Military Review

 

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A Fórmula de Lenin para Moldar a Opinião Pública pelo Agendamento*

Cel (Res) William M. Darley, Exército dos EUA

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[*Agenda setting, termo que ficou conhecido por “agendamento” em campos relacionados à Teoria da Comunicação — N. do T.]

O dirigente da União Soviética, Vladimir Lenin, sentado em seu gabinete no Kremlin, lê o jornal Pravda, em Moscou, na Rússia, 16 Out 18.

Sabe-se que não é, de modo algum, necessário ter a simpatia da maioria de uma população para dirigi-la. Uma organização adequada pode fazê-lo.

Roger Trinquier

O fundador da União Soviética, Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como Lenin, utilizou três conceitos interligados para definir uma pauta de questões públicas que facilitou sua tomada e consolidação do poder político na Rússia nos idos de 1917. Familiarizar-se com esses princípios e suas relações seria algo de grande valia para os planejadores estratégicos militares por duas razões. Primeiro, tal conhecimento poderia proporcionar um entendimento coerente sobre uma metodologia específica, empregada há mais de um século por diversos grupos insurgentes e terroristas e por regimes autoritários, como os da China, Rússia, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela, com o objetivo de tomar o poder político e, uma vez no poder, de exercer o controle sociopolítico. Segundo, as conexões entre esses princípios ajudam a revelar a ideologia que permeia muitas organizações de base e de lobby que operam em Estados políticos estáveis e os utilizam para moldar o ambiente sociocultural interno, no qual os atuais planejadores militares ocidentais têm de operar.

Neste artigo, a relação entre os conceitos é demonstrada por meio do desenvolvimento gradual de um modelo rudimentar, que visa a elucidar como cada um deles se relaciona com os demais no processo de definição da pauta de debate público, ou agendamento (agenda setting). Tal modelo não tem a pretensão de abarcar a infinidade de fatores ligados ao fenômeno extremamente complexo de angariar o apoio público necessário para prevalecer em um conflito político. Visa, na verdade, a ajudar os planejadores operacionais e estratégicos a identificar as relações gerais e, por vezes, difíceis de discernir entre os conceitos ora especificados, que continuam sendo empregados por adversários contra o Ocidente em geral e contra os Estados Unidos da América (EUA) em particular.

Agendamento

Para os fins deste artigo, definição da agenda, ou agendamento (agenda setting), é o processo complexo por meio do qual alguns temas de interesse público são selecionados dentre um amplo universo de questões concorrentes e passam a ser o principal foco de orientação psicológica, debate e formação de opinião de uma determinada comunidade. A elaboração do modelo proposto neste artigo ajuda a responder a uma questão essencial: Como poderia um ativista político (ex.: um revolucionário insurgente) definir a agenda pública de maneira propícia à obtenção de objetivos políticos específicos? Para responder a essa questão, faz-se necessário examinar duas outras: Quem são esses formadores ou definidores da agenda pública (agenda setters) que se encarregam de selecionar, entre todos os possíveis assuntos, aqueles que se tornarão o foco de interesse da comunidade? Além disso, como concentram a atenção da população no conjunto restrito de questões nas quais eles querem que ela pense?

Como a Opinião Pública Muda

Deixando de lado, por ora, as circunstâncias em que uma comunidade seja coagida a aceitar uma agenda imposta, cabe observar que, em qualquer sociedade, a maioria das pessoas é extremamente dependente de outras como fonte do conteúdo de suas opiniões sobre questões alheias às suas experiências imediatas do dia a dia. Um grande número de pesquisas mostra que as principais decisões feitas pela maioria das pessoas ao formarem sua opinião sobre questões públicas não se originam, de modo geral, de uma análise independente dos detalhes relevantes, e sim dos líderes de opinião que elas escolheram para pensarem em seu lugar. Assim, as mudanças de opinião que ocorrem dentro de grupos com tendências sociopolíticas semelhantes são, na maioria dos casos, fruto da influência de novos posicionamentos de seus líderes de opinião e formadores da agenda, e não da análise e consideração de um integrante individualmente1. Em consequência, para os que queiram entender ou atuar sobre a opinião pública para fins políticos, o fator mais crucial é identificar quem são os principais líderes de opinião que definem a agenda de uma determinada comunidade e como seu modo de pensar poderá ser influenciado para passar a apoiar as prioridades do ativista em questão.

Por Que Tantas Pessoas Dependem de Outras para Pensarem por Elas

Embora exista uma infinidade de questões importantes nas quais um indivíduo possa pensar e se interessar, muitos só conseguem considerar em profundidade um pequeno número delas. Não é, necessariamente, que não se importem com questões mais amplas da comunidade ou do país. A verdade é que muitos normalmente têm outras prioridades mais prementes, que requerem tempo e são o foco de sua atenção e energia no dia a dia — como garantir seu sustento ou lidar com os desafios de criar os filhos. Para eles, as principais questões de interesse pessoal são tão predominantes e consomem tanto tempo que há pouco espaço cognitivo para pensar sobre outros assuntos que não afetem sua vida de forma direta e ameaçadora (veja a figura 1). Assim, os indivíduos que se sintam social ou moralmente obrigados a ter um posicionamento sobre as grandes questões sociais ou nacionais buscam, habitualmente, substitutos que pensem por eles, formulando, em seguida, os detalhes das opiniões adotadas com base em sua confiança nesses “pensadores substitutos”.

Figura 1 – Questões de Interesse Individual

Os Líderes de Opinião que Definem a Agenda

Esses pensadores substitutos que atuam como formadores da agenda para muitas pessoas em uma determinada comunidade podem ser classificados em três tipos principais. Primeiro, há o tipo tradicional. Durante a maior parte da História da humanidade, os formadores da agenda consistiram em líderes da comunidade com quem os demais integrantes tinham um contato pessoal. Esses líderes incluem chefes de famílias importantes, professores carismáticos, autoridades governamentais locais, militares ou policiais, membros do clero, além de líderes formais e informais de grupos sociais, entre outros. Obtêm sua influência por herdarem seu status ou com base em uma conquista pessoal observada pela comunidade.

Contudo, a partir da prensa de Gutenberg, em 1439, surgiu um segundo tipo de formador da agenda pública: as pessoas envolvidas na produção e edição dos meios de comunicação de massa, distribuídos a distância. Este segundo tipo define a pauta de questões da comunidade por meio de uma influência impessoal e a longa distância, baseada na ampla difusão de palavras, ideias e imagens com apelo ao público. Esses poderosos e impessoais formadores da agenda evoluíram, na atualidade, obtendo uma grande influência indireta sobre a pauta de prioridades da comunidade em decorrência das opiniões transmitidas pela mídia, que não envolve o contato direto e pessoal. Desde Gutenberg, os meios de comunicação de massa ampliaram o círculo de formadores da agenda pública, de modo a incluir carismáticos teóricos políticos; filósofos e pensadores religiosos; educadores; ativistas nacionais ou internacionais; celebridades do meio artístico, dos esportes ou do mundo da moda; jornalistas famosos e outras figuras com apelo popular. Embora ainda se discuta qual seria a fonte de maior influência — as interações pessoais tradicionais ou as figuras da mídia —, restam poucas dúvidas de que estas últimas se tornaram poderosas formadoras da agenda pública por meio de um contato amplo, ainda que impessoal, com o público, pelos meios de comunicação de massa2.

Ao avaliar como os definidores da agenda midiática cresceram em influência, vale destacar a obra de Donald Shaw e Maxwell McCombs, pesquisadores sobre a mídia, cujos estudos detalhados demonstraram, de modo persuasivo, a poderosa influência que os meios de comunicação de massa exercem sobre a definição da pauta pública no mundo moderno. Suas conclusões, demonstradas pela primeira vez ao pesquisarem o impacto da mídia sobre as eleições nos EUA, estabeleceram, de forma decisiva, a correlação extremamente forte entre as questões que os meios de comunicação decidem cobrir, editorialmente, e as que exercem uma influência central durante os ciclos eleitorais. Subsequentemente, os estudos de Shaw e McCombs foram amplamente reproduzidos por centenas de outros pesquisadores de mídia e sociologia, a maioria dos quais chegou a conclusões semelhantes3. Essas pesquisas subsequentes parecem confirmar a ideia de que a mídia tem uma influência extraordinariamente forte, quando não decisiva, sobre o processo de definição da agenda da comunidade, o qual seleciona não só os temas que determinam o resultado de eleições, mas também as questões sociais em geral, que se tornam o foco de interesse, debate e controvérsia para o público. Como Shaw e os colegas Thomas C. Terry e Milad Minooie observaram em um artigo recente:

Figura 2 – Questões Focalizadas pela Mídia
O que é agendamento (agenda setting)? No início dos anos 60, o cientista político Bernard Cohen descobriu que o que as pessoas sabiam sobre assuntos internacionais estava intimamente ligado à seleção editorial de itens cobertos pelos meios de comunicação que elas seguiam (ou seja, a mídia conecta as pessoas e estabelece a pauta de notícias). [...]
A pesquisa de Cohen o levou a afirmar que a imprensa não era especialmente efetiva em dizer às pessoas o que pensar, mas era extraordinariamente poderosa em dizer-lhes sobre o que pensar — e falar. Isso é, em uma palavra, agendamento: os meios de comunicação definem e concentram o interesse da comunidade em um conjunto demarcado de questões, por meio da cobertura diária de notícias.
Desde então, centenas de estudos sobre a mídia confirmaram a observação de que os veículos da imprensa influenciam quais questões e temas as pessoas consideram mais importantes e dignos de ponderar e debater, em detrimento de outros importantes assuntos de possível interesse à disposição4.

Assim, dois principais tipos de formador da agenda se desenvolveram, os quais se sobrepõem na sociedade moderna e se apoiam mutuamente na definição da pauta de debate da comunidade: os que o fazem por meio do contato pessoal com seus integrantes e os que o fazem por intermédio dos meios de comunicação de massa (veja a figura 2).

Contudo, há uma poderosa terceira categoria de definidores da agenda a ser incorporada no processo de agendamento. A teoria de Lenin inclui aqueles que se organizam para coagir o foco do público, direcionando-o para certas questões. Esses três tipos de formador da agenda, assim como a relação entre eles, serão discutidos em conjunto, como elementos-chave da teoria de Lenin, a seguir.

Lenin como Teórico da Mídia

A grande influência que a mídia exerce na definição de questões comunitárias consideradas durante as eleições é ressaltada pela relação entre os conceitos-chave de um processo de influência política formulado por Lenin. Ele criou seus conceitos ao servir como líder da ala bolchevique do Partido Comunista Russo nos anos que precederam a Revolução Russa de 1917. Para entender por que ele os formulou, é necessário conhecer seu contexto.

A partir do final do século XIX, havia grande polêmica sobre a teoria marxista entre os líderes dos movimentos comunistas e socialistas na Europa. As discussões se tornaram exaltadas, caracterizando-se, muitas vezes, por ataques pessoais, insinuações, ameaças e, não raro, violência. O ponto de impasse, que gerou tanto atrito, referia-se a divergências sobre interpretações da teoria marxista; se Karl Marx havia, de fato, previsto a morte do capitalismo por meio do processo que alguns denominavam determinismo econômico5. Frustrados, os líderes dos movimentos comunistas e socialistas europeus questionavam cada vez mais e analisavam criticamente por que não havia ocorrido ainda o fim da História que, a seu ver, Marx havia previsto décadas antes. Entretanto, alguns resistiram a apelos por uma revisão das interpretações da doutrina marxista para ajustá-las à experiência histórica. Os defensores mais acirrados da ideologia marxista insistiam, dogmaticamente, que a natureza do capitalismo e as forças que o impeliam à sua inevitável destruição haviam parado temporariamente apenas, mas recuperariam o impulso devido às inevitáveis pressões naturais do determinismo econômico6.

Por sua parte, Lenin rejeitou duramente o conceito de determinismo econômico, rotulando-o de “economismo” e criticando-o por sua fé ingênua em forças misteriosas, que ocasionariam a inevitabilidade de um levante espontâneo do proletariado. Afirmou, em vez disso, que essas argumentações eram interpretações equivocadas, que distorciam a análise de Marx. Na verdade, insistiu Lenin, o que o caráter evolutivo do capitalismo produziria de modo inevitável seria nada mais que o surgimento de uma oportunidade para que o proletariado se rebelasse e se apossasse dos meios de produção7. Em consequência, Lenin asseverou, os comunistas comprometidos com a causa tinham a responsabilidade de se organizar e incitar a revolução, e não meramente esperar para que as condições tomassem forma espontaneamente com base em uma fé equivocada nas supostas leis naturais do determinismo econômico8.

Em um esforço para difundir essa perspectiva mais amplamente, Lenin escreveu e publicou uma monografia intitulada “Que fazer?”9 [Os trechos traduzidos foram extraídos da versão em português disponível no site https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/index.htm — N. do T.] Nessa obra, Lenin apresentou uma fórmula simples, mas profunda, para um efetivo ativismo político, fornecendo um esboço geral que explicava como organizar um movimento político revolucionário e que descrevia a relação essencial dos meios de comunicação de massa com tal movimento e como deveriam ser utilizados para promover fins políticos. Essa obra tem tido uma enorme influência no ativismo político desde sua época até o presente. Em sua monografia, Lenin descreve os dois princípios centrais que, a seu ver, eram necessários para incitar uma revolução.

Figura 3 – Questões Focalizadas pelo Partido

O Partido de Vanguarda

Lenin sustentava que o primeiro de dois importantes passos para promover um objetivo político era estabelecer um partido de vanguarda, isto é, um núcleo de ativistas (revolucionários) “profissionais” extremamente disciplinados. A finalidade desse núcleo dentro de um partido político era a de trabalhar em tempo integral na organização e liderança da ação política. Segundo Lenin, esse partido de vanguarda era essencial porque — ao contrário da fé ortodoxa de alguns marxistas dogmáticos —, a seu ver, os membros do proletariado não teriam a capacidade de ser nada mais que uma turba corajosa, mas sem direção, a menos que fossem cuidadosamente instruídos, treinados e, então, rigorosamente disciplinados por uma organização de liderança. Sem um partido de vanguarda, afirmava Lenin, um movimento político seria dirigido por amadores e fracassaria.

Entre as principais responsabilidades do partido de vanguarda estava a de educar o proletariado, incutindo-lhe a consciência política e de classe. Para isso, o partido de vanguarda precisava assumir a função de instigar na classe operária o reconhecimento da existência de uma luta de classes, ao mesmo tempo que organizava e expandia o movimento mediante a imposição uma rígida e implacável disciplina de partido entre os recrutados para a causa revolucionária.

Ao contrário, a organização dos revolucionários deve englobar, antes de tudo e principalmente, homens cuja profissão é a ação revolucionária [...] Diante dessa característica comum aos membros de tal organização [...] Necessariamente essa organização não deve ser muito extensa, e é, preciso que seja o mais clandestina possível [...] se começamos por estabelecer uma organização de revolucionários, forte e sólida, poderemos assegurar a estabilidade do movimento em seu conjunto, atingir simultaneamente os objetivos sociais-democratas e os objetivos propriamente sindicais10. [Extraído de https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/cap04.htm — N. do T.]

Poderíamos perguntar: se estivesse vivo hoje, que organizações Lenin reconheceria como herdeiras de seu conceito de partido de vanguarda? Desde sua época, é difícil pensar em qualquer movimento revolucionário ou insurgente de peso nos séculos XX e XXI que não tenha sido liderado pelo equivalente a um partido de vanguarda. Entre muitos outros exemplos, há os do Partido Fascista de Benito Mussolini, na Itália; do Partido Nacional-Socialista de Adolf Hitler, na Alemanha; e do Movimento Quinta República de Hugo Chávez, na Venezuela. Em um outro contexto, os radicais islâmicos Sayyid Qutb e Abul Ala Maududi propuseram que eram necessários partidos de vanguarda para liderar a desobediente e perdida comunidade muçulmana mundial e trazê-la de volta para uma restauração da sociedade islâmica. Por exemplo, Qutb especificou a necessidade de uma vanguarda islamista em seu livro Ma’alim fi-al-Tariq (“Os Marcos”, também conhecido como “Marcos na Estrada”):

É necessário que haja uma vanguarda, que inicie a viagem com determinação e prossiga adiante no caminho. [...] É necessário que essa vanguarda conheça os marcos e pontos de referência no caminho rumo a esse objetivo. [...] Escrevi “Os Marcos” para essa vanguarda11.

Algo igualmente significativo, porém, é que se pode afirmar, com legitimidade, que boa parte do caráter da atuação de lobistas políticos e das organizações de base da atualidade foi herdada diretamente do conceito leninista de que um movimento político só pode obter sucesso se chefiado por um grupo de agitadores profissionais trabalhando em tempo integral na coordenação e propaganda de uma causa.

A ênfase na criação de uma liderança ao estilo de um partido de vanguarda com o objetivo de facilitar a organização e agitação pode ser vista claramente em entidades de lobby e ativismo ao longo de todo o espectro de orientação política do Ocidente. Nos EUA, exemplos de agitadores e organizadores profissionais incluem, ou incluíram, as seguintes entidades (para mencionar apenas uma pequena fração desses grupos de vanguarda): Association of Community Organizations for Reform Now (ACORN), American Civil Liberties Union, People for Ethical Treatment of Animals, National Rifle Association, National Council of La Raza e American Israel Public Affairs Committee.

Não surpreende que a literatura que frequentemente orienta as atividades desses grupos de lobby e de ativismo de base tenha sido produzida por organizadores e agitadores profissionais, como Saul Alinsky e Wade Rathke, cujas obras refletem o imperativo leninista de formar organizações de vanguarda, incluindo eventuais alusões ao jargão, pensamento e prática leninista e conotações relacionadas. Por exemplo, em Rules for Radicals (“Regras para Radicais”), Alinsky observa:

Uma ilustração pura e simples desse ponto pode ser vista no resumo de Trotsky sobre as famosas Teses de Abril de Lenin, publicadas pouco depois de este último retornar do exílio. Lenin ressaltou: “A missão dos bolcheviques consiste em derrubar o governo imperialista. Este se sustenta graças ao apoio dos social-revolucionários e mencheviques, que por sua vez se apoiam na confiança que as massas populares depositam neles. Nós representamos uma minoria. Nessas condições não se pode nem sequer falar do emprego da violência de nossa parte”. A essência dos discursos de Lenin durante essa época era: “Eles têm as armas e, portanto, somos pela paz e pela reforma pelo voto. Quando tivermos as armas, então vamos nos impor pela bala”. E assim foi12. [Os trechos traduzidos das Teses de Abril foram extraídos de http://www.pstu.org.br/lenin-e-as-%c2%91teses-de-abril%c2%b4/ — N. do T.]

De fato, o próprio Alinsky promoveu seu livro Rules for Radicals como nada menos que um guia para organizar e incitar uma revolução mediante a condução de atividades com claras conotações estratégicas de estilo leninista, destinadas a extrair um resultado de um adversário político por meio de uma habilidosa organização, agitação e propaganda (veja a figura 3).

Uma das primeiras medidas tomadas pelo Estado Islâmico (EI) ao se estabelecer foi a publicação de uma revista em papel cuchê, Dabiq, para servir como principal órgão de recrutamento, organização, propagada e agitação em prol de sua causa. A primeira edição foi publicada em julho de 2014. (Foto cedida por Wikimedia Commons)

O Meio de Comunicação de Massa Necessário à Revolução

Segundo, para que tivesse êxito, era essencial, na opinião de Lenin, que o partido de vanguarda obtivesse controle de pelo menos um meio de comunicação de massa influente. Em consequência, ele estipulou que o partido de vanguarda deveria colocar sob seu controle direto um meio de comunicação de massa totalmente dedicado a promover sua causa. Para esse fim, ele propôs o estabelecimento do que ele denominou um jornal “para toda a Rússia”. Por que um jornal? Em uma época em que o rádio e o telégrafo estavam em sua infância e o telefone ainda estava sendo inventado, o único verdadeiro meio de comunicação de massa disponível era o jornal. Lenin descreveu a necessidade vital de tal meio de comunicação para o ativismo político da seguinte forma:

A elaboração de um jornal político para toda a Rússia [...] deve ser o fio condutor: seguindo-o, poderemos desenvolver ininterruptamente essa organização, aprofundá-la e alargá-la (isto é, a organização revolucionária sempre pronta a apoiar todo protesto e efervescência).
O jornal não é apenas um propagandista coletivo e um agitador coletivo; é também um organizador coletivo. A esse respeito, pode-se compará-lo aos andaimes que se levantam ao redor de um edifício em construção; constitui o esboço dos contornos do edifício, facilita as comunicações entre os diferentes construtores, permitindo-lhes que repartam a tarefa e atinjam o conjunto dos resultados obtidos pelo trabalho organizado13. [Extraído de https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/cap05.htm — N. do T.]

Em outras palavras, os objetivos do jornal “para toda a Rússia”, conforme delineados por Lenin, eram o de fornecer emprego aos integrantes da vanguarda, enquanto estivessem construindo o partido e o movimento, e o de servir como instrumento para organizar os seguidores do partido, fazendo propaganda em prol da causa do movimento e agitação em diversos locais, a fim de enfraquecer a ordem sociopolítica existente e criar as condições para o levante popular do proletariado.

Se estivesse vivo hoje, que instrumentos de comunicação Lenin buscaria controlar a fim de organizar e agitar a massa e fazer propaganda em prol de sua causa e qual deles serviria, ao mesmo tempo, como o “andaime” para construir o partido? Na verdade, Lenin era um visionário e oportunista. Portanto, não há dúvida de que Lenin teria buscado os mais avançados meios de comunicação à disposição, com o intuito de concentrar a atenção pública em seus objetivos políticos. Em consequência, o enorme potencial de utilizar a internet e as mídias sociais para alcançar milhões de pessoas, como um meio rápido e econômico de organização, agitação e propaganda, decerto teria atraído sua atenção. Ainda que seu programa de ativismo, em tempos modernos, pudesse incluir veículos tradicionais, como panfletos e jornais, é mais provável que ele se concentrasse em obter exposição por meio de transmissões de TV e rádio e, especialmente, pela internet e mídias sociais.

Figura 4 – Questões Focalizadas pelo Partido e Impostas pela Cheka

Não surpreende que, seguindo a fórmula de Lenin, o Estado Islâmico (EI) e a Al Qaeda empreguem, na atualidade, a internet justamente na função que o modelo leninista havia idealizado para os meios de comunicação: como um instrumento para recrutar, organizar e sincronizar as atividades do partido; promover sua ideologia; e incitar a agitação em prol de suas causas. Por exemplo, tanto a Al Qaeda quanto o EI contam com sofisticados sites, cada um deles contendo uma publicação que serve ao propósito de promoção e organização em prol de sua agenda. Além disso, Lenin provavelmente teria prontamente reconhecido, entendido e aprovado a política do EI que incentiva a transmissão de decapitações pela internet como um esforço deliberado que serve ao duplo propósito de aterrorizar os adversários e de provocar e frustrar os governos ocidentais.

Desde a época de Lenin, é difícil pensar em qualquer duradouro movimento revolucionário ou insurgente nos séculos XX ou XXI que não tenha incluído um partido de vanguarda provido de controle ou total posse de pelo menos um meio de comunicação de massa adaptado às suas necessidades ou ao seu ambiente de operação. Por exemplo, o Volksicher Beobachter (“O Observador Nacional”) apoiou a ascensão do Partido Nacional-Socialista na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial; o jornal Pravda (“Verdade”) apoiou a consolidação de poder dos bolcheviques na Rússia; e o Granma apoiou o partido comunista de Fidel Castro em seu domínio sobre Cuba. Esses são apenas alguns exemplos que demonstram a fusão que, segundo Lenin, era necessária entre um partido de vanguarda e o controle de um meio de comunicação de massa, a fim de usurpar e, então, manter a hegemonia política sobre uma sociedade.

A Necessidade da Cheka

Por fim, embora não tenha sido especificamente mencionado em “Por Onde Começar”, Lenin acrescentou, de fato, um terceiro princípio à sua fórmula de “agendamento” revolucionário pouco depois de tomar o poder na Rússia, em 1917: reprimir a formação de uma oposição política e de qualquer agenda política alternativa, por todos os meios que fossem necessários.

Cabe observar que os dois primeiros princípios da teoria de Lenin dependiam, de modo geral, do livre arbítrio dos que escutassem a mensagem revolucionária para ponderar e tomar decisões sobre o que ele buscava transmitir. Em consequência, o êxito dos esforços de propaganda e agitação descritos por Lenin em “Que Fazer?” dependia, para sua efetividade, da habilidosa elaboração e distribuição de mensagens, aliadas a atividades persuasivas. Parafraseando Shaw e McCombs, essas eram técnicas voltadas a restringir o universo de assuntos sobre as quais o público-alvo seria, coletivamente, instigado a considerar.

Os “Camisas Pardas” da SA ateiam fogo na bandeira negra, vermelha e dourada da recém-estabelecida República de Weimar nas ruas de Berlim, Alemanha, em 30 Jan 33. Os integrantes da SA usavam uniformes marrom claro e eram, frequentemente, empregados por autoridades do partido nazista para dispersar reuniões de adversários políticos, especialmente comunistas, e atacá-los em combates de rua. (Foto cedida por Bildarchiv Preussischer Kulturebesitz)

Contudo, Lenin não se satisfez em depender do livre arbítrio de um público para aceitar ou rejeitar sua agenda, ou pauta, revolucionária, o que teria apenas deixado em aberto a possibilidade de que outros programas políticos concorrentes a usurpassem, por meio de uma organização e mensagens mais atrativas e habilidosas. Assim, o último princípio do modelo teórico de Lenin é a coerção direta. Após tomar o poder sobre a Rússia, Lenin imediatamente ordenou que o leal e implacável bolchevique Felix Dzerzhinsky instituísse a Comissão Extraordinária de Combate à Contrarrevolução e à Sabotagem. Estabelecida em 20 de dezembro de 1917 com o nome de Cheka, tinha por única finalidade impedir o surgimento de uma oposição política ao domínio bolchevista. As táticas empregadas, apoiadas pelo Estado, incluíam ridicularizar publicamente os adversários políticos; censurar e apossar-se dos meios de comunicação; vandalismo, intimidação e agressões físicas; sequestros, tortura e assassinato. Durante a campanha de “Terror Vermelho” de Lenin, estima-se que entre 12 mil e 200 mil adversários políticos tenham sido mortos, conforme ele foi “apertando o laço” em torno da agenda pública14. Além disso, ao mesmo tempo que adotava medidas para esmagar os adversários políticos, a Cheka caminhava de braços dados com o recém-formado ministério de propaganda estatal, para assegurar que a agenda pública fosse definida pelo próprio Lenin e ninguém mais. Munido de um disciplinado partido de vanguarda, do controle estatal dos veículos de comunicação por meio do ministério de propaganda e da Cheka em operação, Lenin passou a não mais depender exclusivamente dos caprichos da persuasão para influenciar o pensamento independente e o livre arbítrio entre as massas russas a fim de definir a agenda estatal (veja a figura 4).

Partidários do “Partido Comunista Revolucionário, EUA” queimam a bandeira norte-americana em frente aos portões da Arena Quicken Loans em Cleveland, Ohio, em 20 Jul 16. (Foto de Adrees Latif, Reuters)

Subsequentemente, a Cheka tornou-se o modelo adotado por outros governos socialistas e fascistas, assim como vários outros regimes autoritários. Por exemplo, observando cuidadosamente a fórmula de Lenin, o ditador italiano Benito Mussolini estabeleceu uma organização secreta com a mesma missão de esmagar a oposição política e da mídia após tomar o poder. Não surpreende que, em um visível tributo a Lenin, ele tenha apelidado a organização de Cheka15. Imitando, por sua vez, Mussolini, os Nacionais-Socialistas da Alemanha estabeleceram, primeiro, os “Camisas Pardas” e, logo em seguida, a Gestapo, sendo ambas as organizações calcadas nos modelos italiano e soviético da Cheka.

Se estivesse vivo hoje, que organizações Lenin reconheceria como herdeiras do conceito de Cheka criado por ele? A resposta: organizações como a Cheka estão por toda a parte hoje em dia, sendo instrumentos convencionais de todo Estado autoritário importante, incluindo a China, o Irã, a Coreia do Norte, a Venezuela e Cuba, entre outros. Como herdeiras da Cheka, essas entidades operam, de modo geral, segundo a metodologia leninista, sendo principalmente dedicadas a eliminar ou impedir o surgimento de qualquer indício de oposição política aos seus respectivos regimes, por mais inofensivo ou remoto que um desafio pareça.

Talvez mais significativo é o fato de que o espectro da brutalidade vingativa de Lenin para com seus adversários passou hoje a ser típico de muitos grupos de ativismo político supostamente não violentos que atuam em Estados estáveis do Ocidente. Tais organizações empregam táticas de intimidação leninistas que, ainda que não cheguem aos mesmos níveis de violência da Cheka e dos “Camisas Pardas”, refletem, não obstante, sua intolerância e metodologia, em seus esforços obstinados de reprimir a oposição política e a ameaça de que pautas concorrentes surjam de outras organizações.

Essas táticas coercitivas incluem, cada vez mais, a utilização da internet e das mídias sociais para um incessante assédio a indivíduos. Incluem, ainda, o uso sistemático de processos infundados nos tribunais; manifestações; piquetes; perseguições; desobediência civil voltada a perturbar a ordem e segurança pública; vandalismo; interrupção de assembleias públicas, incluindo esforços concentrados para impedir que os adversários políticos consigam conduzir comícios públicos ou proferir discursos; e a exposição pública ao ridículo, organizada por meio da mídia eletrônica (especialmente pela obtenção de apoio de veículos da mídia de entretenimento). Além disso, também se empregam, às vezes, a intimidação contra indivíduos ou parentes, ataques físicos esporádicos e uma variedade de outras atividades que visam a impedir um adversário político de efetivamente organizar e agitar a massa em prol de uma pauta política alternativa. Por exemplo, os esforços organizados recentemente nos EUA por diversos grupos com o objetivo de prejudicar ou provocar o cancelamento de vários comícios políticos por meio da violência e de ameaças durante o atual ciclo eleitoral norte-americano ilustram a contínua influência da metodologia da Cheka, criada por Lenin, sobre as organizações de base e os grupos de interesse internos.

Conclusão

Quando os oficiais militares examinarem o panorama das concorrentes causas ativistas internas de insurgência, terrorismo e agressão (incluindo as organizações e técnicas por trás das chamadas “Revoluções Coloridas”) ao longo de todo o espectro global, a lição a ser extraída é a de que nenhum movimento de caráter político conseguirá sobreviver muito tempo sem ser liderado por um partido de vanguarda e sem ter o controle (ou total apoio) de pelo menos um meio de comunicação influente, para a organização, propaganda e agitação em prol da causa. Esses movimentos ficarão incapacitados, a menos que obtenham a capacidade proativa de impedir o surgimento de uma oposição política ou de suprimir seus adversários políticos — caso surjam — pela força, assédio ou exposição ao ridículo.

Em consequência, em Estados instáveis e autoritários ou não democráticos, quanto mais próximo um movimento político estiver de alcançar a situação ideal — de ser liderado por um partido de vanguarda bem organizado, que possa influenciar os líderes de opinião e que controle ao menos um meio de comunicação de massa influente — e quanto maiores forem seus meios de intimidar (ou até esmagar) os adversários políticos por meio de táticas violentas semelhantes às da Cheka, maior será a probabilidade de que o partido obtenha o controle efetivo sobre o Estado. Da mesma forma, em Estados políticos estáveis e não autoritários, quanto mais próximo um interesse político estiver do ideal de manter a conivência entre um partido de vanguarda formado por organizadores e agitadores profissionais dedicados em tempo integral ao lobby e agitação e pelo menos um grande meio de comunicação (que esteja praticamente sob seu controle) — além de contar com meios para intimidar e silenciar os concorrentes políticos mediante várias táticas de intimidação e assédio —, maior a probabilidade de que ele seja capaz de dominar e ditar a pauta pública interna da comunidade ou Estado.

Os oficiais e sargentos mais antigos dos EUA devem se familiarizar com a origem e o emprego dos princípios e táticas de ativismo revolucionário criados por Lenin, já que são frequentemente empregados, hoje em dia, por insurgentes, regimes autoritários e muitos grupos internos de lobby e organizações de base, constituindo uma ameaça à segurança nacional. Além disso, essas atividades são aliadas, frequentemente, às chamadas operações cinéticas, com o objetivo de obter maiores efeitos psicológicos e estratégicos. Munidos desse conhecimento, os planejadores militares serão capazes de planejar e operar mais efetivamente no atual ambiente complexo, ao entenderem como importantes componentes do ativismo político dos adversários são utilizados, muitas vezes, de uma forma sistemática e sincronizada para alcançar objetivos políticos.

Referências

  • Epígrafe. Roger Trinquier, Modern Warfare: A French View of Counterinsurgency (London: Pall Mall Press Ltd., 1964), p. 4.
  1. Paul F. Lazarsfeld, Bernard Berelson e Hazel Gaudet, The People’s Choice, 2nd ed. (New York: Columbia University Press, 1948), p. 137; Elihu Katz, “The Two-Step Flow of Communication: An Up-To-Date Report on an Hypothesis”, The Public Opinion Quarterly 21, no. 1 (Spring 1957): p. 61–78 (edição comemorativa de 20 anos de pesquisas de opinião pública); Elihu Katz e Paul F. Lazarsfeld, Personal Influence, The Part Played by People in the flow of Mass Communications (New Brunswick, NJ: Transaction Publishers, 2006), p. 31–42.
  2. George M. Beal e Joseph M. Bohlen, “The Diffusion Process” supplement to North Central Regional Publication No. 1 of the Agricultural Extension Services, How Farm People Accept New Ideas, Special Report 15 (Ames, IA: Iowa State University, 1981), acesso em 15 ago. 2016, http://www.soc.iastate.edu/extension/pub/comm/SP15.pdf. A relativa influência de líderes de opinião em comparação com a dos meios de comunicação foi analisada em um estudo conduzido em 1959 pelos pesquisadores Joe Bohlen e George Beal, da Iowa State University, que concluíram que mudanças de opinião podem ser explicadas por um processo decisório aparentemente composto de cinco etapas, fato observado entre grupos de agricultores que consideravam a adoção de uma nova espécie de milho híbrido. Identificaram as seguintes etapas: consciência; informação ou interesse; avaliação; experiência; e adoção. Concluíram que os meios de comunicação exercem um importante papel nos primeiros dois estágios (consciência e informação ou interesse); contudo, desempenham uma função de menor importância nos últimos três estágios, em que os líderes de opinião que se comunicam por meio do contato interpessoal se tornam os principais fatores que levam a mudanças de opinião e comportamento.
  3. Maxwell E. McCombs e Donald L. Shaw, “The Agenda-Setting Function of Mass Media”, Public Opinion Quarterly 36(2) (1972): 174, doi:10.1086/267990, apresenta a primeira instância desses estudos; para obter mais exemplos, veja Maxwell E. McCombs, Setting the Agenda: The Mass Media and Public Opinion, 2nd ed. (Malden, MA: Polity, 2014); veja também Donald L. Shaw, Bradley J. Hamm e Thomas Terry, “Vertical vs. Horizontal Media: Using Agenda-Setting and Audience Agenda-Melding to Create Public Information Strategies in the Emerging Papyrus Society”, Military Review 86(6) (2006): p. 13–25.
  4. Donald L. Shaw, Thomas C. Terry e Milad Minooie, “Military Communication Strategies Based on How Audiences Meld Media and Agendas”, Military Review 95, no. 6 (November-December 2015): p.17
  5. Stanley Pierson, Marxist Intellectuals and the Working-Class Mentality in Germany, 1887-1912 (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1993), p. 33, p. 60–63; Karl Marx, Contribution to the Critique of Political Economy (Moscow: Progress Publishers, 1859), Preface; Cyril Smith, “Kautsky and ‘Revisionism’; Philosophy and Bolshevism”, Marx at the Millennium website, acesso em 16 August 2016, https://www.marxists.org/reference/archive/smith-cyril/works/millenni/smith2.htm; Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto of the Communist Party (New York: Rand School of Social Science, 1919), p. 28, acesso em 16 ago. 2016, https://books.google.com/books/about/Manifesto_of_the_Communist_Party.html?id=TZE4AQAAMAAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&hl=en#v=snippet&q=grave-diggers&f=false. Marx afirma: “[A burguesia] produz, antes [de mais nada], o seu próprio coveiro. O seu declínio e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis”. Peter G. Stillman, “The Myth of Marx’s Economic Determinism”, site Marx Myths and Legends, April 2005, acesso em 16 ago. 2016, https://www.marxists.org/subject/marxmyths/peter-stillman/article.htm. [Trecho traduzido extraído de https://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/cap1.htm — N. do T.]
  6. Dick Geary, Karl Kautsky (Manchester, UK: Manchester University Press, 1987), p. 3–14, p. 16–17, p. 20–29; Smith, “Kautsky and ‘Revisionism’”, site Marx at the Millennium.
  7. James E. Connor, ed., Lenin on Politics and Revolution, Selected Writings (New York: Pegasus, 1968), p. 189–95.
  8. Ibid., p. 195.
  9. Vladimir Ilyich Lenin, “What Is To Be Done?”, in Lenin on Politics and Revolution, ed. James E. Connor, p. 31–78. [Os trechos traduzidos foram extraídos da versão em português disponível no site https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/index.htm — N. do T.]
  10. Connor, Lenin on Politics and Revolution, p. 62, p. 67. [Extraído de https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/cap04.htm — N. do T.]
  11. Sayyid Qutb, “Introduction”, Milestones (Charleston, SC: CreateSpace Independent Publishing Platform, 1 January 2005), acesso em 17 ago. 2016, https://drive.google.com/file/d/0B9UK4WbD_y24UTJhVG1OeGRTTlk/view?pli=1.
  12. Saul Alinsky, Rules of Radicals: A Pragmatic Primer for Realistic Radicals (New York: Vintage Books, 1971), p. 37. [Os trechos traduzidos das Teses de Abril foram extraídos de http://www.pstu.org.br/lenin-e-as-%c2%91teses-de-abril%c2%b4/ — N. do T.]
  13. Lenin, “What is to Done? The ‘Plan’ For an All-Russia Political Newspaper”, Marxists Internet Archive website, acesso em 17 ago. 2016, https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1901/witbd/v.htm. [Extraído de https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/quefazer/cap05.htm — N. do T.]
  14. “The Cheka”, site Alpha History, acesso em 17 ago. 2016, http://alphahistory.com/russianrevolution/cheka/#sthash.vGOssXfL.dpuf.
  15. Brenda Haugen, Mussolini, Fascist Italian Dictator (Minneapolis: Compass Point Books, 2007), p. 68–69.

O Coronel William M. Darley, da reserva remunerada do Exército dos EUA, serviu durante 31 anos no componente da ativa do Exército dos EUA. Concluiu o bacharelado na Brigham Young University em 1977, como parte do programa ROTC (de formação de oficiais da reserva). Trabalha, atualmente, como editor na Military Review.

Primeiro Trimestre 2017