Military Review

 

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Sombras de Guerra

A Violência ao longo da Zona Desmilitarizada Coreana

Cap Michael Anderson, Exército dos EUA

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Militares norte-americanos e sul-coreanos inspecionam os corpos de agentes infiltrados das forças especiais norte-coreanas, mortos durante a operação “Casa Azul” [nome da residência presidencial em Seul], em janeiro de 1968, na qual tentaram assassinar o Presidente sul-coreano Park Chung-hee. (Foto de Korean Newsletter, https://president.jp/articles/-/23398)

Enquanto a Guerra da Coreia, em seus últimos anos, devastava a área que acabaria dividindo as Coreias do Norte e do Sul, o Gen James A. Van Fleet, Comandante do VIII Exército, disse a seu superior, Gen Matthew B. Ridgeway, então Comandante das Forças da Organização das Nações Unidas (ONU): “As forças comunistas violarão os termos do tratado da mesma forma que fizeram no passado, aperfeiçoando suas potencialidades para a renovação imprevista da agressão”1. Assim, desde o armistício, em 1953, até a década de 1990, o perigo, a violência e a morte caracterizaram o serviço militar norte-americano na zona desmilitarizada, a área ao longo do paralelo 38 entre a República Popular Democrática da Coreia (RPDC, ou Coreia do Norte) e a República da Coreia (RC, ou Coreia do Sul). As hostilidades e perigos continuaram após o cessar-fogo da Guerra da Coreia, resultando em mais de 200 baixas norte-americanas, incluindo quase cem mortos. Sem a unificação entre os dois governos, a ameaça e o perigo aumentaram e diminuíram ao longo do tempo, mas nunca deixaram de existir.

A contínua e violenta luta ao longo da zona desmilitarizada causou a morte de muitos norte-americanos, afetou um número ainda maior deles e constitui um importante aspecto da história do Exército dos Estados Unidos da América (EUA). Esse serviço arriscado é, com frequência, executado sem o reconhecimento e as condecorações normais concedidas a militares em outras missões perigosas. Não há bandeiras ou desfiles, havendo apenas um reconhecimento limitado e, geralmente, retroativo do serviço em tempo de guerra, com emblemas e distintivos de combate para o conflito na zona desmilitarizada. Contudo, essas omissões não desfazem a verdade por trás do serviço perigoso executado por muitos soldados norte-americanos nos anos após o armistício de 1953 na Coreia.

Pondo um Fim à Guerra e Instituindo a Zona Desmilitarizada

Menos de um ano depois que as hostilidades tiveram início, em 25 Jun 1950, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA emitiu uma diretriz, em 27 Mar 1951, sobre a questão de uma zona desmilitarizada, determinando que essa zona compreenderia uma área com uma largura de 20 milhas (cerca de 32 quilômetros), centrada ao longo ou imediatamente ao norte do paralelo 38 (com base nas linhas de combate exatas no momento de assinatura de um eventual armistício). As deliberações entre Ridgeway e seu subordinado, Van Fleet, sobre qual área atenderia melhor aos critérios caracterizaram os últimos anos do conflito. Já em 23 Jun 1951, propostas da União Soviética para negociações de paz chegaram aos EUA. Entretanto, a guerra se arrastou por mais dois anos2.

As negociações de cessar-fogo avançaram e, na manhã de 27 Jul 1953, o Gen Div William Harrison Jr., principal representante das Forças da ONU, firmou o armistício na presença da delegação norte-coreana. O Gen Mark W. Clark, Comandante das Forças da ONU, observou que esse era um cessar-fogo puramente militar, deixando que os diplomatas determinassem a solução política permanente. Enfatizou, ainda, que não haveria nenhuma retirada de Forças da ONU e que a organização não baixaria a guarda ao longo da zona desmilitarizada até que uma solução permanente se concretizasse3.

Em meados de junho de 1954, acabou a esperança de uma solução política conforme pretendida por Clark, devido ao insucesso das negociações entre as delegações reunidas na Suíça, porque ambos os governos coreanos afirmavam, teimosamente, que seria impossível realizar a unificação e as eleições sem a renúncia total de um dos lados, deixando apenas o armistício do cessar-fogo4. A Guerra da Coreia custou ao Comando da ONU mais de 500.200 baixas, incluindo 94.000 mortos. Os EUA perderam 33.629 soldados, tendo, ainda, 103.284 feridos e 5.178 desaparecidos em combate ou prisioneiros de guerra na época do cessar-fogo. A RC perdeu 58.217 soldados e teve 175.743 feridos. O número de baixas das forças norte-coreanas e chinesas permaneceu obscuro, com estimativas de até 1,5 milhão5. Segundo as estimativas, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul perderam mais de um milhão de civis cada.

Ainda que tenham obtido pequenas mudanças territoriais, as Forças da ONU preservaram a RC. No final das contas, a zona desmilitarizada teve sua largura reduzida para quatro quilômetros por insistência da Coreia do Norte, embora a ONU tenha se mantido firme quanto a exigir que a área se alinhasse com o front estabilizado, em vez de reverter para o paralelo 38 exatamente6. Chamado por muitos soldados norte-americanos de “local mais solitário do mundo”, a zona desmilitarizada se estendia de um extremo da península ao outro, do Mar do Japão, a leste, até o Mar Amarelo, a oeste, dividida pelo Rio Imjin e um terreno ondulado7.

A Guerra Silenciosa: Violência ao Longo da Zona Desmilitarizada entre 1966 e 1969

Zona Desmilitarizada Coreana. (Mapa original de Rishabh Tatiraju via Wikimedia Commons, CC BY-SA 3.0; modificado por Arin Burgess, Military Review)

A primeira grande eclosão de violência ao longo da zona desmilitarizada após o cessar-fogo teve início quando o foco dos EUA estava voltado para o Vietnã. Tirando vantagem do fato de que os recursos norte-americanos estavam divididos entre a Europa e o Vietnã, o regime comunista norte-coreano sob Kim Il-sung intensificou seus esforços para enfraquecer e desestabilizar o governo da RC e inspirar um levante por meio de uma forte campanha de infiltração. Esses incidentes, designados de “Guerra Silenciosa” pelos sul-coreanos, foram os eventos mais violentos da zona desmilitarizada no pós-guerra.

Antes da nova infiltração da Coreia do Norte, em 1966, somente oito soldados norte-americanos haviam morrido ao longo da zona desmilitarizada, em trocas de tiros isoladas e não coordenadas8. Em outubro de 1966, os primeiros confrontos na zona desmilitarizada incluíram combates armados ocasionais ao longo das seções sul-coreanas. Em vários enfrentamentos de pequena escala ao longo das seções oriental, central e ocidental da zona desmilitarizada, os norte-coreanos mataram 28 soldados da RC em uma série de incursões (não havia nenhum norte-americano envolvido). Entretanto, nas primeiras horas de 2 Nov 1966, tropas infiltradas norte-coreanas emboscaram uma patrulha de oito homens da 2a Divisão de Infantaria dos EUA. A emboscada representou um dos enfrentamentos mais letais ao longo da zona desmilitarizada, sendo a primeira ação significativa a envolver soldados norte-americanos. Com armas portáteis e granadas, os norte-coreanos mataram sete norte-americanos e um soldado das forças do Reforço Coreano ao Exército dos EUA (Korean Augmentation to the United States Army — KATUSA). Cravaram suas baionetas e atiraram em alguns dos corpos antes de retirarem munições, armas e pertences pessoais, incluindo o relógio do Soldado David L. Bibee, enquanto ele se fingia de morto. Sem saberem, Bibee, que ficara inconsciente com as primeiras explosões, havia sido deixado vivo, e ele disse a repórteres mais tarde: “Fingi que estava morto. A única razão pela qual estou vivo hoje é que eu não me mexi”9. Naquela noite, em 2 Nov 1966, na parte sul-coreana da zona desmilitarizada, houve outra emboscada, na qual dois soldados sul-coreanos foram mortos10.

Em uma crescente Guerra Fria, que se estendia do Leste Europeu ao Sudeste Asiático e à zona desmilitarizada coreana, a situação delicada nesta última exigia equilibrar a defesa, sem incitar um aumento das hostilidades. O equilíbrio conservou o potencial para uma resolução política e pacífica, o que quer dizer que a melhor resposta era, muitas vezes, a presença de efetivo, em lugar do uso de poder de fogo, ao longo da zona desmilitarizada. Historicamente, isso contrariava a abordagem normal dos EUA em relação à guerra11. Em 1966, houve 42 ataques norte-coreanos, mas o grau de violência variava segundo as estações, diminuindo nos meses de inverno e chegando ao ponto máximo na primavera12.

A resposta dos EUA foi dada em janeiro de 1967 pelo Gen Charles H. Bonesteel, Comandante das forças combinadas dos EUA e da RC, cujo foco era impedir a infiltração norte-coreana13. As forças combinadas dos EUA e da RC criaram uma “rede” inovadora e duradoura para capturar agentes infiltrados na zona desmilitarizada. A rede era composta de quatro partes: patrulhas avançadas, postos de sentinela integrados, uma melhor barreira física ao longo da zona desmilitarizada e forças de reação rápida pré-posicionadas. Empenhados no patrulhamento, elementos valor grupo de combate e pelotão atuavam por períodos de até 24 horas, e toda companhia nas áreas designadas às forças norte-americanas na zona desmilitarizada sempre tinha uma patrulha em operação. Movimentavam-se durante o dia e estabeleciam emboscadas à noite14. O uso de uma barreira física melhor, uma cerca de arame de cerca de três metros de altura com uma concertina tripla de arame farpado ao longo da parte de cima, dificultava consideravelmente a transposição, e um caminho de areia no lado sul revelava as pegadas de qualquer agente infiltrado. Uma área aberta de cerca de 110 metros além do caminho de areia estava coberta de minas e de obstáculos de arame farpado15. Técnicos limparam o terreno e instalaram holofotes e sensores, aumentando a visibilidade entre postos de sentinela. Uma outra inovação foi a importação de trigo sarraceno, cujas flores brancas tornam as assinaturas térmicas mais detectáveis quando se utilizam óculos de visão noturna16.

O Terceiro Túnel da Agressão, ou Terceiro Túnel de Infiltração, é um dos quatro túneis conhecidos que atravessam a fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, estendendo-se até o sul de Panmunjom. Essa foto foi tirada em 10 Ago 2011. (Foto de Daugilas via Wikimedia Commons, CC BY-SA 3.0)

Bonesteel ressaltou que a barreira física não se destinava a impedir a infiltração de patrulhas inimigas e sim a dificultar sua entrada e alertar a tropa quanto a intrusões, permitindo o rápido emprego de forças de reação com o intuito de capturá-las17. Pela natureza de seu propósito e demanda por mobilidade, essas forças de reação rápida normalmente vinham de unidades embarcadas com limitada mobilidade aérea. Embora a cerca fosse eficaz, com base no objetivo declarado de Bonesteel, houve dificuldades em seu financiamento, e ela acabou estendendo-se por apenas duas das dez frentes divisionárias ao longo da zona desmilitarizada (uma divisão de infantaria dos EUA e nove divisões da RC mantinham posições ao longo da parte sul)18. Mesmo com a crescente violência, foi apenas em 30 Jul 1968, cerca de 18 meses depois, que Bonesteel recebeu todas as verbas necessárias para completar a cerca ao longo de toda a zona desmilitarizada19.

O rodízio de unidades na zona desmilitarizada também foi implementado sob ordens de Bonesteel para combater a infiltração norte-coreana. O rodízio permitiu que os soldados descansassem, ao mesmo tempo que criou oportunidades de treinamento nas últimas técnicas e equipamentos de patrulhamento. Quando estavam atrás da zona desmilitarizada, as tropas combinavam exercícios de patrulhamento com ações reais de varredura de segurança da retaguarda, apoiando os esforços de contrainsurgência liderados pelos sul-coreanos20.

Apesar dessas iniciativas, as ações de infiltração norte-coreana prosseguiram. De maio de 1967 a janeiro de 1968, as tropas norte-americanas na Coreia do Sul sofreram 15 baixas fatais além de 65 feridos, em mais de 300 registros de incidentes violentos21. As baixas sul-coreanas ultrapassaram 100 mortos e 200 feridos22. Em maio de 1967, agentes infiltrados norte-coreanos explodiram um alojamento norte-americano23. No céu acima da zona desmilitarizada, jatos norte-coreanos e sul-coreanos se confrontavam, e, ao longo da costa, as duas frotas de pequenas embarcações se enfrentavam, resultando em mais baixas para os dois lados, sem o envolvimento dos EUA. O combate à infiltração por via marítima ao longo da costa sul-coreana, uma área 28 vezes maior que a zona desmilitarizada, era de total responsabilidade da Coreia do Sul24.

Em 30 Out 1968, os sul-coreanos repeliram os maiores desembarques de tropas de operações especiais norte-coreanas até então, prejudicando consideravelmente o esforço da RPDC de fomentar a insurreição no sul. Cento e vinte agentes comunistas infiltrados desembarcaram em oito cabeças de praia diferentes perto da aldeia de Ulchin-Samcheok para ajudar forças guerrilheiras locais a enfraquecer o governo sul-coreano. Em duas semanas, os sul-coreanos eliminaram 110 membros das forças de operações especiais do Exército Popular da Coreia (EPC, o Exército de fato da Coreia do Norte) e capturaram outros 7, perdendo 63 de seus próprios homens, incluindo 23 civis25.

Após se recuperarem do fracasso de sua tentativa de subversão com a infiltração por via marítima, uma equipe norte-coreana de 26 integrantes especialmente treinados penetrou na área norte-americana da zona desmilitarizada em 17 Jan 1968. Sua missão era assassinar o presidente sul-coreano em sua residência, a Casa Azul, tendo a embaixada norte-americana como um objetivo secundário. Contudo, madeireiros sul-coreanos da área alertaram as autoridades. Um policial zeloso interrogou os agentes infiltrados, frustrando seu ataque a menos de uma milha da Casa Azul. A perseguição, que durou vários dias, gerou um custo maior, conforme os agentes norte-coreanos fugiram para o norte. Durante essa perseguição, 3 norte-americanos morreram e 3 foram feridos, enquanto 68 sul-coreanos morreram e 66 ficaram feridos, incluindo militares, policiais e civis. Entre as tropas infiltradas norte-coreanas, houve 23 mortos, 1 capturado e 2 desaparecidos em combate (dados como mortos), compreendendo a força inteira26. Contudo, um sobrevivente do EPC afirmou que havia sido “muito fácil” penetrar na área norte-americana27. A tentativa de 1968 foi a última infiltração em larga escala do EPC.

Enquanto houve mais de 700 ações em 1968, pouco mais de cem incidentes ocorreram em 196928. Nos primeiros meses de 1969, houve diversas tentativas fracassadas de infiltração por toda a zona desmilitarizada, sem perdas para as forças sul-coreanas ou norte-americanas. A intensidade da hostilidade norte-coreana desabou de modo tão acentuado quanto havia aumentado em 1966. Os meses de primavera assistiram a um número maior de pequenas escaramuças entre as forças ao longo da zona desmilitarizada, mas menos tentativas de infiltração. Não haveria nenhuma significativa operação ofensiva como as realizadas durante a Guerra Silenciosa.

Os ataques do EPC em 1969 consistiram, principalmente, em emboscadas contra trabalhadores comuns na zona desmilitarizada. Em uma ocasião, as forças do EPC mataram um trabalhador, e dois outros morreram quando um helicóptero de evacuação aeromédica caiu após a decolagem. Em meados de outubro, uma equipe de militares norte-coreanos que patrulhava a zona desmilitarizada emboscou quatro soldados norte-americanos que, imprudentemente, percorriam a área em um jipe com uma bandeira branca29. Essa emboscada causou as últimas mortes de norte-americanos nos dias finais da Guerra Silenciosa.

Esses homens que servem ao longo da zona desmilitarizada não estão mais envolvidos em operações da Guerra Fria. Estão envolvidos […] em combates em que veículos são explodidos por minas, patrulhas são emboscadas e operações psicológicas são realizadas.

Entre 1966 e 1969, 70 norte-americanos foram mortos, e 111 soldados foram feridos, enquanto as forças da RC tiveram 299 mortos e 550 feridos. Em comparação, 397 soldados do EPC foram mortos, 12 foram capturados e 33 desertaram para o sul. O total de feridos permanece desconhecido30. Um memorando do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA afirmou: “Esses homens que servem ao longo da zona desmilitarizada não estão mais envolvidos em operações da Guerra Fria. Estão envolvidos […] em combates em que veículos são explodidos por minas, patrulhas são emboscadas e operações psicológicas são realizadas”31. Um jornal citou o que disse um soldado norte-americano, referindo-se ao foco no Vietnã: “Há uma guerra em curso aqui também”32.

Túneis, Árvores e Combates Armados

O início dos anos 70 assistiu a um menor grau de violência, com praticamente todos os incidentes ocorrendo nas áreas sul-coreanas. Contudo, ao mesmo tempo que a violência diminuiu, surgiu uma nova dimensão com a primeira descoberta de um túnel norte-coreano. Em 20 Nov 1974, uma patrulha sul-coreana descobriu um túnel que se estendia por um quilômetro na zona desmilitarizada, resultando em uma breve troca de tiros, sem que houvesse feridos. Um dispositivo norte-coreano explodiu cinco dias depois, durante a investigação do túnel, matando o Capitão de Fragata Robert M. Ballinger, da Marinha dos EUA, e seu homólogo sul-coreano, além de ferir cinco outros norte-americanos.

Isso marcou o início de um combate subterrâneo entre a abertura de túneis pelos norte-coreanos e os esforços de detecção e combate à sua construção por parte dos EUA e da RC. Uma equipe conjunta dos EUA e da RC, provida de equipamentos sísmicos, foi responsável pelos principais esforços nesse sentido. Um segundo túnel, descoberto em março de 1975, e um terceiro, descoberto em novembro de 1978 a partir de informações fornecidas por um desertor norte-coreano, indicam a longevidade dessa ameaça. O terceiro túnel se estendia por 400 metros dentro da Coreia do Sul, a menos de 2 milhas de uma base norte-americana33. Os enormes túneis dispunham de eletricidade e tinham uma capacidade estimada para a movimentação de 11 mil a 30 mil militares por hora, com até quatro indivíduos marchando lado a lado34. Em março de 1990, foi descoberto um outro túnel que se estendia através da zona desmilitarizada, cerca de 70 metros abaixo da superfície35. Os túneis continuaram a ser uma fonte de perigo, com os riscos relacionados tanto à sua construção quanto ao seu combate se somando ao perigo inerente de contato com os norte-coreanos.

No verão de 1976, houve uma sangrenta troca de tiros, que começou com a simples tarefa de podar uma árvore que bloqueava a visão norte-americana na Área de Segurança Conjunta (Joint Security Area — JSA) da chamada “Ponte sem Volta”, onde prisioneiros de guerra foram trocados após o armistício de 1953. A JSA estava localizada exatamente no centro da zona desmilitarizada, onde os dois lados se reuniam em pequenos abrigos e estruturas de madeira para discutir questões. Os norte-americanos e seus aliados trabalhavam cara a cara com seus homólogos norte-coreanos diariamente na faixa de cerca de 730 metros de largura da JSA. Cinco oficiais e 30 praças norte-americanos operavam na JSA a todo momento. Esses soldados vinham da companhia especial da JSA, composta de 166 militares, cerca de cem dos quais eram norte-americanos, em Camp Kitty Hawk, perto da cidade de Panmunjom, na JSA.

Algo típico do serviço na zona desmilitarizada era o fato de que uma simples atividade como podar uma árvore podia levar, inesperadamente, à violência. Em junho de 1976, justamente ao tentarem podar árvores, houve uma troca de tiros entre tropas sul-coreanas e agentes infiltrados norte-coreanos, que resultou em três mortes para ambos os lados. Então, no dia 5 de agosto, as forças das duas Coreias trocaram tiros de metralhadoras. Isso fez com que adiassem a poda das árvores do dia 7 para o dia 18 de agosto. O Cap Arthur Bonifas, Comandante da JSA, era um veterano do Vietnã, e faltavam apenas mais três dias na zona desmilitarizada para seu retorno aos EUA. Em conformidade com a mentalidade da época, ele decidiu planejar e comandar, pessoalmente, o grupo para a atividade reprogramada36.

Bonifas organizou sua companhia para o serviço, posicionando um pelotão a cerca de 700 metros ao sul, perto do posto de controle 4; um outro pelotão de plantão, perto do complexo da JSA; e o terceiro pelotão de folga. O Capitão foi acompanhado pelo Ten Mark T. Barrett, comandante do pelotão estacionado logo ao sul da ponte; 12 trabalhadores sul-coreanos (para realizar a poda dos galhos); e um pequeno destacamento de guardas armados com cabos de machado como cassetetes (segundo as regras do armistício, apenas oficiais podiam portar pistolas dentro da JSA), com um oficial da RC atuando como intérprete.

Dez minutos depois de iniciarem o serviço de poda, onze soldados norte-coreanos chegaram para investigar as atividades perto da ponte. Após confirmarem que se tratava apenas de um grupo encarregado de podar as árvores, os norte-coreanos se afastaram, retornando pouco tempo depois com um caminhão, que transportava outros 20 soldados do EPC, com canos de metal e cassetetes. Quando um oficial norte-coreano lhes disse que cessassem a atividade, os oficiais norte-americanos o ignoraram, indicando aos trabalhadores sul-coreanos que prosseguissem. Um instante depois, o oficial norte-coreano gritou, em coreano, “matem-no!” e atacou Bonifas pelas costas, jogando-o ao chão. Ao olhar através de binóculos, o guarda de um posto avançado norte-americano nas proximidades viu os norte-coreanos se aglomerarem à volta de Bonifas e o espancarem até a morte com canos de metal e cassetetes, enquanto Barrett fugia em direção a uma ravina, sendo perseguido por outros soldados norte-coreanos. Nesse ínterim, os trabalhadores sul-coreanos largaram suas ferramentas e fugiram, sendo perseguidos e espancados por soldados do EPC, que as pegaram e utilizaram contra eles em seu violento ataque37.

Soldados norte-coreanos atacam uma equipe de poda de árvores em 18 Ago 1976 na Área de Segurança Conjunta, dentro da zona desmilitarizada, que separa a Coreia do Norte e a Coreia Sul, em Panmunjom. Nesse incidente, dois oficiais do Exército dos EUA que serviam na guarda do Comando das Nações Unidas, Maj Arthur G. Bonifas e 1o Ten Mark T. Barrett, foram espancados até a morte por mais de 30 seguranças norte-coreanos. (Foto de Hum Images/Alamy Stock Photo)

Foram quatro minutos de violência. A força de resposta da JSA chegou tarde demais para intervir nas hostilidades. Recuperou o corpo de Bonifas e evacuou Barrett, encontrado mortalmente ferido na ravina. Quatro outros soldados norte-americanos e cinco sul-coreanos foram feridos no incidente38.

A resposta resultou na Operação Paul Bunyan, uma força-tarefa de 813 soldados, que entrou na JSA e deu aos norte-coreanos uma breve e inédita advertência simbólica de três minutos, no dia 21 de agosto. Enquanto três bombardeiros B-52 sobrevoavam a área, helicópteros aterrissaram em um campo aberto próximo à velha árvore, e a força-tarefa, munida de motosserras e machados e apoiada por helicópteros de ataque Cobra, cortou-a em 45 minutos. Onde antes estava a árvore, a força-tarefa deixou um toco de pouco mais de um metro de diâmetro e na altura da cintura, enquanto cem norte-coreanos assistiam, passivamente, do outro lado da ponte39.

Outro fator que aumentou a tensão entre os dois lados foram as deserções de norte-coreanos, que ocorriam frequentemente e, às vezes, resultavam em breves surtos de violência ao longo da zona desmilitarizada, ressaltando a imprevisibilidade do serviço diário e mostrando a possibilidade de perigo súbito que os soldados enfrentavam. Um desses incidentes violentos teve início logo depois do meio-dia, em 23 Nov 1984, uma sexta-feira, quando um cidadão soviético empregado pela embaixada soviética em Pyongyang participou de uma visita a Panmunjom, como parte dos esforços de propaganda norte-coreanos. Durante a visita, Vasily Yakovlevich Matuzok, de 22 anos, que trabalhava como tradutor e intérprete para a embaixada, afastou-se correndo do grupo. Tendo planejado sua deserção durante mais de dois anos, ele começou a correr assim que notou que os guardas do EPC estavam distraídos. Entre 20 e 30 norte-coreanos começaram a persegui-lo imediatamente, conforme ele gritava em inglês: “Socorro! Protejam-me!”40 Os norte-coreanos perseguiram Matuzok por quase cem metros na parte sul da JSA, ao mesmo tempo que atiravam nele. Só eram permitidas armas portáteis na JSA, mas os soldados do EPC começaram a usar fuzis automáticos contra o desertor41. O Sd Michael A. Burgoyne e um integrante do KATUSA, o Cb Jang Myong-ki, ouviram a comoção enquanto acompanhavam um grupo de trabalhadores sul-coreanos. Depois de, rapidamente, deixarem os trabalhadores desarmados em um local seguro, os dois se dirigiram a um heliporto próximo aos arbustos onde Matuzok se escondia. Os dois guardas sacaram suas pistolas, atirando contra os norte-coreanos. Burgoyne disse: “Disparei contra uns 15 [soldados do EPC], e todos eles pararam e começaram a atirar em mim”. Escondendo-se atrás de uma árvore, os tiros de Burgoyne mataram um dos dois primeiros norte-coreanos que atiravam em Matuzok. Burgoyne estava a menos de três metros de Jang quando este foi atingido logo abaixo do olho direito e morreu. Logo depois, durante a troca de tiros cada vez mais intensa, Burgoyne foi atingido no pescoço42.

A troca de tiros se intensificou em uma questão de segundos, quando dez norte-americanos e integrantes do KATUSA saíram do posto de controle 4, enfrentando os norte-coreanos. Dois outros soldados, do posto de controle 5, combateram os militares do EPC, disparando pistolas semiautomáticas calibre .45. Esses fogos forçaram estes últimos a fugir para uma área isolada chamada de “Jardim Rebaixado”.

Menos de um minuto após Matuzok ter cruzado para o outro lado e a troca de tiros ter começado, o comandante do pelotão em serviço, Ten Thomas Thompson, informou que haviam ocorrido disparos e iniciou o processo para fazer com que a força de reação rápida motorizada e provida de armas mais pesadas se deslocasse de sua posição em Camp Kitty Hawk.

Às 11h40, a força de reação rápida desembarcou a cem metros do posto de controle 2 na JSA, com três grupos de combate compostos de nove fuzileiros, reforçados por uma esquadra de metralhadoras. Enquanto a força de reação rápida se posicionava, o Cb Jon Orlicki lançou granadas de 40 mm de seu lançador M203 no “Jardim Rebaixado”, matando pelo menos um norte-coreano e ferindo outros. O comandante da força de segurança da JSA, Cap Bert K. Mizusawa, organizou um envolvimento dos soldados do EPC que haviam ficado isolados, reforçando os postos de sentinela, e enviou os grupos de combate do 2o Sgt Richard Lamb e 2o Sgt Curtis Gissendanner para o campo aberto. Essas tropas encontraram um civil desarmado, que eles rapidamente identificaram como Matuzok, transferindo-o para o sargento do pelotão. Mizusawa continuou a manobrar suas tropas e o grupo de combate de Lamb chegou a 15 metros dos soldados do EPC, antes que eles começassem a levantar as mãos e se rendessem. Enquanto isso, o comando norte-coreano na JSA contatou, agitadamente, seus homólogos na ONU, pedindo por um cessar-fogo. A solicitação chegou rapidamente ao Comando da ONU em Seul, cuja prioridade era a de manter o armistício e mitigar qualquer impacto duradouro de incidentes que pudesse afetar as negociações em curso, e ela foi aprovada43.

A troca de tiros durou 45 minutos, sendo os primeiros dez os mais intensos. No final, havia um sul-coreano morto, um norte-americano ferido, três norte-coreanos mortos e um norte-coreano ferido. Depois da troca de tiros de novembro, um soldado norte-americano da zona desmilitarizada declarou: “Isso faz com que tudo seja muito mais real”44.

Esse tipo de incidente continuou sendo uma ocorrência comum ao longo da zona desmilitarizada mesmo depois de 1984. Um número menor deles envolveu norte-americanos, e os sul-coreanos enfrentaram a maior parte das situações de perigo. A retirada faseada das forças norte-americanas dos postos de sentinela e postos de controle ao longo da zona desmilitarizada para campos a quilômetros de distância deixou apenas um pequeno contingente dentro da JSA. A violência assumiu a forma de grandes confrontos no mar, centrados na costa e em ilhas próximas com poucos incidentes aéreos45. O perigo terrestre que restava consistia em campos minados não registrados. No dia 4 Ago 2015, dois soldados sul-coreanos foram feridos por minas fora do portão, ao saírem em uma patrulha da zona desmilitarizada46.

A Questão do Reconhecimento por Ações em Combate

No auge da Guerra Silenciosa, o Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA designou a área ao norte do rio Imjin e sul da zona desmilitarizada como uma zona de fogo hostil, o que qualificou as tropas para condecorações e remuneração adicional por serviço em combate. Contudo, os critérios para o recebimento de condecorações, como o distintivo de infante combatente concedido àqueles que houvessem enfrentado diretamente o inimigo em combate, eram mais rigorosos em comparação aos utilizados para os que estavam servindo no Vietnã47. Os critérios adicionais constantes da edição de fevereiro de 1995 do Regulamento do Exército 600-8-22, Condecorações Militares (AR 600-8-22, Military Awards), que regiam as condecorações concedidas pelo serviço na Coreia, determinavam que o soldado precisava ter “servido em zona de fogo hostil por pelo menos 60 dias e recebido autorização para o pagamento relativo a esse serviço […] Ter enfrentado o inimigo na zona de fogo hostil ou em combate terrestre ativo que tivesse envolvido uma troca de fogos de armas de pequeno porte pelo menos cinco vezes”48. As exceções a essa estipulação adicional, que eram diferentes das concedidas aos soldados no Vietnã, não se aplicavam a mortos ou feridos. Nesses casos, a exigência de cinco enfrentamentos e do período de 60 dias poderia ser dispensada. Para os feridos, só poderia ser dispensada “quando fosse possível estabelecer, claramente, que o ferimento havia sido o resultado direto de uma ação hostil aberta”49.

Pela primeira vez desde o cessar-fogo de 1953, os soldados que serviram na zona desmilitarizada receberam reconhecimento por ações em combate, incluindo a remuneração especial por serviço sob fogo hostil, uma insígnia por seis meses de serviço no exterior e um emblema de combate (a ser usado na manga direita), assim como os distintivos de infante combatente e de enfermeiro de combate. Antes de 1 Abr 1968, o serviço na zona desmilitarizada equivalia ao de caserna em outros locais, e a remuneração especial e as condecorações de combate só eram concedidas postumamente ou aos feridos. Se o soldado não fosse morto ou ferido em um enfrentamento, era como se nunca tivesse acontecido50. Além da Guerra Silenciosa, o reconhecimento estava atrelado específica e diretamente a acontecimentos, e não ao local de serviço, como em outros casos. Embora perigosas, outras ações violentas ao longo da zona desmilitarizada, ainda que esporádicas e isoladas, não foram imediatamente reconhecidas pelo Exército.

O apoio do Congresso, de veteranos da zona desmilitarizada e de suas famílias gerou o ânimo necessário para que o Exército dos EUA reavaliasse o reconhecimento pela periculosidade do serviço naquela área, resultando na mudança da política em 18 Mai 2000, que autorizou condecorações e distintivos de combate. A primeira modificação se aplicou apenas à troca de tiros para proteger e resgatar o desertor soviético Matuzok em 23 Nov 1984 na JSA. Essa foi somente a segunda vez que o Exército dos EUA concedeu reconhecimento por ações na zona desmilitarizada após o armistício. Logo depois disso, em 29 de junho, o Exército expediu e elevou o grau de 17 condecorações para a troca de tiros de novembro de 1984, incluindo quatro medalhas Silver Star, concedidas ao Cap Bert K. Mizusawa, 2o Sgt Richard Lamb, Cb Jon Orlicki e Sd Mark Deville51.

Após a mudança de perspectiva sobre o serviço na zona desmilitarizada, o Exército dos EUA continuou a modificar sua política geral sobre as condecorações de combate. Em 3 Jun 2005, o Exército emitiu um memorando que revogou os requisitos especiais anteriores para ações ao longo da zona desmilitarizada com respeito a distintivos de combate, chegando a permitir solicitações retroativas, com documentação que comprovasse que os incidentes atendiam aos critérios aplicados a condecorações de combate em outros locais. O novo texto apresentava a seguinte redação: “Os requisitos especiais para a concessão do Distintivo de Infantaria de Combate (Combat Infantry Badge — CIB) para o serviço na República da Coreia […] estão ora rescindidos. Os veteranos e militares da Ativa do Exército que tenham servido na Coreia após 28 Jul 1953 e atendam aos critérios do CIB […] poderão apresentar uma requisição […] pela concessão do CIB”. As mesmas mudanças também se aplicaram ao Distintivo de Enfermeiro de Combate (Combat Medical Badge)52. Essas mudanças se consolidaram ainda mais quando foi republicado o regulamento do Exército dos EUA sobre condecorações militares em 11 Dez 2006, estendendo o período de cobertura relativo à Coreia para 4 Jan 1969 a 31 Mar 1994.

O outro principal distintivo de reconhecimento por ações em combate é o da unidade da época em que o militar serviu, a ser fixado ao ombro direito, sendo comumente conhecido como emblema de combate. Essa condecoração permaneceu estável ao longo do tempo, e o Regulamento do Exército 670-1, Uso e Aparência do Uniforme (AR 670-1, Wear and Appearance of the Uniform) sempre manteve sua exclusividade, afirmando: “Também entre 1 Abr 1968 e 31 Ago 1973, para os indivíduos que tenham sido agraciados com a medalha Purple Heart, distintivo de infante combatente, distintivo de enfermeiro de combate ou que tenham se qualificado para pelo menos um mês de pagamento por serviço em uma zona de fogo hostil na Coreia”53. Da mesma forma que a exceção específica para os distintivos, o Exército dos EUA também autorizou o emblema de combate para os soldados que houvessem “participado diretamente da troca de tiros com os guardas norte-coreanos na Área de Segurança Conjunta, em Panmunjom, na Coreia” em 23 Nov 1984, em consequência da deserção de Matuzok para a JSA54. Esse reconhecimento foi um importante passo para chamar atenção para esse incidente perigoso.

Conclusão

O perigo e a bravura caracterizaram o serviço ao longo da zona desmilitarizada que separa a Coreia do Norte comunista da Coreia do Sul democrática desde o armistício de 1953. Os militares norte-americanos serviram com determinação, enfrentando a ameaça constante de violência e morte em um local isolado e longe da terra natal. Durante seu serviço, esses soldados demonstraram disciplina, executando seu perigoso trabalho sem um reconhecimento oficial de combate. Da Guerra Silenciosa do final dos anos 60 aos ocasionais incidentes violentos ocorridos nos anos 70 e 80, os soldados norte-americanos estacionados ao longo da zona desmilitarizada serviram com distinção e coragem iguais às daqueles em locais mais reconhecidos por todo o mundo. Com o tempo, o Exército dos EUA admitiu essa falha, autorizando o reconhecimento de combate pelo serviço ao longo da zona desmilitarizada durante períodos específicos. Inicialmente, isso foi feito de modo desigual em comparação com outros teatros de operações, mas, no início da década de 2000, o Exército dos EUA mudou de postura. Retroativamente, fez com que os requisitos fossem os mesmos para o período passado ao longo da violenta e perigosa zona desmilitarizada e todas as demais zonas de combate. Finalmente, desde 1953, quase cem norte-americanos falecidos e muitos veteranos feridos receberam o devido reconhecimento por seu serviço ao longo da distante zona desmilitarizada.


Referências

  1. James F. Schnabel, Policy and Direction: The First Year (Washington, DC: U.S. Army Center of Military History, 1992), p. 399-400.
  2. Ibid., p. 402.
  3. Walter G. Hermes, Truce Tent and Fighting Front (Washington, DC: U.S. Army Center of Military History, 1992), p. 490.
  4. Ibid., p. 497.
  5. Ibid., p. 501.
  6. Ibid., p. 504; Hannah Fischer, North Korean Provocative Actions, 1950–2007, Congressional Research Service (CRS) Report No. RL30004 (Washington, DC: CRS, 20 April 2007), p. 3.
  7. Rick Atkinson, The Long Gray Line: The American Journey of the West Point Class of 1966 (Boston: Houghton Mifflin, 1989), p. 420.
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  9. Nicholas Evan Sarantakes, “The Quiet War: Combat Operations along the Korean Demilitarized Zone, 1966-1969”, Journal of Military History 64, no. 2 (April 2000): p. 442-43.
  10. Daniel P. Bolger, “Scenes from an Unfinished War: Low-Intensity Conflict in Korea, 1966-1969”, Leavenworth Papers No. 19 (Forte Leavenworth, KS: Combat Studies Institute Press, 1991), p. 37-39.
  11. Ibid., p. 53.
  12. Sarantakes, “The Quiet War”, p. 444.
  13. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 46.
  14. Ibid., p. 47.
  15. Ibid., p. 49.
  16. Sarantakes, “The Quiet War”, p. 453.
  17. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 50-51.
  18. Ibid., p. 29, p. 51.
  19. Ibid., p. 78.
  20. Ibid., p. 54-55.
  21. Jenerette, “The Forgotten DMZ”, p. 36.
  22. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 61.
  23. Ibid., p. 54, p. 61; Jenerette, “The Forgotten DMZ”, p. 36.
  24. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 55-57.
  25. Ibid., p. 86-87.
  26. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 63-65.
  27. Sarantakes, “The Quiet War”, p. 447.
  28. Jenerette, “The Forgotten DMZ”, p. 41; Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 95.
  29. Ibid., p. 107-8.
  30. Ibid., p. 112-13.
  31. Jenerette, “The Forgotten DMZ”, p. 36-37.
  32. Sarantakes, “The Quiet War”, p. 445.
  33. Fischer, North Korean Provocative Actions, 1950–2007, p. 7.
  34. Ibid.
  35. Office of the Korea Chair, Record of North Korea’s Major Conventional Provocations since 1960s (Washington, DC: Center for Strategic & International Studies, 25 May 2010), p. 3, p. 7, p. 11; Atkinson, The Long Gray Line, p. 420.
  36. Atkinson, The Long Gray Line, p. 422, p. 425-26; Fischer, North Korean Provocative Actions, p. 6.
  37. Atkinson, The Long Gray Line, p. 426-27.
  38. Ibid., p. 431; Fischer, North Korean Provocative Actions, p. 6; Office of the Korea Chair, Record of North Korea’s Major Conventional Provocations since 1960s, p. 3.
  39. Atkinson, The Long Gray Line, p. 434; Office of the Korea Chair, Record of North Korea’s Major Conventional Provocations since 1960s, p. 3.
  40. Clyde Haberman, “3 Koreans Killed as Soldiers Trade Shots in the DMZ”, New York Times (site), 24 Nov. 1984, acesso em 10 jul. 2019, https://www.nytimes.com/1984/11/24/world/3-koreans-killed-as-soldiers-trade-shots-in-the-dmz.html; Thomas Hanson, “A Forty-Minute Korean War: The Soviet Defector Firefight in the Joint Security Area, Panmunjom, Korea, 23 November 1984”, The National Museum of the United States Army, 31 Mar. 2017, acesso em 10 jun. 2019, https://armyhistory.org/a-forty-minute-korean-war-the-soviet-defector-firefight-in-the-joint-security-area-panmunjom-korea-23-november-1984/.
  41. Haberman, “3 Koreans Killed as Soldiers Trade Shots in the DMZ”.
  42. Paul Shin, “U.S. Soldier Describes Korean Firefight”, United Press International, 25 Nov. 1984, acesso em 11 jul. 2019, https://www.upi.com/Archives/1984/11/25/US-soldier-describes-Korean-firefight/2114470206800/; Hanson, “A Forty-Minute Korean War”.
  43. Hanson, “A Forty-Minute Korean War”.
  44. Clyde Haberman, “DMZ Defector Says He Acted Freely”, New York Times (site), 27 Nov. 1984, acesso em 10 jul. 2019, https://www.nytimes.com/1984/11/27/world/dmz-defector-says-he-acted-freely.html.
  45. Fischer, North Korean Provocative Actions, p. 12-16, p. 18-19, p. 23, p. 25-26.
  46. John M. Glionna, “In South Korea, Land Mines Remain a Threat”, Los Angeles Times (site), 23 Dec. 2009, acesso em 10 jul. 2019, https://www.latimes.com/archives/la-xpm-2009-dec-23-la-fg-korea-landmines23-2009dec23-story.html; Choe Sang-Hun, “South Korea Accuses the North after Land Mines Maim Two Soldiers in DMZ”, New York Times (site), 10 Aug. 2015, acesso em 10 jul. 2019, https://www.nytimes.com/2015/08/11/world/asia/north-korea-placed-mines-that-maimed-2-south-korean-soldiers-at-dmz-seoul-says.html.
  47. Sarantakes, “The Quiet War”, p. 445.
  48. Army Regulation (AR) 600-8-22, Military Awards (Washington: DC: Government Printing Office, Feb. 1995 [obsoleto]), p. 25; o atual AR 600-8-22 data de 5 mar. 2019.
  49. Ibid.
  50. Bolger, “Scenes from an Unfinished War”, p. 76.
  51. Hanson, “A Forty-Minute Korean War”.
  52. Headquarters, Department of the Army, memorandum, “Changes to the Combat Infantryman Badge and the Combat Medical Badge and the Establishment of the Combat Action Badge”, 3 Jun. 2005, historians files.
  53. AR 670-1, Wear and Appearance of the Uniform (Washington, DC: U.S. Government Printing Office, Mar. 2014 [obsoleto]), p. 31.
  54. Ibid., p. 34.

O Cap Michael Anderson, do Exército dos EUA, serve junto à Diretoria de Operações, Prontidão e Mobilização, Quartel-General, Departamento do Exército, Subchefia de Operações e Planos (G-3/5/7). Concluiu o bacharelado em História e Ciência Política (Relações Internacionais) pela University of Central Florida e o mestrado em História Militar pela Norwich University.

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Segundo Trimestre 2020