As Operações de Informação e as Atividades Cibernéticas e Eletromagnéticas do Exército dos EUA
Lições da Operação Atlantic Resolve
Ten Cel Matthew J. Sheiffer, Exército dos EUA
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Os adversários dos EUA usam as informações como uma arma para atacar os valores e as instituições que sustentam as sociedades livres, enquanto eles se protegem contra informações externas. […] os esforços dos EUA para enfrentar a exploração das informações pelos seus rivais têm sido esporádicos e fragmentados. Os esforços dos EUA não tinham um foco continuado e têm sido limitados pela falta de profissionais adequadamente treinados.
— Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, dezembro de 2017.
Depois das ações russas na Ucrânia, em 2014, o Exército dos Estados Unidos da Amércia (EUA) expandiu sua presença na Europa em apoio à Operação Atlantic Resolve — uma série de ações planejadas para reafirmar os laços entre os aliados da OTAN e dissuadir uma potencial agressão. O apoio do Exército dos EUA à essa operação evidenciou um conjunto de problemas que diminuem a capacidade de unidades táticas para combater e vencer no ambiente informacional. As barreiras existentes entre as capacidades relacionadas à informação (CRI) do Exército e sua efetiva sincronização contribuíram para agravar esses problemas. Considerando o que a National Security Strategy (“Estratégia de Segurança Nacional”), de dezembro de 2017, diz a respeito de como os adversários dos EUA usam as informações, o Exército deve considerar a contribuição das lições aprendidas durante a Operação Atlantic Resolve para ampliar as discussões sobre como o Exército combaterá e vencerá no ambiente informacional futuro.
Operações no Ambiente Informacional
Desde fevereiro de 2015, a 4a Divisão de Infantaria mantém desdobrado um elemento de Comando de Missão junto ao Exército dos EUA na Europa (USAREUR) em sistema de rodízio em apoio à Operação Atlantic Resolve1. Para o Exército dos EUA, essa operação inclui a combinação de uma presença contínua ao longo do flanco oriental da OTAN, participação ampliada nos exercícios conjuntos e combinados, além de atividades para demonstrar a competência e a capacidade dos EUA e da OTAN para manobrar com liberdade e conduzir a “ação decisiva”. Sob o controle do elemento avançado de Comando de Missão, as forças permanentes e as forças em rodízio do USAREUR executaram atividades sincronizadas para demonstrar o comprometimento dos EUA em face de suas obrigações coletivas de segurança, enviando sinais claros e visíveis acerca do poder de combate crível e capaz dos Estados Unidos e da OTAN.
O apoio à Operação Atlantic Resolve resultou na identificação de uma variedade de lições aprendidas e de melhores práticas em relação à sincronização das capacidades relativas às informações em um ambiente operacional disputado que envolve um adversário equiparável2. As barreiras entre as capacidades relacionadas à informação e a dificuldade em sincronizá-las de forma efetiva compromete as possibilidades de êxito das unidades táticas no ambiente informacional. Essas barreiras surgiram devido a uma combinação de mudanças doutrinárias, design da Força e ênfase na recuperação da proficiência no combate em larga escala, depois de mais de uma década de esforços de contrainsurgência.
Mudanças doutrinárias. Em 2014, o 38o Comandante do Exército, Gen Ex Raymond Odierno, não deu continuidade ao emprego da doutrina sobre as atividades de informar e influenciar (inform and influence activities — IIA) constantes do Manual de Campanha 3-13, Atividades de Informar e Influenciar (FM 3-13, Inform and Influence Activities), que havia sido publicado em janeiro de 20133. Essa doutrina enfatizava o importante papel das capacidades relacionadas à informação durante as guerras no Iraque e no Afeganistão. As IIA concentravam-se na importância de interagir com os públicos estrangeiros e domésticos para alcançar os objetivos militares. Embora fossem baseadas na doutrina das operações de informação (Op Info), elas apenas enfatizavam as capacidades mais centradas no ser humano, como engajamento com líderes-chave, relações públicas e Operações de Apoio à Informação (military information support operations — MISO) [antigas Operações Psicológicas — N. do T.].
Com o fim das IIA, a doutrina do Exército voltou à definição conjunta das Op Info: “o emprego integrado, durante operações militares, das capacidades relacionadas à informação junto com outras linhas de operações para influenciar, interromper, corromper ou usurpar o processo decisório dos adversários, reais ou potenciais, enquanto protegemos o nosso próprio”4. Contudo, quando o Exército abandonou as IIA, manteve como tarefa de Comando de Missão aos comandantes informar e influenciar públicos-chave dentro e fora da organização, conforme consta da Publicação Doutrinária do Exército 6-0, Comando de Missão (ADP 6-0, Mission Command)5. Também, manteve a tarefa de estado-maior de conduzir atividades cibernéticas e eletromagnéticas (CEMA, na sigla em inglês) e acrescentou a atribuição de sincronizar o emprego das CRI. Da mesma forma, o Exército criou uma doutrina independente para as CEMA, em face do reconhecimento da importância das operações no ciberespaço e da guerra eletrônica6.
Essas mudanças doutrinárias têm contribuído com as lacunas de entendimento sobre a relação existente entre as Op Info e as CEMA. O Exército fez com que as CEMA fossem uma função de integração, semelhante às Op Info, e já se concentrou na importância de desenvolver mais as capacidades em termos de operações no ciberespaço e de guerra eletrônica. No entanto, ao fazer isso o Exército tem, inadvertidamente, marginalizado a função de sincronização das Op Info devido à falta de um entendimento comum acerca da relação entre as Op Info e as CEMA.
Embora a orientação de treinamento que enfatize a importância das CEMA tenha se tornado comum, há pouca evidência de que as unidades priorizam a forma como as Op Info e as CEMA trabalham juntas para produzir efeitos no ambiente operacional. Ainda que o desenvolvimento das capacidades individuais relacionadas à informação, como operações no ciberespaço e a guerra eletrônica, seja essencial, o Exército deve, também, manter uma ênfase no emprego sincronizado dessas capacidades. Essa sincronização é crítica para converter as capacidades técnicas em efeitos que garantam a consecução dos objetivos militares no campo de batalha.
Design da Força. Os desafios criados por lacunas no entendimento sobre as Op Info e as CEMA têm sido agravados pelo design da Força do Exército. As organizações do Exército distribuem as capacidades relacionadas à informação por todo o estado-maior. Por exemplo, no nível divisão, o Exército já reuniu MISO, relações públicas e cooperação em segurança em uma subsessão subordinada à seção de operações (E3), enquanto Op Info é uma outra subsessão independente subordinada ao E3. A guerra eletrônica e as operações no ciberespaço estão localizadas dentro de uma seção de CEMA e reportam diretamente ao chefe do estado-maior, ao passo que as relações públicas permanecem como uma seção de estado-maior pessoal, que apoia diretamente o comandante. Outras capacidades relacionadas à informação, como segurança da informação/cibersegurança, são parte da seção de comunicações e a contrainteligência é parte da seção de Inteligência (E2).
Embora existam muitas boas razões para distribuir as CRI por todo o estado-maior, isso cria desafios ao emprego sincronizado desses meios. A decisão de distribuir essas capacidades nos elementos separados do estado-maior tem reforçado o conceito errôneo de que essas atividades são independentes e não relacionadas às Op Info. Isso reduz a importância do emprego sincronizado das CRI na criação das condições que permitam alcançar o estado final desejado do comandante no ambiente informacional.
A proficiência na ação decisiva, durante as operações de combate em larga escala. O fator final que criou novos desafios para as unidades do Exército atuando em um ambiente operacional disputado encontra-se nas consequências não intencionais da renovada ênfase em obter proficiência na “ação decisiva”, depois de mais de uma década de contrainsurgências. Conforme as unidades readquiriam competência total para a ação decisiva, tiveram que tomar decisões difíceis e priorizar seus recursos de treinamento. Isso levou a uma tendência de se reduzir a ênfase na sincronização das CRI, uma vez que o retorno para as operações de combate em larga escala significa atribuir menos atenção à importância do ambiente informacional do que durante as operações de contrainsurgência.
O desafio criado por essa mentalidade é que, a não ser que uma unidade esteja completamente isolada do povo, ela sempre terá o requisito de preparar o ambiente informacional para cumprir seus objetivos operacionais. As tendências da globalização e da urbanização significam que os campos de batalha do futuro estarão dentro e entre o povo. Os adversários potenciais empregam as operações no ciberespaço e a guerra eletrônica juntamente com as Op Info para interromper o processo decisório amigo e corromper os sistemas amigos de Comando de Missão. As unidades que treinam para a ação decisiva, enquanto ignoram a sincronização das CRI, encontrar-se-ão em desvantagem.
As unidades que reduziram a importância da sincronização das CRI tendiam, também, a atribuir aos seus oficiais de Op Info outros deveres dentro do quartel-general. Embora os postos referentes às Op Info no estado-maior de brigada fossem posições-chave de desenvolvimento para esses oficiais, muitos comandos designaram tais oficiais para realizar tarefas que eram irrelevantes à sua função. Embora tais decisões de recursos humanos beneficiassem a unidade, foram tomadas à custa da redução da importância da sincronização das CRI e do potencial impacto negativo que isso poderia ter sobre a ação decisiva. Ademais, comprometeu o desenvolvimento profissional desses oficiais. Os oficiais retirados de suas funções originais, sobretudo capitães e majores, frequentemente demonstraram dificuldade servindo em funções equivalentes nos escalões superiores.
A ênfase atribuída às CEMA, como uma função distinta e independente das Op Info, reforçou os desafios na formação de equipes que rotineiramente utilizavam todos os meios disponíveis para criar as condições desejadas no ambiente informacional.
Contudo, muitas unidades enfatizaram as CEMA durante o redirecionamento do Exército para a proficiência nas operações de combate em larga escala. No entanto, a ênfase atribuída às CEMA, como uma função distinta e independente das Op Info, reforçou os desafios na formação de equipes que rotineiramente utilizavam todos os meios disponíveis para criar as condições desejadas no ambiente informacional. Embora muitas unidades tenham crescido e aumentado sua competência e capacidade de conduzir segurança de informação/cibersegurança, operações defensivas no ciberespaço e guerra eletrônica, poucas delas têm rotineiramente sincronizado essas CRI com outras capacidades, como segurança das operações, contrainteligência e dissuasão militar, para desenvolver métodos holísticos e multidimensionais com o propósito de proteger o exercício do Comando de Missão das nossas tropas.
A Convergência: As Operações de Informação e as Atividades Cibernéticas e Eletromagnéticas
Frequentemente, a convergência entre o ciberespaço e o domínio humano tem recebido maior atenção. Essa ênfase desconsidera um problema maior: adversários potenciais dos EUA conduzem atividades por todo o ambiente informacional — não apenas no ciberespaço — para alcançar seus objetivos. Eles não têm criado as mesmas barreiras entre capacidades distintas, como relações públicas, contrainteligência, dissuasão militar, operações no ciberespaço, guerra eletrônica e segurança das operações. Eles empregam agressivamente agentes estrangeiros para explorar as vulnerabilidades na segurança das operações. Eles usam o que aprendem desses esforços de coleta para criar produtos destinados a obter acesso às redes de informações amigas de forma subreptícia. Eles manipulam as informações ao disseminar desinformações e propaganda como atividades tradicionais de mídia. Eles enganam e dissimulam para criar confusão e obstáculos à ação coletiva, impedindo respostas coesas às suas ações.
Para superar os desafios enfrentados no ambiente informacional, a fim de obter uma vantagem operacional, as unidades táticas que apoiavam a Operação Atlantic Resolve tiveram que mudar a cultura dentro das suas organizações. Isso exigiu uma maior ênfase por parte do comando, combinada com a criação de estados-maiores efetivos, capazes de executar as tarefas individuais relacionadas às informações, bem como sincronizar múltiplas atividades para afetar o ambiente informacional e obter vantagens operacionais tangíveis.
Ênfase do comando. Para, efetivamente, assegurar aos aliados dos EUA seu comprometimento e dissuadir a agressão, os comandantes da Operação Atlantic Resolve tiveram que informar e influenciar, incessantemente, públicos dentro e fora das suas organizações. Os comandantes, oficiais de estado-maior e autoridades em todos os escalões conduziram reuniões pessoais, engajamentos com a mídia e relações comunitárias, bem como utilizaram sites e mídias sociais para interagir com diferentes públicos-alvo. Cada ação empreendida enviava uma mensagem, e a Operação Atlantic Resolve estimulou as unidades a planejar, preparar e executar tarefas táticas que transmitiriam as mensagens desejadas.
A expectativa das forças do Exército apoiando a Operação Atlantic Resolve era de que os comandantes, em todos os níveis, maximizariam o uso de atividades visando a preparar o ambiente informacional por meios que ajudariam suas unidades a atingirem seus objetivos. Para serem bem-sucedidos, os comandantes, oficiais de estado-maior e outras autoridades tinham que assumir responsabilidade pessoal pela solicitação de apoio de meios relacionados às informações e pela sincronização dessas capacidades, a fim de garantir que as atividades e os exercícios recebessem a visibilidade necessária para fortalecer as alianças e dissuadir potencial agressão.
As unidades que apoiavam a Operação Atlantic Resolve, também, tinham que proteger os sistemas essenciais de informação e de Comando de Missão, sincronizando capacidades relacionadas à informação, como segurança de informação/cibersegurança, operações defensivas no ciberespaço, segurança das operações e contrainteligência. Os adversários potenciais manipularam o ambiente informacional da Operação Atlantic Resolve, usando o emprego integrado das atividades, tal como operações no ciberespaço, propaganda e coleta de informações. A Operação Atlantic Resolve reforçou a importância de os comandantes garantirem que suas unidades fossem capazes de operar em um ambiente informacional disputado.
As unidades mais bem-sucedidas exploraram as oportunidades existentes para superar as barreiras entre as CRI durante treinamento, ensinando seus soldados como essas funções trabalham juntas para melhor facilitar a proteção do Comando de Missão amigo. Quando os comandantes demonstraram que estavam comprometidos com a sincronização das CRI, seus subordinados tendiam a priorizar essas atividades. No nível brigada, a ênfase por parte do comandante e do oficial de operações era crítica para que a sincronização funcionasse na ausência de um oficial de Op Info no estado-maior. A divisão, o primeiro escalão com um quadro dedicado às Op Info, desempenhou, também, um papel essencial no fornecimento dos meios para sincronizar as CRI entre os comandantes de brigada e seus estados-maiores.
Estados-maiores eficazes. A 4a Divisão de Infantaria e seu elemento de Comando de Missão na Europa experimentaram o alinhamento das Op Info com a maioria das CRI no âmbito do estado-maior, criando uma organização que maximizava os recursos disponíveis, a fim de conduzir tanto as tarefas individuais relacionadas às informações quanto sincronizar essas capacidades. Isso envolveu um método de atuação no ambiente informacional, tirando proveito dos esforços do Exército para desenvolver capacidades cibernéticas com o propósito de manter-se atualizado em face de um crescente número de ameaças.
No nível divisão, uma abordagem organizacional centrada na ênfase do comando ajudou a superar as barreiras entre as CRI e permitiu que diferentes seções compartilhassem recursos, criando um grupo de colaboração que incluía os seguintes elementos e funções de estado-maior: Op Info, segurança das operações, dissimulação militar, CEMA, uso do espaço sideral, operações técnicas especiais, MISO, assuntos civis, cooperação em segurança e relações públicas. Embora não sendo uma parte do grupo central de colaboração, outras capacidades, como segurança de informação/cibersegurança e contrainteligência, participaram, conforme fora necessário.
A estrutura de estado-maior utilizada pelo elemento de Comando de Missão da 4a Divisão de Infantaria na Europa organizou suas CRI em um elemento permanentemente estruturado e hierarquizado, sob o comando de um oficial em comando. Essa função foi ocupada mediante rodízio entre os elementos de relações públicas e de Op Info, dependendo de qual elemento forneceu o oficial mais antigo à célula. Quando um oficial das relações públicas comandou a organização, um oficial das Op Info serviu como o subcomandante para proporcionar apoio de sincronização. Quando um oficial das Op Info comandou a organização, e não havia um subcomandante, a seção das relações públicas mantinha um vínculo direto ao comandante.
O elemento de Comando de Missão apoiou com pessoal uma célula de engajamento, usando um efetivo composto por membros de toda a divisão. O Comando da 4a Divisão empregou, também, uma companhia do 80o Batalhão de Assuntos Civis e um destacamento do 10o Comando de Relações Públicas para assistir às forças da Operação Atlantic Resolve, a fim de maximizar o alcance das suas mensagens. O comandante da companhia de assuntos civis serviu como o oficial na sua área de especialização dentro do estado-maior divisionário, assim como o comandante do destacamento de relações públicas. Além disso, todos os escalões incorporaram avaliações em suas atividades por meio do desenvolvimento de medidas de eficácia e de relatórios aos seus comandos superiores sobre o impacto produzido nos diferentes públicos-alvo.
No nível brigada, a maioria das CRI já se encontrava centralizada em uma única seção de estado-maior, de acordo com os quadros de organização e de distribuição de material. No entanto, com a perda de oficiais de Op Info no nível brigada, os comandantes se viram obrigados a distribuir a responsabilidade pela sincronização das CRI entre outros oficiais do estado-maior, a fim de reforçar a mensagem que a unidade transmitia por meio da execução de suas tarefas táticas.
Na ausência de uma seção dedicada às Op Info, o oficial de operações (E3) tinha a responsabilidade doutrinária pela execução das funções de sincronização das Op Info. A Operação Atlantic Resolve já exigiu que os oficiais de operações utilizassem o processo operacional e a seleção de alvos para incorporar recursos como assuntos civis, relações públicas e engajamentos com líderes-chave. Ao sincronizar esses recursos com a seção de operações da unidade, os comandantes e seus estados-maiores garantiram apoio mútuo e o envio de mensagens de reforço para ajudar os públicos-alvo a entenderem as ações em curso.
Considerando que o Exército criou a área funcional “Op Info”, em parte, para superar os desafios relacionados às convergências das CRI, não é de surpreender que seja irrealista esperar que o E3 da brigada, sozinho, execute a função de sincronização das Op Info sem apoio de todo o estado-maior. A organização proposta para maximizar o compartilhamento de recursos e a colaboração entre as CRI visava a concentrar as relações públicas, assuntos civis, MISO e CEMA em um único elemento no nível brigada. Neste ponto, a brigada pode utilizar o oficial de Inteligência designado para a célula de guerra eletrônica e o graduado das operações psicológicas (Op Psc) para criar uma célula de engajamento com líderes-chave.
As brigadas precisam definir um comandante e um graduado encarregados da área funcional Op Info. A brigada conta com, apenas, um major em sua seção de relações públicas. Todos os demais oficiais são capitães. Considerando que o estado-maior de brigada é composto, preponderantemente, por majores, seria razoável designar um chefe de seção com a antiguidade e a experiência suficientes para interagir com seus homólogos em igualdade de condições. As brigadas poderiam preencher essa posição designando um oficial cumulativamente com as funções que já exerce ou requer outro oficial emprestado de outra parte da brigada.
Conclusão
A execução da Operação Atlantic Resolve demonstrou que uma combinação de ênfase por parte do comando e um estado-maior eficaz podem maximizar o potencial das Op Info, permitindo que as unidades do Exército combatam e vençam em um ambiente informacional disputado. No entanto, persiste o desafio de como o Exército organizará e preparará suas forças para conduzir as Op Info e as CEMA.
O Exército deve considerar se as lições aprendidas durante a Operação Atlantic Resolve proporcionam observações que possam contribuir com discussões maiores sobre como o Exército deve alinhar suas capacidades para lutar e vencer no ambiente informacional. Criar uma nova doutrina do Exército e novas configurações de estado-maior que expliquem e aproveitem a convergência entre as Op Info e as CEMA são opções que não são provenientes de um único recurso em particular, ou que podem ser traduzidas em resultados operacionais imediatos. Tais soluções podem ajudar o Exército a continuar desenvolvendo as capacidades individuais relacionadas às informações — como operações no ciberespaço e guerra eletrônica — enquanto ele mantém uma ênfase no emprego sincronizado dessas capacidades.
Além disso, os elementos das Op Info precisam focar novamente suas atividades ao retornarem para as sedes das unidades e empenharem-se com afinco na preparação das suas unidades subordinadas, para operar em um ambiente informacional disputado. Toda a instrução na unidade de origem deve criar oportunidades para treinar os estados-maiores sem oficiais de Op Info para sincronizar as diferentes CRI. Isso pode incluir proporcionar meios externos para a realização de adestramento de nível unidade e ajudá-las a eliminar as barreiras entre as Op Info, CEMA e as outras CRI disponíveis.
Todas as unidades precisam treinar da mesma forma que lutarão e incluir instrução que teste sua competência em sincronizar as CRI.
Os elementos de Op Info precisam desenvolver cenários durante a instrução na sede para exigir das unidades subordinadas que não ignorem as contribuições que cada CRI tem a oferecer na consecução dos objetivos militares. Todas as unidades precisam treinar da mesma forma que lutarão e incluir instrução que teste sua competência em sincronizar as CRI.
Além das ações feitas pelos elementos de Op Info, o Exército deve veementemente considerar tirar mais proveito da capacidade de Op Info da Guarda Nacional e da Reserva do Exército dos EUA. As comunidades de assuntos civis e de Op Psc do Exército já reconheceram que as forças do Serviço Ativo não possuem capacidade de apoiar todas as brigadas de combate. Como resultado, elas alinham habitualmente as unidades de assuntos civis e de Op Psc da Guarda Nacional e da Reserva do Exército com as brigadas de combate quando essas passam pelos centros de treinamento de combate. A comunidade de Op Info do Exército deve fazer o mesmo. Os grupos de Op Info no teatro de operações devem enviar equipes a cada rodízio nos centros de treinamento de combate para que as brigadas do Exército recebam habitualmente acréscimos externos de unidades de Op Info, assuntos civis e Op Psc. Além disso, o Exército deve considerar realizar uma avaliação holística baseada na competência das suas forças que possuam CRI, a fim de garantir que possuam recursos suficientes para satisfazer os requisitos necessários.
Se o Exército pretende lutar e vencer em um ambiente informacional disputado, precisará desenvolver as capacidades e a competência de empregar as CRI em sua plenitude. As CEMA, por si só, são insuficientes para assegurar o sucesso. A função de sincronização das Op Info é essencial para traduzir as capacidades técnicas em resultados concretos, que proporcionam uma vantagem operacional para o comandante no campo de batalha.
As opiniões e conclusões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, as posições do Exército ou de qualquer outra agência do Governo dos EUA.
Referências
- Epígrafe. The White House, National Security Strategy of the United States of America (Washington, DC: The White House, December 2017).
- Recentemente, foi anunciado que a missão para apoiar a Operação Atlantic Resolve será transferida para 1a Divisão de Infantaria, em maio de 2018. U.S. Army Europe Public Affairs, “‘Big Red One’ To Deploy as Atlantic Resolve Division-Level Headquarters”, Army.mil, 17 Jan. 2018, acesso em: 14 mar. 2018, https://www.army.mil/article/199163/big_red_one_to_deploy_as_atlantic_resolve_division_level_headquarters.
- Joint Publication (JP) 3-13, Information Operations (Washington, DC: U.S. Government Publishing Office [GPO], 27 Nov. 2012), p. GL-3. Uma capacidade relacionada à informação é “uma ferramenta, técnica ou atividade empregada dentro de uma dimensão do ambiente informacional que pode ser usada para criar efeitos e condições operacionalmente desejadas”.
- Field Manual (FM) 3-13, Inform and Influence Activities (Washington, DC: U.S. GPO, January 2013 [já revogado]).
- JP 3-13, Information Operations, p. GL-3.
- Army Doctrine Publication 6-0, Mission Command (Washington, DC: U.S. GPO, 10 Sep. 2012), p. 10.
- FM 3-12, Cyberspace and Electronic Warfare Operations (Washington, DC: U.S. GPO, 11 Apr. 2017).
O Ten Cel Matthew J. Sheiffer, Exército dos EUA, é Comandante do 1o Batalhão de Operações de Informação (Op Info), 1o Comando de Op Info (Terrestre). Serviu como o Chefe de Op Info da 4a Divisão de Infantaria, entre junho de 2015 e maio de 2016, e Chefe do Estado-Maior do elemento de Comando de Missão na Alemanha, entre janeiro e maio de 2016. É bacharel pelo College of William and Mary e mestre em Administração Pública pela University of Virginia. Também, serviu como Chefe da Área Funcional de Op Info nas seções E3/5/7 do nível Exército e Subcomandante de Op Info da 10a Divisão de Montanha. Entre 2006 e 2009, ensinou Relações Internacionais e Políticas Comparativas no Departamento de Ciência Social na Academia Militar dos EUA, West Point, Nova York.
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