Military Review

 

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China Contemporânea

Conflito, e não Competição

Timothy L. Faulkner

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Solenidade de encerramento do Exercício <em>Vostok</em> 2018, no Campo de Treinamento de Tsugol, no leste da Sibéria, Rússia, em setembro de 2018. O exercício envolveu tropas russas, chinesas e mongóis. A participação chinesa incluiu 3 mil militares, 900 carros de combate e viaturas militares e 30 aeronaves. (Foto cedida pelo Gabinete da Presidência da Rússia)

Qualquer avaliação de que os Estados Unidos da América (EUA) e a China estejam competindo entre si e não travando um conflito é falha e reflete uma fundamental falta de entendimento quanto aos principais estados finais desejados pelos chineses nos níveis operacional e estratégico. Dentro do Departamento de Defesa dos EUA, esse entendimento errôneo se origina, em parte, de duas abordagens equivocadas em relação à China. Primeiro, a atual doutrina conjunta norte-americana não contém conceitos operativos conjuntos que integrem todas as Forças Armadas e domínios, nem coloca os EUA em uma posição de vantagem para um conflito. Segundo, e mais importante, compreendemos mal a abordagem chinesa em relação à guerra. Conforme afirmaram Qiao Liang e Wang Xiangsui em Unrestricted Warfare [intitulado “Guerra Além dos Limites”, no Brasil — N. do T], os novos princípios de guerra já não são o “emprego da força armada para compelir um inimigo a submeter-se à nossa vontade”, e sim “a utilização de todos os meios, militares e não militares, letais e não letais, para compelir um inimigo a submeter-se aos nossos interesses”1. Seria bom se compreendêssemos melhor essa mentalidade.

A maioria dos funcionários do Departamento de Defesa tende a classificar a atual situação com a China como uma competição. Contudo, defendo que, em vez de uma competição, que implica um estado estável, estamos em um estágio maduro de conflito. Ainda que essa postura polêmica possa causar um certo desconforto em vários departamentos do governo norte-americano, ela é plausível quando aplicamos o processo mental chinês à atual situação dos EUA e aceitamos que a visão de mundo da China nos leva a calcular mal suas intenções.

Para corrigir o entendimento equivocado sobre “competição ou conflito”, é preciso considerar a vasta expansão chinesa de suas capacidades militares tanto pelo prisma das referências históricas quanto pelos atuais objetivos políticos da nação. Os objetivos políticos publicados pela China definem, claramente, suas metas estratégicas de tornar-se a primeira potência mundial. Essas metas estão alinhadas com os aniversários de cem anos de fundação do Partido Comunista da China (PCC) e do Estado comunista em 2021 e 2049, respectivamente.

Os objetivos militares incluem planos para armas avançadas, que, até 2021, proporcionarão à China uma posição de vantagem na “primeira cadeia de ilhas” (ou “primeiro arquipélago”), uma área que se estende do Japão para o Mar do Sul da China (veja a figura 1). Ademais, até 2035, a China planeja contar com Forças Armadas totalmente modernizadas, com uma posição de vantagem no Pacífico; e, até 2049, o regime pretende que o país seja rico e poderoso, desafiando e, possivelmente, impondo sua vontade a todas as democracias na região do Indo-Pacífico2.

Figura 1. Fronteiras Geográficas da Primeira e Segunda Cadeia de Ilhas. (Figura do Gabinete do Secretário de Defesa, Annual Report to Congress: Military Power of the People’s Republic of China, 2006 (Washington, DC: Department of Defense, 2006); a representação das fronteiras não é necessariamente oficial)

Além disso, o sistema político chinês criou Forças Armadas para o propósito específico de derrotar os EUA. O regime liderado pelo Presidente Xi Jinping quer suplantar os EUA no Pacífico e mudar a ordem mundial existente. Aliadas ao crescimento econômico chinês, as Forças Armadas modernas e capazes do regime garantem que o conflito com os EUA persistirá durante as próximas duas décadas. O foco da China está em destituir, e não em substituir, nesse atual conflito. Essa destituição é um componente da remoção dos EUA de sua posição de guardião do Indo-Pacífico e do domínio público internacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

As ambições da China não se restringem ao Indo-Pacífico. A nação também quer destituir os EUA mundialmente, a fim de exercer total influência social, cultural, ideológica e econômica como potência mundial. O estado final estratégico da China é ser tanto um poder hegemônico regional quanto uma superpotência mundial, conferindo ao país a vantagem socioeconômica, poder e influência almejados. Até recentemente, a China foi capaz de levar adiante esse plano com a criação de ilhas artificiais no Mar do Sul da China, que contribuem para o êxito no atual e futuro conflito com os EUA. A China conduz o conflito com os EUA por meio de uma vasta expansão militar, aprimoramento de sua integração conjunta, coerção política de vizinhos regionais e uma abordagem deturpada do “governo como um todo” (whole-of-government) em sua concepção de mundo de longo prazo, que inclui a supremacia no Pacífico e, futuramente, uma ordem mundial totalitária.

Essa ordem mundial usa a intimidação militar em apoio à coerção econômica, benefícios políticos transacionais e instrumentos letais e não letais para sustentar sua atual campanha. Criando desafios adicionais para as forças norte-americanas, os chineses empregam a espionagem econômica, o roubo intelectual, as operações cibernéticas e a espionagem acadêmica para mitigar as vantagens tecnológicas dos EUA e privá-los de uma retaguarda tradicional.

A Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia foram conflitos terríveis, mas não se comparam ao potencial de guerra das capacidades militares e civis em todos os domínios que os chineses estão desenvolvendo.

Caso não entendam ou levem esse conflito a sério, os EUA sofrerão graves consequências, como aconteceu com a entrada da China na Guerra da Coreia. A história pode elucidar outros casos em que os EUA abordaram uma crescente ameaça com uma mentalidade de competição em vez de conflito. Imagine se os EUA tivessem adotado uma abordagem de conflito para lidar com a tomada de terras por Adolf Hitler ou com as invasões imperialistas japonesas na Coreia, China e outras nações do Pacífico antes da Segunda Guerra Mundial. Se o Almirante japonês Isoroku Yamamoto não houvesse atacado Pearl Harbor, os EUA teriam chegado a um acordo de “competição” com o Japão Imperial? Nesse caso, o que isso teria significado para a futura ordem mundial e, mais importante, para a segurança nacional dos EUA?

A Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia foram conflitos terríveis, mas não se comparam ao potencial de guerra das capacidades militares e civis em todos os domínios que os chineses estão desenvolvendo. Essas capacidades incluem armas, como os mísseis DF21 e DF26, que podem eliminar um grupo de ataque de navio-aeródromo (carrier strike group – CSG), uma ala aérea ou uma brigada do Exército em uma questão de segundos. Por outro lado, essas capacidades podem estabelecer as condições necessárias para o controle das linhas de comunicação marítimas e aéreas com ilhas artificiais no Mar do Sul da China, onde passa mais de um terço do transporte marítimo global3. Essas capacidades e melhorias permitirão que a China se aposse, paulatinamente, do Indo-Pacífico sem disparar um único tiro, por meio de uma campanha de informação metódica e posicionamento de uma sofisticada rede de empresas estatais que controlam os setores de energia, telecomunicações, saúde, sistemas informacionais e propriedade intelectual de outros países.

O atual conflito com a China se desenrola em todos os domínios e é diferente de tudo o que os EUA já enfrentaram. Infelizmente, poucas pessoas parecem estar considerando as consequências. Conforme afirmou o antigo Chefe de Operações Navais, Almirante Gary Roughead, “Não pensamos sobre as consideráveis perdas de capital que acontecerão — e o fato de que o povo norte-americano não está preparado para isso”4.

O modo pelo qual enfrentarmos a ameaça representada pela China agora determinará a posição dos EUA no século XXI e além. Assim, os EUA precisam reconhecer que estão participando de um “jogo infinito”, como afirmou Simon Sinek em sua apresentação sobre liderança na sede do Comando de Operações Especiais dos EUA5. Jogos infinitos são aqueles em que os participantes querem seguir jogando, em comparação com um jogo finito, em que os jogadores buscam uma vitória no curto prazo. Nas competições, o participante de um jogo finito acredita que pode haver uma clara vitória no curto prazo. Essa mentalidade não se aplica ao caso da China. Os jogos infinitos são “soma zero”: o país está, necessariamente, à frente ou atrás em termos militares, e não há nenhum possível cenário “ganha-ganha”. Aplicando esse conceito ao atual conflito e no contexto das operações em múltiplos domínios, os EUA ou estariam em uma posição de vantagem ou de desvantagem; atualmente, estão em desvantagem.

Nesse conflito infinito, precisamos aceitar o fato de que haverá posições de vantagem, e é fundamental que os EUA possam restringir a capacidade de manobra da China ou obter uma vantagem permanente. É crucial desafiar a China em todos os domínios tradicionais: terrestre, aéreo e marítimo. Contudo, é igualmente importante desafiá-la nos domínios não tradicionais da inteligência, informação, influência, cibernética e espaço (intelligence, information, influence, cyber, and space — I3CS). O conflito que a China vem conduzindo conferiu-lhe uma posição de vantagem em áreas tradicionais e não tradicionais, a qual, caso não seja refreada, lhe permitirá obter, até 2050, a ascendência em termos do poder diplomático, de inteligência, militar e econômico. Não se quer dizer com isso, porém, que esses resultados sejam inevitáveis. Entender a história chinesa, seus objetivos perseguidos em todos os domínios, a transformação do Exército de Libertação Popular (ELP), uma abordagem do “governo como um todo” e o emprego da força militar proporcionará informações essenciais sobre como as forças norte-americanas poderão obter a posição de vantagem nesse conflito.

A História é Religião

“Para o povo chinês, a história é a nossa religião”, escreveu o autor chinês Hu Ping6. Essa afirmação é a chave para estudar a história da China, entender o futuro que ela idealiza para si própria e aumentar a capacidade dos EUA para conhecer o inimigo. Dois importantes marcos ligam a história da China às dinastias Song (960-1279) e Qing (1636-1912). Durante esses dois períodos, a China foi reunificada e, durante a dinastia Song, a nação produziu várias inovações tecnológicas significativas, como a impressão em larga escala, a bússola magnética, a pólvora e o papel-moeda7. A China de hoje busca, mais uma vez, liderar o mundo no campo das inovações, incluindo as áreas de inteligência artificial e comunicação quântica. Como no passado, muitas dessas tecnologias são de emprego dual, civil e militar. O que é mais importante, todas essas capacidades são essenciais para que o ELP se torne uma força armada de primeira ordem.

Com a intenção de intimidar, atemorizar e aliciar outros países e regiões, incluindo a Mongólia, Tibete, Ásia Central e Taiwan, obtendo sua submissão (ou pelo menos anuência), o Presidente Xi Jinping faz referências à dinastia Qing para lembrar a seu povo e aos países vizinhos o passado de glória econômica e cultural da China8. Sua capacidade para tirar proveito de fundamentos históricos forma seu esquema para revitalizar a ascendência chinesa. Referências históricas recentes retratam a determinação chinesa de dominar a região Ásia-Pacífico e além. As políticas de isolamento, os objetivos perseguidos em todos os domínios, a transformação do ELP e a abordagem do “governo como um todo” explicam melhor os esforços da China.

Isolamento. O isolamento desempenha um papel fundamental no pensamento estratégico chinês. Em 1989, o Almirante chinês Liu Huaqing, fundador da Marinha do Exército de Libertação Popular (MELP), mudou o foco da Força para uma estratégia de defesa marítima (offshore), delineando uma série de fases9. Na fase 1, a MELP controlaria a “primeira cadeia de ilhas”, incluindo o Mar do Sul da China, o Mar do Leste da China e o Mar Amarelo até o ano 200010. Na fase 2, a MELP ampliaria seu controle para a “segunda cadeia de ilhas” além de Guam até 2020 (veja a figura 1)11. Na fase 3, o objetivo é para que a MELP se transforme em uma marinha global até 205012. A visão de Liu é um excelente exemplo da convicção comum entre os chineses de que seu lugar por direito é controlar e dominar sua região e o mundo. Segundo as declarações sobre políticas chinesas, o caminho para o sucesso é conduzir uma guerra prolongada, boa parte da qual será indireta e não cinética, para suplantar a liderança dos EUA no Pacífico e ditar a nova ordem mundial totalitária da China.

A pressa da China em construir ilhas ao longo de importantes linhas de comunicação marítimas e aéreas não é nenhuma coincidência. Os chineses as construíram intencionalmente para conferir ao ELP a capacidade de controlar a “primeira cadeia de ilhas”, oferecendo proteção contra o domínio aéreo e marítimo norte-americano. A combinação da geografia com a recente militarização dessas ilhas artificiais permite que a China usufrua de uma posição de vantagem, capacitando o país a enfrentar os EUA no mar e no ar. Além disso, a China assumiu uma postura agressiva contra os aliados e parceiros dos EUA, desafiando qualquer nação que chegue a menos de 12 milhas marítimas de suas ilhas artificiais na “primeira cadeia de ilhas”13. Com essas ações, a China aumentou sua capacidade para controlar uma área onde US$ 3,37 trilhões, ou 21% do comércio global, e 30% do transporte marítimo de petróleo bruto do mundo, bem como inúmeras embarcações de pesca, transporte e navais e cabos de comunicação submarinos, precisam passar (veja a figura 2)14.

Figura 2. Principais Fluxos Comerciais de Petróleo Bruto no Mar do Sul da China durante 2016 (números em milhões de barris por dia). (Figura da U.S. Energy Information Administration, baseada em Clipper Crude Data Service e IHS EDIN; o total engloba pequenos fluxos, de menos de 0,1 milhão barris por dia, não incluídos no mapa)

Para piorar a situação, o caráter obsessivo e a preocupação da China com acontecimentos na península coreana e em Taiwan, além de disputas de fronteiras com outros vizinhos, como a Índia, levaram o Presidente Xi Jinping a declarar, durante o 19o Congresso do PCC em 2017 que o ELP deve “se preparar para um conflito militar em todas as direções estratégicas e que as Forças Armadas eram essenciais para alcançar a revitalização nacional da China”15.

Objetivos em todos os domínios. A China se vale de fatos falsificados para manter sua influência, ao mesmo tempo que desenvolve uma capacidade semelhante nos domínios I3CS. Como no caso dos domínios tradicionais, o objetivo é sobrepujar e derrotar os EUA nos domínios não tradicionais I3CS.

A China desenvolveu uma primeira camada de proteção de inteligência que começa com sua própria população, controlando, assim, o domínio informacional interno. A implementação dessa camada de inteligência é especialmente evidente na forma pela qual o país emprega as mídias sociais, o que ajuda a esclarecer o complexo aparato de inteligência que a nação desenvolveu para seus cidadãos. Na China, o Ministério de Segurança do Estado controla todos os aspectos da internet, e os cidadãos que não obedeçam às restrições são colocados em uma lista de pessoas proibidas de voar ou, pior ainda, são reeducados em vários campos de concentração comunistas16.

Na camada de inteligência seguinte, a China conduz a vigilância externa, concentrada em países-chave na região Ásia-Pacífico, ampliando-a, então, para áreas com valor estratégico, como o Canal do Panamá e o Oriente Médio. O aparato de inteligência dá início, então, à preparação de inteligência do ambiente para facilitar a busca de informações e a influência necessária para alcançar o estado final desejado no nível estratégico. Parte dessa preparação de inteligência se dá nos domínios cibernético e espacial.

Uma rede de empresas estatais, firmas privadas e centros confucionistas fornece plataformas para buscar informações e influenciar governos e populações locais. Os chineses também controlam plataformas de mídia que promovem suas narrativas. Além disso, buscam expandir sua influência com a venda de tecnologia militar sem questões de eficácia ou obrigação moral. (Dessa forma, mesmo que não lutemos contra os chineses amanhã, não há dúvida de que lutaremos contra seus sistemas de armas.)

Durante um desfile militar chinês em comemoração de 70 anos do final da Segunda Guerra Mundial, uma viatura militar transporta um veículo aéreo não tripulado Pterodactyl I diante da Porta da Paz Celestial (Tiananmen), em Beijing, 03 Set 2015. A China é o principal país exportador de sistemas aéreos não tripulados no mundo. Os baixos preços e a inexistência de restrições de exportação tornam os sistemas chineses especialmente interessantes para os mercados da Ásia, Ásia Central e África. (Foto de Jason Lee, Reuters)

A China também está tentando substituir os EUA no âmbito do ensino e treinamento militar internacional. Os chineses estão aptos e dispostos a treinar oficiais de todos os países onde a China pretenda desafiar os EUA. Acrescente-se o treinamento linguístico, e os chineses estão forjando, gradativamente, um caminho para que os líderes de países estrangeiros se alinhem com a China. Se todos os oficiais receberem treinamento da China, em lugar dos EUA, em que situação ficaremos caso um deles se torne ministro da defesa ou chefe de estado-maior das forças armadas?

Por fim, a vantagem global norte-americana depende, em grande parte, de que países soberanos permitam que os EUA estabeleçam bases ou sobrevoem seus países. A crescente influência chinesa pode impedir isso no futuro. A abordagem voltada para todos os domínios da China é uma importante base para a transformação holística de sua força conjunta.

Transformação do ELP. A transformação do ELP teve como base a incapacidade da China para enfrentar as forças norte-americanas na crise do Estreito de Taiwan em 1996 e sua observação das operações militares dos EUA nos conflitos do Oriente Médio. O estrategista militar chinês Sun Tzu afirmou: “Conhece-te a ti e ao teu inimigo e, em cem batalhas que sejam, nunca correrás perigo”17. A China moderna tem considerado isso seriamente. Os chineses não só estudaram, roubaram e observaram todos os materiais disponíveis acerca do desempenho dos EUA em conflitos, como também tomaram decisões cruciais de não deixar que as forças do ELP se baseassem exclusivamente no Exército.

Os chineses reformaram as unidades tradicionais do ELP de modo que elas atuem de forma conjunta e integrem todas as capacidades conjuntas e capacidades não tradicionais, incluindo inteligência; operações de informação; e guerra eletrônica, espacial e cibernética. O ELP não só alinhou seus comandos conjuntos no nível do teatro de operações para combater em complexos ambientes conjuntos, mas também melhorou amplamente suas capacidades em armas18. Sua capacidade para empregar armas sofisticadas é reforçada por uma rede de inteligência, vigilância e reconhecimento que proporciona aos comandantes inteligência em tempo real para facilitar a tomada de decisões19. A China também aumentou suas capacidades no campo de batalha mediante a criação de uma forte rede que movimenta dados por todos os domínios.

A China sabe que equipamentos, por si só, não farão do ELP uma força poderosa; é preciso treinamento e integração. Desde 2012, a China tem conduzido rodízios de unidades de armas combinadas com uma “força azul” oponente em seus centros de adestramento. Esses treinamentos não seguem um roteiro e enfatizam a autonomia dos comandantes de pequeno escalão, à semelhança dos centros de adestramento para o combate norte-americanos. Em 2015, os comandantes do ELP determinaram que fossem efetuadas mudanças no treinamento das forças terrestres com base, em parte, nas lições aprendidas com esses rodízios20.

Esses ajustes no treinamento conferiram à China uma capacidade de combate conjunta semelhante à dos EUA. A conquista da integração de forças, a superação de barreiras culturais e a inclusão de análises pós-ação (APA) extremamente críticas são sinais que revelam maturidade militar. Uma oportunidade estratégica possibilitou que o ELP reinventasse sua capacidade de combate sem estar envolvido em uma guerra de maior proporção. Com uma força conjunta adestrada e capaz, o ELP está preparado para o emprego.

Abordagem do “governo como um todo”. A iniciativa chinesa “Um Cinturão, Uma Estrada” (One Belt One Road — OBOR) possibilita a “diplomacia da dívida”, tirando proveito de países que aceitam, descuidadamente, empréstimos que nunca poderão ser quitados (veja a figura 3). Além disso, o emprego de empresas estatais pela China é um modo essencial de usar os negócios chineses como fachada para uma capacidade permanente de inteligência ou fins militares. Mais uma vez, essa expansão global foi colocada em prática em Djibuti e, recentemente, em Sri Lanka21. A China realiza estudos detalhados de onde ela precisa de posicionamento militar, obtenção de valiosas linhas de comunicação marítimas, capacidade de resposta militar global e superioridade no estabelecimento de condições em acordos de cessão de terras.

Figura 3. Iniciativa “Um Cinturão, Uma Estrada”. (Figura e informações de Mercator Institute for China Studies [MERICS], maio de 2018. Tradução de legenda por Military Review)

A China hoje penetrou no Oriente Médio e na África e tem controle coercitivo sobre a posição estratégica de Sri Lanka no Oceano Índico. Essa iniciativa é só o começo, pois a China hoje pode concentrar-se em militarizar a “primeira cadeia de ilhas” e em influenciar os países na “segunda cadeia de ilhas”, o que tolheria, radicalmente, as tentativas das forças norte-americanas no Pacífico de participar de qualquer futuro conflito na região. O modo pelo qual a China utiliza órgãos governamentais para aumentar seu poder militar é inigualável. Os comandantes militares norte-americanos precisam reconhecer o modelo chinês, que mudou os meios do nível tático para o estratégico com um objetivo em mente: promover o estado final de potência mundial da nação. As Forças Armadas da China têm uma cadeia de comando diretamente ligada ao centro de gravidade da nação: o PCC. O ELP não só se subordina ao PCC, mas também lida com a segurança interna, conforme ficou evidenciado durante os distúrbios de 1989 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).

Com a atual abordagem do “governo como um todo”, os chineses não só têm utilizado todos os instrumentos de poder para reduzir, gradativamente, a influência norte-americana no Indo-Pacífico, mas também têm conseguido acelerar o desenvolvimento de armas, treinamento e a obtenção de terras ao longo de importantes linhas de comunicação aéreas e marítimas, com o intuito de gerar influência estratégica junto aos países parceiros dos EUA, para impedir que a região se torne livre e aberta22.

A estratégia incontestada da China, de “comprar amigos” ao fazê-los cair em uma “armadilha da dívida”, busca influenciar estrategicamente países que não tenham escolha em futuras parcerias diplomáticas e militares. Controlar o Pacífico é crucial, pois ele representa o “acidente capital” desse conflito, onde não só vive 70% da população mundial, mas também onde operam muitas das maiores economias do mundo.

“Alimentar a fera” é uma excelente analogia em termos de como uma nação desenvolve uma força de combate. O poder econômico chinês possibilitou a rápida ascensão de sua força militar. A modernização militar do ELP está centrada na obtenção de capacidades para enfrentar qualquer força dos EUA. O governo chinês aumentou seus gastos anuais em 10% entre 2000 e 201623. A economia chinesa impulsiona a transformação militar por meio do roubo de propriedade intelectual, boa parte do qual é possibilitado por seu aparato de inteligência. As atividades de inteligência da China no território continental dos EUA deveriam ser consideradas alarmantes. O uso de alunos chineses em importantes laboratórios de pesquisa para o roubo de propriedade intelectual e para a infiltração em empresas que conferem uma vantagem em combate para as forças dos EUA significa que os dias de inegável superioridade tecnológica norte-americana já acabaram. Os EUA terão de lidar com uma força que vem tentando penetrar todos os aspectos da vida norte-americana para o benefício do governo chinês. Ao considerarem sua capacidade de resposta global, os EUA precisam reavaliar a situação de suas forças avançadas para estarem em condições de desafiar o ELP em qualquer conflito.

A China aprendeu a nunca permitir que os EUA tenham a oportunidade de desdobrar tropas em países estratégicos, obrigando estes últimos a se submeterem às exigências chinesas. Esse fato ficou muito evidente com a Coreia do Sul, um dos mais fervorosos aliados dos EUA, quando a China organizou uma manifestação em massa contra empresas sul-coreanas em reposta ao emprego do sistema de defesa antimísseis balísticos Terminal High Altitude Area Defense — THAAD. Se até a Coreia do Sul pode ser pressionada, o que faria uma nação parceira que não fosse capaz de resistir à chantagem econômica da China? A resposta a essa pergunta é, provavelmente, o que a China quiser. A China se comprometeu, há muito tempo, a criar uma força militar capaz de desafiar os EUA por meio de conflitos globais e no Pacífico. Já estamos enfrentando conflitos no Pacífico.

Militar da MELP a bordo do Liaoning, primeiro navio-aeródromo chinês, durante sua visita a um porto militar por volta de 2013, no Mar do Sul da China, em Sanya, Província de Hainan, China. (Foto de Hu Kaibing, Xinhua)

Emprego da Força

A influência militar da China não se restringe à região do Pacífico. A China desdobrou forças em apoio às evacuações de não combatentes no Iêmen e na Líbia e forneceu patrulhamento naval contra a pirataria na costa da Somália24. Esses foram os primeiros passos na sua trajetória rumo ao poder global. A China pretende desenvolver capacidades militares em todo o planeta, e o desdobramento da força serve para muitas linhas de esforço vitais. Primeiro, demonstra a outras nações que o país tem a capacidade. Segundo, confere o posicionamento e o acesso para vender equipamentos militares fabricados na China. Por fim, remove as Forças Armadas dos EUA como parceiros preferenciais. É preciso que os norte-americanos entendam a profundidade do novo campo de batalha, que não está atrelada a fases militares rígidas ou a tradicionais meios de ataque letais, e percebam que os desdobramentos estratégicos da China guiam suas ações globais.

Sun Tzu oferece um modelo para se compreender a perspectiva chinesa sobre a guerra. O estudo detalhado das táticas, capacidades e pontos fracos norte-americanos por parte da China corresponde a três dos temas abordados por Sun Tzu: (1) “Conhece-te a ti e ao teu inimigo e, em cem batalhas que sejam, nunca correrás perigo”; (2) “Obter uma centena de vitórias [em uma] centena de batalhas não é o cúmulo da habilidade. Dominar o inimigo sem o combater, isso sim é o cúmulo da habilidade”; e (3) “evita a força e ataca os pontos fracos”25. Esses temas direcionam o pensamento estratégico a uma ampla campanha para vencer em conflitos, e a China está em um conflito. Aqueles que se opuseram à nação se viram diante de um confronto, como as Filipinas, em 2012, no incidente com a marinha no Mar do Sul da China, e, recentemente, em 2019, com os múltiplos incidentes de pesca em territórios disputados e o uso de milícias marítimas e da guarda costeira chinesa26.

Não devemos interpretar as campanhas militares anteriores da China na Coreia ou no Vietnã como fracassos. Essas derrotas táticas representaram vitórias estratégicas. Sim, a China sofreu perdas; entretanto, esses dois conflitos restauraram uma fronteira insular na Coreia do Norte e levaram o Vietnã a retirar-se de países no Sudeste asiático, restaurando as fronteiras entre Laos, Camboja, China e Vietnã. Devemos evitar a armadilha de pensar de um modo tático sobre conflitos passados, pois isso inibe nossa capacidade para pensar estrategicamente sobre futuros conflitos.

O ELP é uma força que foi desenvolvida com o propósito de derrotar as Forças Armadas dos EUA e que está diretamente subordinada ao PCC. O ritmo acelerado de seu desenvolvimento militar e testes de capacidades é preocupante. O desenvolvimento chinês de capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento; sua tecnologia de foguetes; sua projeção de força de tropas terrestres e marítimas; e seus caças de quinta geração se destinam a derrotar os EUA. Vencer de forma rápida e decisiva guia a estratégia militar chinesa. Independentemente do inimigo, a China quer que os conflitos armados terminem rapidamente e da forma menos sangrenta possível. Além disso, ela hoje crê ser capaz disso. No estágio atual do conflito, os chineses já estabeleceram as condições, com uma escalada drástica, para atingir objetivos estratégicos e produzir uma vitória rápida.

Os EUA hoje se veem em um conflito no qual o inimigo já alcançou e, possivelmente, vai superar suas capacidades até 2025. Os chineses estão criando condições nas áreas diplomática, econômica e informacional onde a maioria dos países relutará em apoiar o desdobramento de forças norte-americanas para enfrentar o ELP. A China entende que destruir as condições que possibilitam o apoio aos EUA é vital para derrotá-los. Romper alianças mediante o emprego de todos os elementos de poder é a forma de preparar o terreno para a derrota total dos EUA. No conflito com a China, entender as intenções militares e o emprego de força chineses é crucial para integrar uma campanha abrangente contra a nação. Sabemos o que a liderança chinesa fará porque ela nos disse repetidas vezes. Portanto, a pergunta diante de nós é simples: o que faremos em relação a isso?

Militar norte-americano utiliza binóculos de alta potência para observar uma embarcação da marinha chinesa a partir da ponte de comando do contratorpedeiro de mísseis guiados USS Sterett (DDG 104), classe Arleigh Burke, em 21 Set 2014, em missão na área de operações da 7a Frota dos EUA, no Oceano Pacífico. (Foto do Cb Eric Coffer, Marinha dos EUA)

Obtendo a Posição de Vantagem para os EUA neste Conflito

Os EUA e seus comandantes militares precisam entender que estamos em um conflito infinito e que, caso não sejam tomadas medidas imediatamente, a China estabelecerá as condições para obter uma posição de vantagem permanente no Indo-Pacífico. Os chineses não estão livres de pontos fracos. Demonstraram que suas intenções em todos os domínios são em benefício da revitalização do PCC. O partido possui vários pontos cegos na transformação do ELP, objetivos em todos os domínios e parcerias globais, os quais os EUA podem explorar a fim de se oporem às perigosas ambições da China.

Primeiro, em um país onde o público vive com medo do governo chinês, o uso das mídias sociais para a inteligência e a vigilância constante são evidências do controle do PCC. Entretanto, essas práticas também representam pontos fracos estratégicos. As Forças Armadas refletem os valores da sociedade e do público aos quais elas servem, e a vitória militar mais recente do ELP foi derrotar seu próprio povo em um protesto público na Praça da Paz Celestial. Além disso, as atuais operações contra os muçulmanos uigures ressaltam a disposição do PCC a impor sua vontade de controlar a narrativa nacional. Embora o governo chinês tente apagar esse terrível abuso dos direitos humanos, o público descobre a verdade. O público chinês registrou 131 milhões de viajantes em 2017. A maior parte das viagens tem como destino países com governos eleitos democraticamente e com liberdade de expressão, como a Coreia do Sul, Japão, EUA, Austrália e nações europeias27. Em consequência, embora o PCC tenha controle total, uma população exposta à verdade saberá, silenciosamente, que a narrativa do partido é falsa. Essa população preenche as fileiras militares e, com o tempo e com a influência norte-americana, isso poderia ser usado em benefício dos EUA.

Segundo, o PCC tem criticado continuamente as Forças Armadas chinesas por não seguirem estritamente a doutrina comunista. O PCC nunca obterá a total adesão dos militares, e isso o torna vulnerável. O PCC não compreende, plenamente, a agilidade militar necessária para cumprir tarefas operacionais e estratégicas e, muitas vezes, exige que o ELP busque objetivos que não são razoáveis ou factíveis.

Terceiro, apesar de sua transformação e das reformas militares, o ELP ainda requer muito treinamento e integração conjunta para tornar-se proficiente como força de combate. O ELP reconheceu que é incapaz de avaliar a situação do campo de batalha, entender a intenção dos comandantes de escalões mais elevados, tomar decisões operacionais, desdobrar tropas e reagir a situações imprevistas. O Presidente Xi Jinping descreveu “duas capacidades insuficientes” como a incapacidade de combater e de comandar em todos os níveis da guerra moderna28. Em contrapartida, os EUA se tornaram peritos na sincronização conjunta durante a Operação Desert Storm e hoje executam a integração conjunta. Uma verdadeira integração conjunta é o indicador de uma força militar profissional.

O Caminho a Seguir

Para ter êxito no atual e futuro conflito com a China, os EUA precisam ir além da atual integração conjunta e adotar, verdadeiramente, conceitos de operações conjuntas em múltiplos domínios que incluam todos os domínios de combate, sincronizados nas ações diplomática, informacional, militar e econômica. A realização de jogos de guerra focados em operações conjuntas em múltiplos domínios contra um rival com poder de combate equiparado deve passar a ser o padrão para todos os exercícios. Para explorar ainda mais a discrepância entre os países, o treinamento do Exército dos EUA precisa incluir um entendimento mais compartilhado e técnico sobre capacidades equiparadas. Em operações em múltiplos domínios, o Exército dos EUA terá de realizar efeitos não letais e letais contra alvos terrestres, aéreos e marítimos com poder de combate equiparado, assim como efeitos informacionais, cibernéticos e espaciais.

Além disso, as Forças Armadas norte-americanas precisam incluir todos os efeitos não letais, incluindo elementos de poder diplomáticos, econômicos e informacionais, para vencer nos conflitos e possibilitar que os EUA mantenham a posição de vantagem nesse conflito infinito. O Exército dos EUA precisa desdobrar suas forças a oeste da Linha Internacional de Data nas áreas dos Mares do Sul e do Leste da China, para realizar a preparação do ambiente, indicações e alertas e conduzir o apoio de inteligência aos efeitos não letais cibernéticos, espaciais e informacionais, antes de considerar efeitos letais.

Além disso, as coalizões e alianças dos EUA nunca foram tão cruciais. Cinco dos sete tratados de defesa mútua se referem ao Indo-Pacífico. A capacidade dos EUA para realizar exercícios com múltiplas coalizões lhes confere uma distinta vantagem. Todas as nações do Indo-Pacífico precisam de nosso apoio. A superioridade regional do ELP nos domínios terrestre, aéreo, marítimo, espacial, informacional e cibernético faz dos EUA a única força de equilíbrio contra a China. A capacidade dos EUA e de seus aliados para treinar, equipar e sincronizar esforços é crucial para todas as suas alianças e parcerias no Indo-Pacífico e todos os demais comandos geográficos e funcionais.

Pode-se e deve-se vencer esse conflito. É preciso ter uma posição de vantagem para estabelecer as condições para a vitória nesse conflito infinito. A coerção econômica, informacional e diplomática sustenta as relações transacionais da China com outras nações, em comparação com a mensagem dos EUA, de um Indo-Pacífico livre e aberto. Os EUA precisam assegurar aos seus aliados e parceiros de que estão comprometidos a combater a narrativa interna e externa da China nos próximos cem anos.

Apesar de sua tentativa de revisar a história (em apoio à tomada de territórios e construção de ilhas artificiais), o PCC ignora importantes aspectos de seu próprio passado. As dinastias chinesas eram corruptas e moralmente deficientes e conquistaram reinos sem nenhum respeito pelas fronteiras dos países ou pelos direitos humanos. A China não conta com o respaldo internacional para essas reivindicações e tem poucos aliados dispostos a oferecer apoio. Os EUA precisam neutralizar a posição de vantagem chinesa mediante a implementação de uma estratégia abrangente, que sincronize a abordagem do “governo como um todo”, desdobre tropas para realizar a preparação do ambiente no Indo-Pacífico e outros comandos geográficos, amplie os exercícios conjuntos que envolvam todos os domínios, apoie as forças armadas de aliados e parceiros e conduza a busca de alvos informacionais para combater a narrativa chinesa. O tempo urge, e os EUA podem ser os verdadeiros líderes nesse conflito.


Referências

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  2. Xi Jinping, “Secure a Decisive Victory in Building a Moderately Prosperous Society in All Respects and Strive for the Great Success of Socialism with Chinese Characteristics for a New Era” (discurso, 19o Congresso Nacional do Partido Comunista da China, Beijing, 18 out. 2017), acesso em 17 jul. 2019, http://www.xinhuanet.com/english/download/Xi_Jinping’s_report_at_19th_CPC_National_Congress.pdf.
  3. China Power Team, “How Much Trade Transits the South China Sea?”, China Power, atualização 27 out. 2017, acesso em 15 jul. 2019, https://chinapower.csis.org/much-trade-transits-south-china-sea/.
  4. David Lague e Benjamin Kang Lim, “Special Report: China’s Vast Fleet is Tipping the Balance in the Pacific”, Reuters, 30 Apr. 2019, acesso em 17 jul. 2019, https://www.reuters.com/article/us-china-army-navy-specialreport/special-report-chinas-vast-fleet-is-tipping-the-balance-in-the-pacific-idUSKCN1S612W.
  5. Simon Sinek, Leadership Development Discussion (discurso, U.S. Special Operations Command Commander’s Speaker Series, Special Operations Headquarters, Tampa, FL, Oct. 2018).
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  7. “China in 1000 CE: The Most Advanced Society in the World”, The Song Dynasty in China, Columbia University, acesso em 29 jul. 2019, http://afe.easia.columbia.edu/songdynasty-module/index.html. “Qing Dynasty (1644-1912)”, Asia for Educators: Timeline of Asia in World History, Columbia University, acesso em 29 jul. 2019, http://afe.easia.columbia.edu/tps/1750.htm#qing.
  8. Pamela Kyle Crossley, “Xi’s China is Steamrolling Its Own History”, Foreign Policy (site), 29 Jan. 2019, acesso em 17 jul. 2019, https://foreignpolicy.com/2019/01/29/xis-china-is-steamrolling-its-own-history/.
  9. Daniel Hartnett, “The Father of the Modern Chinese Navy—Liu Huaqing”, Center for International Maritime Security, 8 Oct. 2014, acesso em 17 jul. 2019, http://cimsec.org/father-modern-chinese-navy-liu-huaqing/13291.
  10. Ibid.
  11. Ibid.
  12. Ibid.
  13. China Power Team, “How Much Trade Transits the South China Sea?”
  14. Ibid.
  15. Xi, “Secure a Decisive Victory in Building a Moderately Prosperous Society”.
  16. Bureau of Democracy, Human Rights and Labor, Country Reports on Human Rights Practices for 2018 (Washington, DC: Department of State, 2018), p. 19-21, acesso em 25 nov. 2019, https://www.state.gov/wp-content/uploads/2019/03/CHINA-INCLUDES-TIBET-HONG-KONG-AND-MACAU-2018.pdf.
  17. Sun Tzu, The Art of War, trans. Thomas Cleary (Boulder, CO: Shambhala, 1 Jan. 2005). [O trecho traduzido foi extraído de Sun Tzu, A Arte da Guerra, tradução de Pietro Nassetti, São Paulo: Editora Martin Claret, 2001. — N. do T.]
  18. Office of the Secretary of Defense (OSD), Annual Report to Congress: Military and Security Developments Involving the People’s Republic of China 2017 (Washington, DC: Department of Defense, 15 May 2017).
  19. Ibid.
  20. Yang Yujin, “Defense Ministry’s Regular Press Conference on Jan. 29, 2015”, China Military Online, 29 Oct. 2015, acesso em 17 jul. 2019, http://english.chinamil.com.cn/news-channels/china-military-news/2015-01/29/content_6332211.htm.
  21. China Military Power: Modernizing a Force to Fight and Win (Washington, DC: Defense Intelligence Agency, 2019), p. 34.
  22. Office of the Spokesperson, “Advancing a Free and Open Indo-Pacific region”, U.S. Department of State, 18 Nov. 2018, acesso em 17 jul. 2019, https://www.state.gov/advancing-a-free-and-open-indo-pacific-region/. Em 2017, o Presidente Donald Trump anunciou a visão dos EUA, de um Indo-Pacífico livre e aberto, durante a Reunião de Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, no Vietnã.
  23. China Military Power, p. 20.
  24. Ibid., p. 4.
  25. Sun Tzu, The Art of War. [Os trechos traduzidos foram extraídos de Sun Tzu, A Arte da Guerra, tradução de Pietro Nassetti, São Paulo: Editora Martin Claret, 2001. — N. do T.]
  26. Richard Heydarian, “China-Philippines ‘Hit and Run’: Duterte’s Downplaying of the Incident is Sign of his Beijing Dilemma”, South China Morning Post (site), 17 Jun. 2019, acesso em 29 jul. 2019, https://www.scmp.com/week-asia/opinion/article/3014918/china-philippines-hit-and-run-dutertes-deafening-silence-sign-his.
  27. 2017 Outbound Chinese Tourism and Consumption Trends (New York: Nielson, 2017), acesso em 17 jul. 2019, https://www.nielsen.com/wp-content/uploads/sites/3/2019/05/outbound-chinese-tourism-and-consumption-trends.pdf.
  28. “Li Chunli: Focus on Solving the Problem of ‘Two Abilities Are Not Enough’”, People’s Liberation Army Daily, 30 Dec. 2014, acesso em 17 jul. 2019, http://theory.people.com.cn/n/2014/1230/c40531-26302150.html.

Timothy L. Faulkner é assessor sênior de inteligência de defesa na divisão de inteligência (G-2) do Comando do Exército dos EUA no Pacífico. Serviu, anteriormente, na seção de inteligência (J2 e D/J2) do Comando de Operações Especiais no Pacífico, Departamento da Marinha dos EUA, e como Chefe de Divisão no Comando da Região Indo-Pacífico – Nordeste da Ásia. Concluiu o bacharelado pela University of North Carolina at Chapel Hill e mestrados pela Central Michigan University e pelo U.S. Army War College. Durante sua carreira militar, serviu em várias funções de comando e como principal oficial de inteligência nos escalões batalhão a corpo de exército e junto a órgãos nacionais de inteligência e comandos conjuntos. Serviu em várias missões de apoio a campanhas no exterior.

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Primeiro Trimestre 2020