Músicos de Marte em múltiplos domínios
Expandindo as armas combinadas no século XXI
Gen Div Milford Beagle Jr., Exército dos EUA
Cel (Res) Richard Creed, Exército dos EUA
Ten Cel (Res) Matt Farmer, Exército dos EUA
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Para alcançar harmonia no combate, uma arma deve apoiar a outra. O trabalho em equipe vence. Vocês, músicos de Marte […] devem entrar na música no lugar e momentos certos.
—George S. Patton
Há mais de 80 anos, no início da Segunda Guerra Mundial, o então Gen Bda George S. Patton usou uma metáfora musical para descrever para a 2a Divisão Blindada como gostaria de combater — uma estranha comparação, que refletia a facilidade com que o general costumava combinar o profundo com o profano. Os instrumentos de combate são diferentes hoje em dia, bem como o ambiente operacional, mas a metáfora continua válida. A nova versão do Manual de Campanha 3-0, Operações (FM 3-0, Operations), enfatiza a abordagem de armas combinadas para as operações, validada pelo tempo e expandida para enfrentar os desafios apresentados hoje por ameaças como a China e a Rússia.1 Ambos os adversários possuem forças armadas grandes e modernas capazes de contestar a força conjunta dos EUA em terra, ar, mar, espaço e ciberespaço — um ambiente no qual o Exército dos EUA não combate há décadas. As tropas do Exército enfrentam esse desafio por meio das operações em múltiplos domínios, o conceito operacional descrito no novo FM 3-0:
As operações em múltiplos domínios consistem no emprego pelas armas combinadas das capacidades conjuntas e do Exército para criar e explorar vantagens relativas que atingem objetivos, derrotam forças inimigas e consolidam ganhos em nome dos comandantes da força conjunta.2
No centro das operações em múltiplos domínios está a expansão das armas combinadas para além das abordagens tradicionais de um e dois domínios para incluir todos os domínios — terrestre, aéreo, marítimo, espacial e cibernético. A abordagem em múltiplos domínios aumenta as opções dos comandantes do Exército e da força conjunta para criar vantagens exploráveis contra forças inimigas com capacidades equiparadas. A integração eficaz de todas as capacidades e métodos disponíveis exige líderes que entendam a doutrina e sejam mestres em seu ofício. A leitura do FM 3-0 e de outras doutrinas é essencial, mas a habilidade requer a aplicação durante o desenvolvimento e o treinamento de líderes nos aquartelamentos e nos centros de treinamento de combate.
Desde seu início, em 2016, as operações em múltiplos domínios se basearam nas ameaças. O ponto de partida para compreender as operações em múltiplos domínios é, portanto, uma compreensão das ameaças chinesa e russa.
Desafios apresentados por China e Rússia
A modernização militar chinesa e russa e a proliferação de capacidades espaciais, cibernéticas e nucleares com aplicações militares são os principais fatores que impulsionam a mudança nas políticas e doutrina de segurança. Embora vários adversários possam contestar a força conjunta em múltiplos domínios, a China e a Rússia continuam sendo os mais perigosos. Esses países possuem formações e capacidades duráveis do ponto de vista operacional, resilientes e adaptáveis. É improvável que se consiga derrotar um deles rapidamente em um único esforço decisivo. As forças do Exército devem, portanto, ser capazes de concentrar o poder de combate contra vários pontos decisivos, acumular vantagens ao longo do tempo e derrotar as forças inimigas em todos os seus elementos, criando e explorando relações de força favoráveis.3
No nível estratégico, a China e a Rússia apresentam ameaças diferentes e em escalas diferentes. No entanto, ambos os adversários empregam abordagens de separação (standoff), utilizando capacidades de sensores em rede e fogos de longo alcance para negar à força conjunta dos Estados Unidos da América (EUA) o acesso a áreas valiosas do ponto de vista estratégico, necessárias para a projeção de força e resposta global a partir do território continental do país. Com base nas operações dos EUA contra o Iraque e o Afeganistão, ambas as nações concluíram que a melhor forma de se defenderem era impedir que os inimigos acumulassem poder de combate perto de suas fronteiras.4 A doutrina conjunta descreve essas abordagens de separação como antiacesso e negação de área. Em geral, antiacesso diz respeito a capacidades de longo alcance que impedem a entrada da força conjunta em uma área. A negação de área costuma se referir às capacidades de médio e curto alcance que limitam a liberdade de manobra de uma força que já esteja em uma área. Essas abordagens de separação fazem com que a China e a Rússia consigam fazer coisas com a força conjunta dos EUA que temos sido capazes de fazer impunemente com outros desde o fim da Guerra Fria. Um dos impactos estratégicos das abordagens de separação dos inimigos com poder de combate equiparado é o aumento dos possíveis custos em termos de dinheiro, tempo e vidas para a força conjunta e nossos aliados em caso de conflito armado, aumentando efetivamente o limiar no qual os EUA podem responder à provocação com a força. Ao diluir a eficácia da dissuasão convencional, os adversários têm maior liberdade de ação para expandir a agressão e conduzir atividades malignas, incluindo a guerra de informação. A China e a Rússia continuam promovendo seus interesses com um risco limitado de ter de enfrentar forças militares dos EUA em combates aproximados. O desenvolvimento das operações em múltiplos domínios levou em conta essas considerações estratégicas.5
No nível operacional, existem dois combates básicos relevantes para as forças do Exército: (1) o combate conjunto, apoiado pelas capacidades do Exército, para derrotar as abordagens inimigas de antiacesso e negação de área; e (2) o combate terrestre, apoiado pelas capacidades conjuntas, para derrotar as forças inimigas, controlar acidentes capitais e populações e atingir objetivos nacionais para os comandantes da força conjunta. Para ambos os combates é fundamental o papel dos corpos de exército lutando como formações para derrotar os componentes do sistema integrado de defesa antiaérea e o comando geral de fogos integrados do inimigo.
O desafio tático também tem dois componentes. O primeiro refere-se a como as forças em posições avançadas defenderão o terreno crítico e a infraestrutura conjunta sob risco de agressão e ação ofensiva imprevistas do inimigo. O segundo diz respeito a como as forças do Exército conduzirão operações expedicionárias ofensivas contra inimigos com poder de combate equiparado, empregando uma defesa deliberada em níveis apoiada por capacidades globais de inteligência, vigilância e reconhecimento. Os elementos defensivos das ameaças apresentam muitas vantagens iniciais, incluindo tempo de preparação, linhas de comunicação relativamente próximas de suas fronteiras nacionais, melhor compreensão do terreno e das populações, disponibilidade das forças e capacidade de concentrar rapidamente grandes volumes de fogos. Durante as operações defensivas e ofensivas amigas, as forças inimigas atacarão os nós de logística e de comando e controle (C2) das forças amigas, degradarão suas comunicações por meio de guerra eletromagnética e atacarão nossa disposição para lutar por meio da guerra de informação. Se a dissuasão falhar, é provável que as formações táticas do Exército precisem lutar e vencer com um aliado enquanto estiverem em menor número e isoladas do restante da força conjunta dos EUA.
Enfrentando o desafio: as operações em múltiplos domínios
As operações em múltiplos domínios são a contribuição do Exército às campanhas conjuntas que alcançam resultados políticos sustentáveis. Todas as operações dependem, de alguma forma, de capacidades e operações em múltiplos domínios. As operações em múltiplos domínios são aplicadas em todos os escalões, embora de maneiras diferentes. Em geral, o corpo de exército e escalões superiores têm o papel principal na alocação ou integração das capacidades conjuntas e do Exército — que são inerentemente de múltiplos domínios — em suas formações subordinadas. As divisões podem também desempenhar um papel de integração em alguns casos. No entanto, mesmo quando não são dotadas capacidades conjuntas a uma formação, esta deve estar ciente das ameaças representadas pelas capacidades inimigas de todos os domínios e adotar as medidas adequadas para mitigá-las. A preservação do poder de combate exige um alto nível de consciência situacional e esforço físico, que são imperativos do FM 3-0.
As operações em múltiplos domínios se baseiam em uma abordagem conjunta e de armas combinadas para operações em um ambiente de coalizão. O conceito operacional enfatiza a necessidade de compreender os efeitos e os processos para o emprego de todos os recursos disponíveis. O FM 3-0 oferece um modelo para ajudar os líderes a visualizar o ambiente operacional através de cinco domínios, compreendidos em três dimensões — física, informacional e humana (veja a Figura). As operações em múltiplos domínios concentram-se nas operações de combate em larga escala, mas descrevem como as forças do Exército integram as operações como parte de campanhas conjuntas durante a competição, crise e conflito armado de forma complementar e de reforço. Quatro princípios e nove imperativos orientam a condução das operações, oferecendo opções de como os líderes podem aplicar e preservar o poder de combate contra desafios específicos apresentados por inimigos com poder de combate equiparado. As operações em múltiplos domínios enfatizam o uso de mecanismos de derrota e a derrota das forças inimigas em todos os seus elementos, mantendo a coesão das operações amigas. O FM 3-0 descreve como as forças do Exército integram as operações profundas, aproximadas, de apoio e de retaguarda nos escalões e entre eles para gerar poder de combate e empregá-lo com o maior efeito possível contra as forças inimigas.
Armas combinadas
A expansão das armas combinadas está no cerne do que faz com que as operações em múltiplos domínios estejam um passo adiante. Os efeitos complementares e de reforço criados pelo emprego de capacidades de diferentes domínios pelas armas combinadas são desencadeados por meio da integração e sincronização que ocorrem durante o processo de operações. A integração consiste em determinar quais formações de qual escalão precisam de quais capacidades para atingir os objetivos designados e, em seguida, alocar essas capacidades. A sincronização consiste em aplicar combinações dessas capacidades no tempo e no espaço para criar dilemas para os quais o inimigo não tenha boas soluções. Os líderes integram e sincronizam forças convencionais, forças multinacionais, forças de operações especiais, forças irregulares e todos os parceiros de ação unificada disponíveis. Cada membro da equipe expandida de armas combinadas tem pontos fortes que os outros podem reforçar e limitações que os outros podem atenuar. É fundamental compreender como os diferentes tipos de capacidades atuam juntos e empregá-los de formas inesperadas pelo inimigo para alcançar o sucesso contra adversários que contam com a nossa previsibilidade. Os líderes devem entender como sua formação e suas capacidades habilitam o comando superior, as unidades adjacentes e a campanha conjunta. Devem também compreender como as capacidades e formações que não controlam podem apoiar suas operações.
O sucesso exige o compromisso do líder com o nível mais alto possível de especialização no assunto em todas as armas, quadros e serviços e qualificações militares. Além disso, os líderes devem entender como equilibrar eficácia e eficiência ao integrar ou alocar capacidades em todos os escalões do Exército com base nos riscos. Essa realidade significa que nosso ponto de partida, independentemente do escalão ao qual estivermos designados, é uma compreensão clara do ambiente operacional em termos de áreas designadas de forças amigas e adversárias e suas áreas de influência.
Compreendendo o ambiente operacional: domínios e dimensões
As operações em múltiplos domínios exigem que os líderes compreendam seu ambiente operacional por meio dos cinco domínios e suas dimensões física, informacional e humana. “Um domínio é uma parte fisicamente definida de um ambiente operacional que exige um conjunto único de capacidades e habilidades de combate”.6
Os líderes não precisam compreender todos os aspectos técnicos das capacidades conjuntas ou do Exército, mas precisam entender como podem ser empregadas de forma mutuamente benéfica e como solicitar essas capacidades para apoiar as operações terrestres. Da mesma forma, os líderes do Exército nos escalões acima de brigada precisam defender o emprego das capacidades do Exército para obter liberdade de ação para os demais componentes da força conjunta.
Embora as características físicas definam os domínios, as operações em múltiplos domínios enfatizam a importância de fatores além dos físicos. O FM 3-0 dispõe que “compreender as dimensões física, informacional e humana de cada domínio ajuda os comandantes e estados-maiores a avaliar e prever os impactos de suas operações”.7
Embora as operações do Exército, em sua maioria, iniciem a ação pela dimensão física, elas precisam, por fim, influenciar (pela dimensão informacional) para afetar a vontade do adversário (dimensão humana). O FM 3-0 também enfatiza a importância contínua de fatores intangíveis para as forças amigas, como a liderança e a abordagem de comando de missão em relação ao C2.
Ver a si próprio: gerando e aplicando o poder de combate
As funções de combate e as dinâmicas do poder de combate desempenham um papel fundamental para ajudar os comandantes a enxergar suas unidades e compreender como empregar as capacidades contra o inimigo da melhor forma possível. O FM 3-0 identifica seis funções de combate:
- Comando e controle
- Movimento e manobra
- Inteligência
- Fogos
- SustentaçãoNT
- Proteção8
NT: A “Sustentação”, no Exército dos EUA, compreende quatro áreas (logística, saúde, recursos humanos e finanças).
O FM 3-0 modifica o modelo de poder de combate. Alinha a definição de poder de combate com a definição conjunta e enfatiza quais meios letais e de desorganização podem ser aplicados contra o inimigo. Altera os componentes do poder de combate de “elementos” para “dinâmicas” para reforçar a ideia de que o poder de combate consiste em variáveis interativas e sujeitas a mudanças no ambiente. O FM 3-0 diferencia deliberadamente a dinâmica do poder de combate das funções de combate. Define o poder de combate como “os meios totais de força destrutiva e desorganizadora que uma unidade/formação militar pode aplicar contra um inimigo em um determinado momento (Publicação Conjunta 3-0, Operações Conjuntas [JP 3-0, Joint Operations])” e identifica a dinâmica do poder de combate da seguinte forma:
- Liderança
- Poder de fogo
- Informação
- Mobilidade
- Capacidade de sobrevivência9
Ver o inimigo: as ameaças e seus métodos
As forças do Exército conduzem operações orientadas para a ameaça. O inimigo está sempre ponderando e se adaptando. Portanto, entendê-lo é uma exigência contínua durante as operações. O FM 3-0 observa: “As ameaças enfrentadas pelas forças do Exército são híbridas por natureza. Incluem indivíduos, grupos de indivíduos, forças paramilitares ou militares, elementos criminosos, Estados-nação ou alianças nacionais”.10
A China e a Rússia combinam cinco métodos gerais para atingir seus objetivos durante competição, crise e conflito:
- Guerra de informação é o uso de atividades de informação, como operações cibernéticas, guerra eletrônica, operações psicológicas, campanhas de desinformação e outras operações de dissimulação para atingir objetivos.
- Guerra de sistemas é o uso de sistemas em rede de apoio mútuo, como os Sistemas Integrados de Defesa Antiaérea e os Complexos de Fogos Integrados, para alcançar objetivos. As ameaças protegem seus próprios sistemas enquanto desintegram os sistemas de seus oponentes.
- Impedimento é o uso de abordagens de separação para negar o acesso da força conjunta a áreas importantes do ponto de vista estratégico.
- Isolamento é o uso de instrumentos nacionais de poder para separar do apoio externo os parceiros de coalizão, os componentes da força conjunta ou forças em posições avançadas.
- Santuário é o posicionamento das forças da ameaça fora do alcance das forças amigas.11
A China e a Rússia aplicam os métodos da ameaça de maneiras diferentes nos níveis operacional e tático. Os comandantes usam os métodos da ameaça para entender melhor as táticas do inimigo, prever suas ações e avaliar as linhas de ação das forças amigas.
Operações durante competição, crise e conflito armado
As operações em múltiplos domínios são a contribuição das forças do Exército para as operações conjuntas e costumam envolver aliados e parceiros. Aproveitar as vantagens oferecidas pela força conjunta e por nossos parceiros multinacionais é uma consideração fundamental em todos os contextos. Os contextos estratégicos — competição, crise e conflito armado — ajudam os comandantes a entender seu papel no contexto de uma campanha conjunta e a se preparar para suas missões. Durante a competição, as forças do Exército combatem as atividades dos adversários e demonstram credibilidade no combate mediante o adestramento e a interoperabilidade com aliados e parceiros. Essa atividade estabelece as condições para o êxito nas operações de combate, reconhecendo que não há tempo extra para se preparar para um conflito — as forças do Exército dissuadem adversários de um conflito ao se prepararem continuamente para ele. Durante as crises, as forças do Exército oferecem opções aos comandantes da força conjunta para dissuadir os adversários de novas agressões e proteger os interesses nacionais. Durante o conflito armado, as forças do Exército derrotam as forças inimigas e controlam os acidentes capitais e as populações. Independentemente do contexto estratégico, as forças do Exército continuamente consolidam ganhos em apoio à força conjunta para que ela alcance resultados políticos sustentáveis.12
Fundamentos das operações em múltiplos domínios: princípios e imperativos
Os princípios e imperativos caracterizam as operações eficazes e ajudam a orientar os comandantes no processo operacional.
Princípios. Quatro princípios caracterizam as qualidades desejáveis das operações: agilidade, convergência, resistência e profundidade. Todos estão ligados à ideia central do emprego pelas armas combinadas de todo o poder de combate disponível em múltiplos domínios para criar e explorar as vantagens.
A agilidade abrange muitas considerações. Os comandos ágeis fazem a transição rápida entre as fases, contextos e organizações por tarefas. Os comandantes ágeis concebem abordagens operacionais projetadas para explorar janelas de oportunidade fugazes. As forças ágeis se dispersam rapidamente para impedir o processamento de alvos do inimigo, concentram-se rapidamente quando necessário e se adaptam mais rapidamente do que o inimigo às mudanças de condições.
A convergência garante que os escalões acima de brigada empreguem todas as capacidades do Exército e conjuntas disponíveis para maximizar o poder de combate relativo de forma a criar oportunidades para derrotar forças inimigas capazes. A convergência cria oportunidades para a manobra e operações aproximadas, mas exige forças do Exército ágeis para explorar rapidamente essas oportunidades.
A resistência reflete a capacidade de absorver os ataques do inimigo e manter o combate no tempo e espaço necessários para cumprir a missão. É uma função de proteção, sustentação e gestão do ritmo.
A profundidade aplica o poder de combate em todas as formações do inimigo e no ambiente operacional, alcançando objetivos operacionais sucessivos e consolidando ganhos para a força conjunta. As operações em profundidade desorganizam a abordagem preferida do inimigo, desintegram os elementos interdependentes dos sistemas inimigos e tornam as forças inimigas vulneráveis à derrota em todos os seus elementos.13
Imperativos. Nove imperativos descrevem o que as unidades devem fazer para vencer com um custo aceitável no campo de batalha moderno. Derivam dos princípios da guerra, mas adaptam-se aos desafios atuais. Devem fundamentar de forma significativa a forma como desenvolvemos nossos comandantes e adestramos nossas formações, pois devem promover a mudança cultural necessária para prevalecer nas operações de combate em larga escala no século XXI. Os nove imperativos são:
- Ver a si próprio, ver o inimigo e compreender o ambiente operacional.
- Considerar o fato de estar sob constante observação e todas as formas de contato com o inimigo.
- Criar e explorar vantagens físicas, informacionais e humanas relativas em busca da superioridade de decisão.
- Fazer contato inicial com o menor elemento possível.
- Impor vários dilemas ao inimigo.
- Antever, planejar e executar transições.
- Designar, pesar e sustentar o esforço principal.
- Consolidar os ganhos de forma contínua.
- Compreender e gerenciar os efeitos das operações nas unidades e nos soldados.14
O segundo imperativo — considerar a observação constante e todas as formas de contato com o inimigo — afeta todos os graus hierárquicos e qualificações militares do nosso Exército. Aborda a importância de não apresentar alvos lucrativos para o fogo inimigo. Como dispõe o FM 3-0, de forma sucinta, “O que pode ser detectado pode ser atacado e morto”.15 As unidades devem empregar combinações de capacidades e técnicas para garantir a dispersão, cobertura, ocultação, camuflagem, mascaramento das assinaturas de radiação eletromagnética, segurança das operações e dissimulação. Considerar a observação constante do inimigo operacionaliza a proteção, que, em última análise, é um resultado que exige atenção contínua do líder às realidades do ambiente operacional cada vez mais transparente.16
Derrotando as forças inimigas
A derrota em todos os elementos consiste em concentrar um poder de combate sobrepujante contra partes distintas de uma força, em vez de derrotar a força inteira de uma só vez.17
É altamente improvável que se consiga derrotar com um esforço único e decisivo um inimigo adaptável e do mesmo nível, que opere com capacidades e formações complexas. O FM 3-0, portanto, oferece uma abordagem para derrotar as forças inimigas em todos os seus elementos. Derrotar as forças inimigas em todos os seus elementos permite que os comandantes usem poder de combate superior contra partes de uma força inimiga potencialmente superior e os sistemas que a apoiam, como os comandos de fogos integrados e os sistemas integrados de defesa antiaérea. Para isso, os comandantes aplicam combinações de mecanismos de derrota. Como descreve o FM 3-0, “as operações em múltiplos domínios quebram a coesão das abordagens operacionais da ameaça ao destruir, deslocar, isolar e desintegrar repetidamente seus sistemas e formações interdependentes e explorar as oportunidades para derrotar as forças inimigas em todos os seus elementos”.18
Estrutura operacional
Os campos de batalha são ambientes caóticos. As forças inimigas e amigas estão misturadas, estando as unidades amigas frequentemente separadas por longas distâncias ou operando sob diferentes comandos. Os comandantes usam a estrutura operacional para ajudar a impor a ordem e o foco às forças que eles controlam e para administrar a aplicação da violência. O FM 3-0 descreve a estrutura operacional como “uma ferramenta cognitiva usada para auxiliar os comandantes e os estados-maiores a visualizar e descrever claramente a aplicação do poder de combate no tempo, espaço, propósito e recursos no conceito de operações (ADP 1-01)”.19 Os três modelos comumente usados para criar uma estrutura operacional são: áreas designadas; operações profundas, aproximadas e de retaguarda; e esforço principal, esforço de apoio e reserva.20
Os comandantes não devem adotar uma abordagem excessivamente rígida em relação à estrutura operacional. Devem usar modelos apenas quando forem aplicáveis e devem se sentir livres para adaptar um modelo às exigências próprias de uma situação específica. Se um modelo totalmente diferente atender melhor às suas necessidades, deverão coordenar os níveis superior e inferior para garantir que cada escalão entenda e siga a mesma abordagem. Ao adaptar os modelos, os líderes devem certificar-se de que sua estrutura ainda se encaixa na estrutura de seu escalão superior.
Os comandantes levam em conta o apoio mútuo entre as forças subordinadas ao designar áreas. O apoio mútuo pode incluir o alcance de apoio entre armas e capacidades, bem como a consideração das distâncias de apoio entre as unidades. Os corpos de exército e divisões que operam em vários eixos terão formações subordinadas não contíguas. Ao atribuir áreas designadas não contíguas, o escalão superior mantém a responsabilidade pelo risco associado às áreas para as quais não atribui responsabilidade. Uma área designada pode ser uma área de operações, uma zona ou um setor, dependendo do tipo de operação e do nível de controle exigido pelo escalão superior. As áreas designadas devem ser grandes o suficiente para apoiar as manobras subordinadas e sua capacidade de distribuir forças para mitigar os efeitos do processamento de alvos do inimigo. Entretanto, não devem se estender muito além das áreas de influência subordinadas, o que imporia níveis de risco incertos ou excessivos à formação subordinada. Quando um escalão retém áreas, retém também o risco associado a essas áreas. Durante operações não contíguas, os comandantes devem avaliar continuamente os riscos nessas áreas retidas, especialmente em relação aos nós de sustentação e de C2.
Nas áreas designadas, os comandantes organizam suas operações em termos de tempo, espaço e propósito, sincronizando as operações profundas, aproximadas, de apoio e retaguarda. As divisões e os escalões superiores podem também escalonar suas formações conforme as áreas profundas, aproximadas, de apoio e retaguarda, devido à dimensão e escala de suas operações durante o combate em larga escala. O foco em “operações” nessa versão do FM 3-0 ajuda a esclarecer o papel de uma unidade em termos de propósito — as áreas definem a localização de uma unidade; as operações definem seu propósito.
A tomada e a defesa de territórios contestados exigem operações aproximadas e costumam envolver o combate aproximado ou a ameaça de combate aproximado. O combate aproximado é a atividade de maior risco para as forças convencionais. Em geral, as operações profundas e de retaguarda são conduzidas para viabilizar o sucesso durante as operações aproximadas e estabelecer condições favoráveis para a manobra em combate aproximado. “As operações profundas são ações táticas contra as forças inimigas, normalmente fora do contato direto com as forças amigas, com o objetivo de moldar futuras operações aproximadas e proteger as operações de retaguarda. […] As operações aproximadas são ações táticas das forças de manobra subordinadas e das forças que lhes prestam apoio imediato, cujo propósito é empregar manobra e fogos para confrontar e destruir as forças inimigas. […] As operações de retaguarda são ações táticas atrás das principais forças de manobra subordinadas que facilitam o movimento, ampliam o alcance operacional e mantêm o ritmo desejado”.21
Como as forças do Exército lutarão em ambientes de comunicação contestados, a abordagem de comando de missão em relação ao comando e controle é mais vital do que nunca. Uma maneira pela qual os comandantes apoiam a iniciativa disciplinada e a capacidade de assumir riscos é pela descrição da função de cada escalão no tempo, espaço e propósito. O FM 3-0 oferece algumas considerações gerais:
Durante as operações de combate em larga escala, as brigadas de combate (brigade combat teams, BCT) e as divisões geralmente se concentram em derrotar as formações de manobra do inimigo. Em geral, os corpos de exército e os escalões superiores se concentram em derrotar os sistemas integrados de defesa antiaérea e partes do comando de fogos integrados do inimigo, de acordo com o plano e as prioridades do comandante da força conjunta.22
Os corpos de exército coordenam as operações de combate de suas divisões, as divisões, as de suas brigadas e as brigadas, as de seus batalhões. Cada escalão superior procura estabelecer as condições para que suas formações subordinadas atinjam os objetivos que lhes foram designados, fornecendo os recursos, as diretrizes e a consciência situacional para isso. Os corpos de exército e as divisões lutam como formações, o que exige uma abordagem integrada das operações profundas, aproximadas, de apoio e retaguarda — nenhum escalão pode se dar ao luxo de ter um foco míope em uma só parte do campo de batalha.
Consolidando os ganhos
O FM 3-0 de 2017 introduziu a ideia de consolidação de ganhos, e a Publicação Doutrinária do Exército 3-0, Operações (ADP 3-0, Operations) de 2019 continuou a esclarecer a necessidade de fazer isso. A versão de 2022 do FM 3-0 aponta a importância da consolidação contínua de ganhos como um imperativo e uma consideração fundamental para as operações durante a competição, a crise e o conflito armado. A consolidação de ganhos alcança o propósito final das operações conduzidas pelas forças do Exército. Não se trata de uma fase, mas da exploração de objetivos táticos para obter resultados estratégicos. A consolidação de ganhos exige que os líderes conduzam as operações com o estado final em mente e que adotem as medidas necessárias para atingir esse estado final geral o mais rápido possível. A consolidação de ganhos começa com uma descrição clara do propósito da operação e um entendimento compartilhado de como alcançá-lo. Depois, à medida que atingem os objetivos e derrotam as forças inimigas, as unidades adotam medidas para tornar seus ganhos mais permanentes. A consolidação de ganhos pode começar como uma fração que consolida um objetivo. Pode incluir uma divisão que atribui a uma brigada a missão de derrotar uma força inimiga contornada para estabelecer as condições para operações de estabilização. Pedir a um aliado ou parceiro que realize tarefas essenciais de estabilização em uma área urbana seria um meio potencialmente eficaz de consolidar os ganhos.
Os escalões superiores solicitam recursos para ampliar a escala e acelerar o ritmo de consolidação de ganhos. Seu acesso às forças da nação anfitriã, fogos conjuntos, capacidades de assistência às forças de segurança, forças de operações especiais, assuntos civis, comunicação social, engenharia e capacidades espaciais e cibernéticas oferecem oportunidades para unir e expandir o sucesso das unidades subordinadas. Durante grandes campanhas e operações, a consolidação de ganhos é o parâmetro que conduz à transição da responsabilidade sobre áreas e populações para outras autoridades legítimas e, em última análise, a resultados políticos sustentáveis. Durante a competição pós-conflito, as forças do Exército continuam a consolidar ganhos para a força conjunta, expandindo ou mantendo a estabilidade das condições desejáveis.
Ambientes marítimos
Uma década após o redirecionamento da política externa estadunidense para o Pacífico, é fundamental que a doutrina do Exército comece a levar em conta as considerações únicas das operações em ambientes marítimos, como o teatro de operações do Indo-Pacífico.23 O Capítulo 7 aborda muitas dessas considerações e, da mesma forma, descreve aspectos das operações no Ártico, que também são fortemente influenciadas pelo ambiente marítimo.
As operações em ambientes marítimos exigem o emprego de capacidades conjuntas e do Exército em apoio mútuo. A sustentação, comunicação, proteção e mobilidade são desafios para as forças terrestres em ambientes marítimos e exigem um nível ainda maior de integração com a força conjunta. O componente terrestre pode, muitas vezes, assistir os componentes aéreo e marítimo, o que é uma mudança em relação ao que as forças do Exército estavam acostumadas nas últimas décadas. As operações marítimas dependem das forças terrestres para a proteção de bases, portos e gargalos marítimos. As forças terrestres apoiam as operações aéreas e marítimas com fogos superfície-superfície e superfície-ar, ao mesmo tempo em que permitem que a força conjunta retenha ou obtenha territórios e infraestrutura vitais.24
Desdobramentos contestados
As forças do Exército devem esperar desafios impostos pelo inimigo desde o aquartelamento até suas zonas de concentração no exterior. Desde a Segunda Guerra Mundial, “as forças militares dos EUA realizaram desdobramentos não contestados e, muitas vezes, previsíveis dos aquartelamentos para os teatros de operações, porque nossos inimigos não tinham a capacidade de afetar significativamente as unidades desdobradas no aquartelamento ou durante o trânsito para um teatro de operações. Esse não é mais o caso”.25 O Anexo C do FM 3-0 descreve como planejamos lidar com inimigos com poder de combate equiparado capazes de observar, desorganizar, atrasar e atacar as forças estadunidenses em qualquer estágio da projeção de força, inclusive enquanto ainda estiverem posicionadas em seus aquartelamentos nos EUA e no exterior. “Os comandantes e os estados-maiores devem, portanto, planejar e executar os desdobramentos com a premissa de que as forças amigas estão sempre sob observação e em contato” — um imperativo das operações em múltiplos domínios.26
Operações em múltiplos domínios no futuro
O FM 3-0 é um catalisador de mudanças em todo o Exército. A doutrina de operações em múltiplos domínios conduzirá à atualização de outras doutrinas do Exército e influenciará o projeto de forças futuras. A educação profissional militar deve levar em conta seus princípios, imperativos e abordagem do ambiente operacional. As operações em múltiplos domínios estimularão mudanças no adestramento coletivo nos aquartelamentos das unidades e nos centros de treinamento de combate. A interoperabilidade com aliados e parceiros é mais importante do que nunca e deve atender a exigências técnicas, humanas e procedimentais. Nosso foco deve estar em ser um bom aliado ou parceiro, não apenas em ter aliados e parceiros.
Assim como a doutrina de Combate Ar-Terra impulsionou um nível mais profundo de integração ar-terra pela força conjunta, as operações em múltiplos domínios impulsionarão o desenvolvimento contínuo de táticas, técnicas e procedimentos para integrar as capacidades marítimas, espaciais e cibernéticas em apoio às operações terrestres. Organizações como a força-tarefa de múltiplos domínios e o comando de fogos do teatro de operações são os primeiros passos. As unidades devem desenvolver e experimentar soluções para integrar novas capacidades às estruturas e processos atuais conjuntos e do Exército. A experimentação pode resultar em processos conjuntos e do Exército, novos ou adaptados, ou em ajustes em nossas organizações atuais. No entanto, quaisquer mudanças que fizermos como Exército e força conjunta devem estar fundamentadas no entendimento compartilhado de como combatemos. Esse entendimento compartilhado começa com nossa doutrina.
Esta versão de operações em múltiplos domínios não é o “fim da doutrina” e continuará a evoluir à medida que as forças do Exército aprenderem, treinarem e aperfeiçoarem as ideias do FM 3-0 para chegar ao conceito de Exército de 2030. As versões futuras das operações em múltiplos domínios continuarão a atualizar as principais ideias e a levar em conta as novas capacidades, fundamentadas na experiência da Força.
Patton usou a metáfora de uma orquestra e o papel de cada instrumento em seu discurso “Músicos de Marte” para descrever a abordagem de armas combinadas sobre como gostaria de lutar. Do outro lado do mundo e dois milênios antes, Sun Tzu identificou a vantagem das combinações em seus axiomas sobre música, cor e sabor:
Não há mais do que cinco notas musicais, mas as combinações dessas cinco dão origem a mais melodias do que se pode ouvir.
Não há mais do que cinco cores primárias, mas combinadas elas produzem mais matizes do que se pode enxergar.
Não há mais do que cinco sabores principais, mas a combinação deles resulta em mais sabores do que se pode degustar.27
Sabemos que as observações desses ícones do pensamento militar não oferecem uma solução mágica para vencer guerras. Entretanto, sua repercussão ao longo do tempo sugere que a ideia de empregar combinações durante a guerra de forma a surpreender e subjugar as forças inimigas é mais do que uma tendência passageira. Na verdade, faz parte da própria composição de uma organização militar bem-sucedida. Os líderes que forem mestres em seu ofício, capazes de incorporar todas as capacidades disponíveis de formas que sejam surpreendentes e sobrepujantes para as forças inimigas, poderão transformar uma atualização modesta da doutrina em uma enorme vantagem proporcionada pelas forças do Exército à força conjunta.
Referências
- Epígrafe. George S. Patton, apud Center for Army Lessons Learned (CALL) Publication 90-6, The Musicians of Mars: A Story of Synchronization for the Company/Team Commander (Fort Leavenworth, KS: CALL, June 1990), p. 4.
- Huba Wass de Czege, “Lessons from the Past: Making the Army’s Doctrine ‘Right Enough’ Today”, Institute of Land Warfare Publication No. 06-2 (Arlington, VA: Association of the United States Army, September 2006), p. 15, acesso em 1 dez. 2022, https://www.ausa.org/sites/default/files/LPE-06-2-Lessons-from-the-Past-Making-the-Armys-Doctrine-Right-Enough-Today.pdf. Este ensaio oferece um guia para o desenvolvimento de uma doutrina de operações bem-sucedida. Nele, Wass de Czege observou a importância de minimizar as mudanças doutrinárias para que a força consiga assimilá-la mais facilmente. Ele escreveu que “muitas das principais ideias do combate ar-terra precisam ser apenas recultivadas”.
- Field Manual 3-0, Operations (Washington, DC: U.S. Government Publishing Office [GPO], 2022), p. 1-2.
- Ibid., p. 1-3.
- Army Techniques Publication 7-100.3, Chinese Tactics (Washington, DC: U.S. GPO, 2021), p. 1-10.
- FM 3-0, Operations, p. 1-3 a 1-4.
- Ibid., p. 1-18.
- Ibid., p. 1-21.
- Ibid., p. 2-1.
- Ibid., p. 2-3.
- Ibid., p. 2-6.
- Ibid., p. 2-7–2-12.
- Ibid., p. 1-14–1-16.
- Ibid., p. 3-2–3-7.
- Ibid., p. 3-8.
- Ibid., p. 3-10.
- Ibid., p. 3-10–3-13.
- Army Doctrine Publication 3-0, Operations (Washington, DC: U.S. GPO, 2010), p. 3-19.
- FM 3-0, Operations, p. 1-3.
- Ibid., p. 3-23.
- Ibid.
- Ibid., p. 3-27–3-31.
- Ibid., p. 6-10.
- Para saber mais sobre o redirecionamento da política externa estadunidense para o Pacífico, veja Christopher H. Robertson, The Obama Administration’s Pacific Pivot Strategy: An Assessment (Fort Leavenworth, KS: Army School for Advanced Military Studies, 25 May 2017), acesso em 1 dez. 2022, https://apps.dtic.mil/sti/pdfs/AD1039909.pdf.
- FM 3-0, Operations, p. 7-1.
- Ibid., C-1.
- Ibid.
- Sun Tzu, apud Thomas R. Phillips, ed., Roots of Strategy (Harrisburg, PA: Stackpole Books, 1985), p. 28.
O Gen Div Milford Beagle Jr., do Exército dos EUA, é o Comandante do Centro de Armas Combinadas do Exército dos EUA em Fort Leavenworth, Kansas, onde é responsável por integrar a modernização do Exército de campanha em assuntos de doutrina, organização, treinamento, material bélico, liderança, pessoal, instalações e políticas. Serviu em diversas funções de liderança, desde o nível pelotão até o nível divisão, em missões ao redor do mundo, do Havaí até a República da Coreia. Anteriormente, atuou como comandante da 10a Divisão de Infantaria Leve de Montanha. Tem bacharelado pela South Carolina State University e mestrados pela Kansas State University, School of Advanced Military Studies e Army War College.
O Cel Richard Creed, da reserva remunerada do Exército dos EUA, é Diretor da Divisão de Doutrina de Armas Combinadas, em Fort Leavenworth, Kansas, e um dos autores e editores das edições de 2017 e 2022 do Manual de Campanha 3-0, Operações. É formado pela Academia Militar dos EUA e tem mestrado pela School of Advanced Military Studies e pelo Army War College. Anteriormente, serviu como G-3 da 2a Divisão de Infantaria e cumpriu missões na Alemanha, Coreia, Bósnia, Iraque e Afeganistão. Comandou nos níveis companhia, batalhão e brigada.
O Ten Cel Matt Farmer, da reserva remunerada do Exército dos EUA, é desenvolvedor de doutrinas da Divisão de Doutrina de Armas Combinadas, em Fort Leavenworth, Kansas, e um dos autores da edição de 2022 do Manual de Campanha 3-0, Operações (FM 3-0, Operations). É bacharel pela Academia Militar dos EUA, mestre pela National Defense Intelligence University e mestre pela School of Advanced Military Studies. Serviu em missões na Europa, Egito, Iraque, Afeganistão e Coreia.
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