoxa Russa. Ao lado da Rússia, a Ucrânia tem a maior população ortodoxa do hemisfério norte, com aproximadamente 65% de seus 27,8 milhões de habitantes identificando-se como membros da Igreja Ortodoxa. Até a criação e o reconhecimento oficial da Igreja Ortodoxa da Ucrânia (Orthodox Church of Ukraine, OCU) em 2018, a maioria das comunidades ortodoxas do país estava sob o Patriarcado de Moscou, Patriarcado de Kiev (que se separou do primeiro em 1992)1 e Igreja Ortodoxa Ucraniana Autocéfala.2 Até recentemente, a Igreja Ortodoxa Ucraniana (Ukrainian Orthodox Church, UOC), sob o Patriarcado de Moscou, constituía a maior comunidade ortodoxa do país e era a mais integrada com a liderança eclesiástica politicamente influenciada por Moscou. Atualmente, a OCU cresceu a ponto de minar e ofuscar significativamente o tamanho e a influência do Patriarcado de Moscou na Ucrânia, algo que ganhou ainda mais impulso com o prolongamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

  1. O Patriarcado de Kiev só foi oficialmente reconhecido pela comunidade ortodoxa maior em 2018 quando o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, em Istambul, do Patriarcado de Constantinopla — cuja posição abrangente na comunidade da Igreja Ortodoxa o autoriza a reconhecer e endossar igrejas ortodoxas — revogou uma decisão do século XVII que subordinava a Igreja Ortodoxa da Ucrânia ao patriarcado de Moscou. O Patriarcado de Kiev reuniu, então, quase todas as igrejas não sujeitas ao Patriarcado de Moscou na Ucrânia em uma nova “Igreja Ortodoxa da Ucrânia”, posteriormente reconhecida por Bartolomeu. Para a maioria dos ucranianos, isso simbolizou uma etapa final na independência do país em relação a Moscou. Valery Kalinosvsky, “Russian Orthodox Church Cuts Ties with Constantinople”, MSN, 15 October 2018, https://www.msn.com/enus/news/world/russianorthodoxchurchcytstieswithconstantinople/arBBOqBy2; Carlotta Gall, “Ukrainian Orthodox Christians Formally Break from Russia”, New York Times (site), 6 January 2019, https://www.nytimes.com/2019/19/01/06/world/europe/orthodoxchurchukrainerussia.html.
  2. “Autocéfala” significa que a igreja é independente.

 

A escassez de suprimentos continua sendo uma preocupação. Apesar de ter se tornado a terceira maior importadora global de armas em 2022, a Ucrânia ainda enfrenta desafios com equipamentos da era soviética, escassez de munição e dificuldades na integração eficaz de armamentos modernos.40 Esses fatores, somados à inexperiência em combate das novas tropas, podem afetar tanto sua vontade de lutar quanto a eficácia geral.41

Vontade ideológica de lutar

A vontade ideológica de lutar é um elemento distinto e vital na perseverança durante conflitos, transcendendo os limites impostos pela identidade nacional. Consiste na ciência das ideias do combatente a partir de um determinado sistema de crenças políticas ou religiosas e que dá origem a narrativas que justificam e motivam o engajamento em conflitos.42 Essas narrativas frequentemente retratam os combatentes como defensores contra ameaças percebidas, evocando sentimentos históricos e reforçando crenças que sustentam a causa e que nascem de condições sociais propensas a protestos. Nesse contexto, instituições religiosas frequentemente desempenham um papel fundamental ao oferecer justificativas ideológicas para os conflitos, enquadrando-os como lutas sagradas. Assim, quer seja religioso, como visto em algumas das Cruzadas da Idade Média ou na busca de um califado islâmico pelo Estado Islâmico, quer seja politicamente motivado, como na Revolução Russa ou no nazifascismo, esse elemento pode ser o principal motivador do conflito.43

No entanto, o grau de identificação da população com uma narrativa ideológica como um sistema de crenças pode variar enormemente, e a profundidade do compromisso religioso ou político influencia a resolução individual e coletiva. Ao compreender a vontade ideológica de lutar, pode-se perceber melhor as complexidades da resolução, esclarecendo a delicada interação entre narrativas, sentimentos históricos e influências religiosas no contexto dos conflitos armados.

A “Teoria da violação da expectativa” explica as vontades de lutar díspares da Rússia e da Ucrânia

A diferença na vontade de lutar entre russos e ucranianos pode ser explicada pelo conceito de violação da expectativa. Refere-se a situações em que os pensamentos ou as crenças de um indivíduo sobre um acontecimento ou resultado específico não correspondem ao que esperavam, sendo, ao contrário, violados ou questionados. Uma violação da expectativa pode ser tanto positiva quanto negativa. No contexto de conflitos militares, as violações da expectativa podem ter efeitos positivos e negativos na vontade psicológica para lutar.

Rússia. Os constantes fracassos, reveses ou expectativas não atendidas minaram o moral e enfraqueceram a vontade psicológica de lutar dos soldados russos. Decepções constantes levaram à perda de confiança, desmoralização e diminuição da convicção na probabilidade de sucesso. Além disso, a violação da expectativa gerou dúvidas e incertezas sobre a viabilidade de alcançar os objetivos da operação militar especial. À medida que a Rússia enfrentava repetidamente desafios inesperados das forças ucranianas, seus planos estratégicos começaram a ruir, minando a confiança das forças russas e gerando ceticismo sobre a possibilidade de vitória, enfraquecendo assim a vontade psicológica de lutar.

Ucrânia. Os soldados ucranianos sofreram uma violação da expectativa quando de seu sucesso inesperado ou desempenho no campo de batalha contra as forças russas. A superação das expectativas iniciais gerou um senso de empoderamento e fortaleceu sua crença na possibilidade da vitória. Além disso, a violação da expectativa promoveu maior coesão e confiança dentro das forças ucranianas. Conforme os soldados testemunhavam seus companheiros superando expectativas ou demonstrando bravura excepcional, suas crenças na força coletiva e nas capacidades de suas unidades se fortaleciam. Essa experiência compartilhada fortaleceu laços, aumentou o moral e intensificou a vontade psicológica de lutar como uma força coesa.

  • Fonte: Judee K. Burgoon e Jerold L. Hale, “Nonverbal Expectancy Violations: Model Elaboration and Application to Immediacy Behaviors”, Communication Monographs 55, no. 1 (1988): p. 58-79, https://doi.org/10.1080/03637758809376158.

A vontade ideológica de lutar da Rússia. A dimensão ideológica da vontade de lutar dos russos está intimamente ligada à narrativa do conflito e ao papel da Igreja Ortodoxa Russa. A justificativa do Kremlin para a operação militar especial retrata os soldados russos como defensores da pátria contra um inimigo maligno, no contexto da preservação da identidade russa e da civilização cristã ortodoxa. Essa narrativa desperta, de forma eficaz, o ressentimento histórico russo em relação ao nazismo e reforça a percepção de ameaça do Ocidente aos cidadãos russos na Ucrânia e na Rússia. A Igreja Ortodoxa Russa desempenha um papel fundamental nessa narrativa, conferindo legitimidade religiosa ao conflito e enquadrando-o como uma luta sagrada, semelhante à Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial). As narrativas do Kremlin e da Igreja Ortodoxa Russa provavelmente reforçaram o apoio interno à operação militar especial.44

Apesar dos esforços do Kremlin de cultivar o apoio ideológico à guerra, existe uma lacuna significativa entre a identificação com essas narrativas e a prática religiosa na Rússia, especialmente entre os militares russos. Embora a Igreja Ortodoxa Russa endosse a narrativa do governo e encoraje os fiéis a apoiarem a guerra “santa”, o ceticismo em relação à religião dentro das Forças Armadas russas ainda é significativo. Esse ceticismo tem suas raízes na associação histórica da liderança da Igreja Ortodoxa Russa com o Kremlin, o que, muitas vezes, leva os soldados a considerarem vazias e insinceras as promessas religiosas.45

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A vontade ideológica de lutar da Ucrânia. A vontade ucraniana de lutar é mais psicológica que ideológica. Comparativamente, o elemento ideológico é bem reduzido. Os ucranianos estão motivados a combater as forças russas principalmente por motivos políticos, sociais e racionais, e não por motivos religiosos (veja a Figura 5). As tentativas do Kremlin de usar a Igreja Ortodoxa Russa para influenciar o sentimento ucraniano e obter inteligência sobre as Forças Armadas da Ucrânia tiveram um resultado inesperado. Resultou na rejeição, pelo governo ucraniano e por uma parcela significativa da população, do controle do cristianismo ortodoxo por parte do Patriarcado de Moscou na Ucrânia.

A estratégia do Kremlin de promover o conceito de um Estado russo etnocultural maior, o Russkiy Mir (Mundo Russo), como forma de unir os russos e seus compatriotas, enfrentou forte resistência na Ucrânia.46 O Serviço de Segurança Ucraniano conduziu investigações sobre entidades pró-Rússia da Igreja Ortodoxa Ucraniana (Ukrainian Orthodox Church, UOC), acusando-as de disseminar propaganda e desinformação russas, possivelmente coletando inteligência sobre as Forças Armadas da Ucrânia. Esse exame minucioso levou o governo ucraniano a limitar a influência da UOC e reforçou o sentimento popular antirrusso.47

Em resposta à agressão da Rússia, os ucranianos ortodoxos se afastaram do Patriarcado de Moscou e voltaram-se para igrejas não submetidas à sua autoridade, incluindo a Igreja Ortodoxa da Ucrânia em crescimento. Notadamente, a decisão de Kiev de mudar a celebração do Natal da data ortodoxa tradicional de 7 de janeiro para 25 de dezembro ressalta ainda mais a resistência à tradição do Patriarcado de Moscou. Essa mudança representa uma resposta direta dos ucranianos ao ataque da Rússia ao seu território, identidade étnica e seus valores.48

Conclusão

A Guerra Russo-Ucraniana oferece uma lição marcante sobre a dinâmica da vontade de lutar. Embora as capacidades materiais sejam importantes na guerra moderna, o espírito, a resiliência e o compromisso de um povo em defender sua terra natal, como demonstrado pela Ucrânia, podem moldar de forma significativa o curso de um conflito. A formulação de políticas e o planejamento devem ir além de simples avaliações das capacidades e recursos militares russos e ucranianos, e incorporar uma compreensão mais profunda dos fatores psicológicos e sociais que impulsionam sua vontade de lutar. Ambas as nações possuem motivações significativas, apesar de distintas, em seu desejo de prevalecer.

A vontade de lutar da Rússia tem origem, principalmente, de cima para baixo, moldada por um ambiente informacional controlado pelo Kremlin e reforçado por seus recursos abundantes. Apesar de o Kremlin explorar a Igreja Ortodoxa Russa, as motivações ideológicas não são a principal força motriz de nenhum dos lados nessa guerra.

A vontade de lutar da Ucrânia emana de uma profunda fonte psicológica e nacionalista, apoiada tanto por suas Forças Armadas quanto pela população. A ameaça existencial representada pela Rússia alimenta a determinação da Ucrânia, amplificada ainda mais pela realidade da defesa de sua terra natal. A Ucrânia desfruta de vantagem psicológica, porém enfrenta desafios tangíveis quanto à vontade de lutar, especialmente em termos de suprimentos e reforço de tropas. Por outro lado, a Rússia possui vantagem devido à sua economia e população maiores. A capacidade da Ucrânia de continuar lutando depende do apoio contínuo do Ocidente em termos de recursos materiais e de seu universo cada vez menor de cidadãos recrutáveis. O desenrolar da Guerra Russo-Ucraniana oferece várias lições que podem orientar os líderes militares dos EUA e seus aliados a planejar futuras estratégias de combate em larga escala e outros tipos de conflito:

Subestimando a resiliência. Uma das lições importantes é o perigo de subestimar a resiliência e a vontade de lutar de uma nação baseando-se em avaliações materiais. A Rússia, com seu poderio militar superior, enfrentou uma resistência mais forte do que o previsto devido à vontade determinada das forças de defesa e dos cidadãos ucranianos.

Superioridade moral. Uma nação ou um grupo que acredita ter a superioridade moral, é capaz de demonstrar uma vontade de lutar desproporcional. Para muitos ucranianos, a defesa da sua terra natal é vista em termos moralistas, alimentando ainda mais a sua resolução.

Solidariedade internacional. A vontade de lutar não é apenas um fenômeno interno. O apoio internacional, tanto moral quanto material, pode fortalecer o espírito de uma nação sob ameaça. A habilidade da Ucrânia de obter simpatia e apoio internacionais é importante para sustentar sua vontade de lutar.

Limitações do poder brando. Embora as estratégias de “poder brando” (soft power), como guerra de informação, propaganda e pressão econômica, sejam essenciais em conflitos modernos, a Guerra Russo-Ucraniana demonstra que elas não conseguem corromper com facilidade a vontade determinada de lutar.

Implicações para o Exército dos EUA

O elemento psicológico da vontade de lutar é um ponto de inflexão. A vontade psicológica de lutar — intimamente ligada à capacidade física — é essencial. Quando o apoio externo se mantém constante, a resolução interna é decisiva. Mesmo para o Exército dos EUA, o apoio material por si só não é suficiente. Promover a resiliência psicológica é um fator intrínseco e vital para atingir os objetivos durante operações de combate em larga escala. O Exército dos EUA pode obter insights valiosos ao formar parcerias com aliados como a Ucrânia, para fortalecer suas estratégias de treinamento e desenvolvimento do moral.

A firme resistência da Ucrânia, mesmo quando em desvantagem, ressalta que enfrentar uma ameaça existencial suscita uma vontade de lutar arraigada. O Exército dos EUA pode abordar essa resistência fervorosa em seus exercícios e engajamentos futuros, e também considerar abordagens para ajustar estratégias ao enfrentar ou apoiar forças motivadas por essa variável.

Embora forças em desvantagem numérica, como a ucraniana, possam enfrentar dificuldades em uma guerra prolongada com desgaste de pessoal, podem ainda conseguir minar a resolução do adversário. É importante que o Exército dos EUA compreenda os benefícios de visar a vontade de um oponente, principalmente considerando aspectos de apoio material externo e operações psicológicas, bem como prevendo de que forma os adversários podem vir a usar táticas semelhantes contra eles.

A Guerra Russo-Ucraniana reforça a eficácia do comando de missão relativamente a uma estrutura de comando mais centralizada e de cima para baixo nas operações de combate em larga escala. A iniciativa e a inovação em todos os níveis de comando geram sucesso e contribuem para a vontade de lutar. Apesar de ainda estarem aprendendo a tirar mais proveito do uso das táticas de armas combinadas, as Forças Armadas da Ucrânia empregaram com eficácia o comando de missão, especialmente em suas contraofensivas. O Exército dos EUA pode se beneficiar e obter ganhos ao reforçar seus princípios de comando de missão, especialmente considerando que podem vir a ser empregados em operações de combate em larga escala.

O conflito ilustra que treinamento, liderança e equipamentos superiores podem contrabalançar vantagens numéricas. Ao investir estrategicamente no aprimoramento da qualidade de seu treinamento e equipamento, o Exército dos EUA pode se beneficiar da capacidade de compensar déficits numéricos em cenários futuros de operações de combate em larga escala. Além disso, ao observar o contraste entre os sucessos das Forças Armadas da Ucrânia e os reveses russos, o Exército dos EUA pode afinar seu foco na formação de forças bem treinadas e bem equipadas, garantindo prontidão e adaptabilidade.

Contribuíram para este artigo Robert Kurz (FMSO/GCKN), Susan Littleton (FMSO/GCKN), Charles Raymond (TRADOC G-2), Marcus Griffin, Ph.D., (GCKN), Ray Finch (FMSO), Peter Wood (FMSO), Charles Bartles (FMSO), Cindy Hurst (FMSO) e Neil Sleevi (CAC).


Referências

 

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    Jones, McCabe e Palmer, “Ukrainian Innovation”; Julius Lasin, “‘Unprecedented’ Casualties for Russian Troops”, USA Today (site), 28 February 2023, https://www.usatoday.com/story/nletter/ukraine-russia-crisis/2023/02/28/ukraine-russia-crisis-unprecedented-casualties-russian-troops/11365763002/. Em relação às baixas, após um ano inteiro de conflitos (fevereiro de 2022 a fevereiro de 2023), o CSIS estima que a Rússia tenha sofrido cerca de 200 a 250 mil baixas — incluindo mortos, feridos ou desaparecidos — desde que o Kremlin invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, das quais 60 a 70 mil seriam de mortos.
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  27. Brennan, “How Russian Forces in Ukraine Are Learning to Fight”; Sommerville, “Bakhmut”; Watling e Reynolds, Meat-grinder. O Royal United Services Institute (veja Watling e Reynolds) classificou essas categorias conforme a função: a infantaria de linha mantém o terreno na defesa, a infantaria de assalto ataca os pontos fracos, a infantaria descartável é composta de escaramuçadores e busca pontos fracos, e as tropas especializadas, como a aeroterrestre e a Spetznaz, são utilizadas em incursões e operações especiais.
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  44. “Рождественское интервью Святейшего Патриарха Кирилла телеканалу Россия 1” [Entrevista de Natal de Cirilo I, o Patriarca de Moscou, ao canal de TV Rússia 1], Patriarch.ru, 7 January 2023, http://www.patriarchia.ru/db/text/5992951.html; Olesya Pavlenko, “Патриарх Кирилл считает, что желание уничтожить Россию приведет к концу мира” [O Patriarca Cirilo acredita que o desejo de destruir a Rússia levará ao fim do mundo], Kommersant (site), 19 January 2023, https://www.kommersant.ru/doc/5774586; Anastasia Koskello, “Церковь не очень-то нужна армии” [A igreja não é realmente necessária para o exército], Nezavisimaya Gazeta (site), 15 November 2022, https://www.ng.ru/ng_religii/2022-11-15/9_540_army.html; Andrei Melnikov, “О великодержавном богословии патриарха Кирилла” [Sobre a teologia do grande poder do Patriarca Cirilo], Nezavisimaya Gazeta (site), 6 November 2022, https://www.ng.ru/kartblansh/2022-11-06/3_8582_kartblansh.html; NATO Strategic Communication Centre of Excellence (STRATCOM COE), Analysis of Russia’s Information Campaign against Ukraine (Riga, LV: NATO STRATCOM COE, 2015), https://stratcomcoe.org/cuploads/pfiles/russian_information_campaign_public_12012016fin.pdf; “Disinformation and Russia’s War of Aggression against Ukraine: Threats and Governance Responses”, Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), 3 November 2022, https://www.oecd.org/ukraine-hub/policy-responses/disinformation-and-russia-s-war-of-aggression-against-ukraine-37186bde/.
  45. Koskello, “The Church Is Not Really Needed by the Army”.
  46. Patriarch.ru, “Christmas Interview of His Holiness Patriarch Kirill”; Pavlenko, “Patriarch Kirill Believes”; Koskello, “The Church Is Not Really Needed by the Army”; Melnikov, “On the Great Power Theology of Patriarch Kirill”; NATO STRATCOM COE, Analysis of Russia’s Information Campaign; OECD, “Disinformation and Russia’s War of Aggression”; Alexandra Markovich, “As More Ukrainians Choose Kyiv Patriarchate, Push Intensifies for Unified National Orthodox Church”, Kyiv Post (site), 23 June 2016, https://www.kyivpost.com/post/10788.
  47. МИХАЙЛО ТКАЧ, “Московська церква має ‘скласти зброю’ в Україні” [A Igreja de Moscou deve se render na Ucrânia], Ukrainska Pravda, 11 April 2023, https://www.pravda.com.ua/columns/2023/04/11/7397428/; Robert Kurz, do Foreign Military Studies Office, em conversa com o autor Andrew Johnson como parte da Consulta do Grupo de Estudos do Pessoal Sênior de Defesa Nacional da Ucrânia realizada em Kiev, Ucrânia, em maio de 2016, e correspondência por e-mail em novembro de 2017; Valentyna Romanenko, “СБУ оглянула 350 споруд УПЦ МП: знайшли підозрілих росіян, гроші і літературу для промивання мізків” [Serviço de Segurança da Ucrânia faz buscas em 350 edifícios da Igreja Ortodoxa Ucraniana ou do Patriarcado de Moscou], Ukrainska Pravda, 23 November 2023, https://www.pravda.com.ua/news/2022/11/23/7377563/; Valentyna Romanenko, “Крім Лаври СБУ завітала до церковників УПЦ МП на Рівненщині: шукають ДРГ і зброю” [Além do Mosteiro de Kiev-Petchersk, o Serviço de Segurança da Ucrânia visita mosteiro no Oblast de Rivne: Em busca de grupos e armas para uso em sabotagem e reconhecimento], Ukrainska Pravda, 22 November 2023, https://www.pravda.com.ua/news/2022/11/22/7377416/; Valentyna Romanenko, “До Києво-Печерської Лаври прийшли СБУ, поліція і Нацгвардія” [Forças de segurança da Ucrânia, polícia e Guarda Nacional realizam operações de contraespionagem no mosteiro de Kiev], Ukrainska Pravda, 22 November 2023, https://www.pravda.com.ua/news/2022/11/22/7377385/; “SBU Finds Propaganda Materials Denying Existence of Ukraine in Moscow Patriarchate Churches in Western Ukraine”, Interfax-Ukraine, 28 November 2023, https://en.interfax.com.ua/news/general/875101.html.
  48. “З початку року 63 церкви перейшли до ПЦУ, ще 8,5 тисяч залишаються в УПЦ МП” [Sessenta e três organizações religiosas se juntaram à Igreja Ortodoxa Ucraniana desde o início de 2023], Ukrainska Pravda, 10 April 2023, https://www.pravda.com.ua/news/2023/04/10/7397195/; “Yet Another Orthodox Parish in Ukraine Snubs Moscow-Run Church”, Ukrinform, 11 April 2023, https://www.ukrinform.net/rubric-society/3694255-yet-another-orthodox-parish-in-ukraine-snubs-moscowrun-church.html; Asami Terajima, “Ukrainians Celebrate ‘Double Christmas’ in the Shadow of Russia’s Brutal War”, Kyiv Independent, 7 January 2023, https://kyivindependent.com/national/ukrainians-celebrate-double-christmas-in-the-shadow-of-russias-brutal-war; Karina Levitska, “Вже цього року. Українська греко-католицька церква переходить на новий календар” [Já neste ano. A Igreja Católica Greco-ucraniana está mudando para um novo calendário], RBC-Ukraine, 6 February 2023, https://www.rbc.ua/rus/news/vzhe-tsogo-roku-ukrayinska-greko-katolitska-1675698015.html.
    Figura 5 do Ministério de Defesa da Ucrânia (@DefenceU), “Não há nenhuma força no mundo capaz de impedir esta nação de atingir seu objetivo sagrado de viver em liberdade em sua própria terra, dada por Deus. #FreedomIsOurReligion”, X (anteriormente Twitter), 27 May 2023, 5:05 a.m., https://twitter.com/DefenceU/status/1662399743514005505.

 

Benjamin A. Okonofua, Ph.D., é Gerente de Projetos de nível estratégico para o programa de análise, monitoramento e avaliação de cooperação em segurança na seção de Estratégia, Planos e Política (J-5) do Comando dos EUA na África. É especialista em assuntos sobre a África na Global Cultural Knowledge Network e professor adjunto da National Intelligence University. Recebeu seu Ph.D. da Georgia State University e é membro do conselho editorial da Sage Open.

Nicole Laster-Loucks, Ph.D., é a principal cientista social da Global Cultural Knowledge Network na seção de inteligência (G-2) do Comando de Instrução e Doutrina do Exército dos EUA. De 2011 a 2012, serviu no Afeganistão como cientista social junto ao Sistema de Terreno Humano em apoio à Operação Enduring Freedom. Obteve seu Ph.D. na University of Texas, em Austin, e é a arquiteta-chefe da Exploitable Conditions Framework.

O Ten Cel Andrew Johnson, da reserva remunerada do Exército dos EUA, é analista sênior de pesquisa da Global Cultural Knowledge Network do Exército dos EUA. É autor de diversos estudos e cursos de treinamento focados na análise de aspectos socioculturais do ambiente operacional. É oficial da reserva remunerada das Forças Especiais, concluiu bacharelado pela University of Washington e mestrado pela Kansas State University.

 

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Quarto Trimestre 2024