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Reestruturar a arte operacional para a competição

 

Maj Steven R. Chase, Exército dos EUA

 

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Imagem: Spencer Bowers

A arte operacional é um conceito fundamental no planejamento militar contemporâneo dos Estados Unidos da América (EUA), mas há deficiências na aplicação da doutrina da arte operacional em um ambiente com crescente competição interestatal. Essas deficiências demonstram a necessidade de reestruturar a forma como a arte operacional possibilita a competição abaixo do limiar do conflito. A adoção da comunicação, coerção, conciliação e cooperação como mecanismos de competição atende a essa necessidade. As lições da Guerra da Coreia e suas consequências validam a necessidade desses mecanismos, com observações a partir de conflitos modernos que reforçam os ensinamentos. Os mecanismos de competição complementam as atuais estruturas doutrinárias, conferindo maior amplitude ao planejamento conceitual na arte operacional.

Arte operacional e competição na doutrina do Exército e em campanhas conjuntas integradas

A Estratégia de Segurança Nacional (National Security Strategy, NSS) de 2022 destaca mudanças na distribuição de poder no mundo, enfatizando a competição com a China e os desafios de outros atores estatais.1 Em consequência, o Exército dos EUA atualizou a doutrina com o Manual de Campanha 3-0, Operações (FM 3-0, Operations), definindo as “operações durante a competição abaixo do limiar do conflito armado”.2 Embora o FM 3-0 ofereça uma descrição abrangente da contribuição do Exército aos objetivos estratégicos durante a competição, o debate sobre a arte operacional continua focado na aplicação de mecanismos de derrota durante o conflito.3 A doutrina conjunta inclui menção a mecanismos de competição, e o Conceito Conjunto para Campanhas Integradas fornece um conjunto de exemplos desses mecanismos para operações em todo o espectro da competição.4 No entanto, a doutrina conjunta não desenvolve uma estrutura conceitual para competição que destaque a necessidade de gerenciamento da escalada. A doutrina conjunta e a do Exército definem e descrevem as operações na competição interestatal, mas as estruturas conceituais correspondentes definidas na arte operacional precisam ser modificadas para apoiar essas operações.

A Publicação Doutrinária do Exército 3-0, Operações (ADP 3-0, Operations), afirma que, para as forças do Exército, “A arte operacional é a busca de objetivos estratégicos, no todo ou em parte, por meio da organização de ações táticas no tempo, espaço e propósito”.5 A arte operacional é uma abordagem cognitiva que apoia o planejamento conceitual que, por sua vez, fundamenta o planejamento detalhado. O planejamento conceitual é essencial para compreender a competição interestatal cada vez mais complexa observada pelo Exército e pela força conjunta.6 O FM 3-0 está alinhado com a definição de arte operacional da ADP 3-0 e descreve como os comandantes usam a arte operacional para desenvolver uma abordagem operacional, “a ideia principal que fundamenta o planejamento detalhado”.7 No entanto, sua análise da arte operacional concentra-se nos mecanismos de derrota durante o conflito. O FM 3-0 descreve as ações do comandante durante a competição como o estabelecimento de condições e a demonstração da capacidade de impor mecanismos de derrota a um adversário.8 O foco nos mecanismos de derrota na arte operacional prepara o leitor para uma mentalidade centrada no conflito. Assim como a discussão de Daniel Kahneman sobre associação mental, uma definição detalhada dos mecanismos de derrota sem debater os mecanismos de competição faz com que os planejadores associem a arte operacional mais ao conflito do que à competição.9 Essa associação é necessária quando a competição se transforma em conflito armado, mas limita a criatividade quando se aplica a arte operacional abaixo do limiar do conflito armado. Além disso, com o objetivo da NSS de evitar a escalada da competição para o conflito, a doutrina do Exército deveria considerar o gerenciamento da escalada e os mecanismos que o possibilitam.10

Contrastando com a doutrina do Exército, o Conceito Conjunto para Campanhas Integradas define uma estrutura conceitual para a competição e oferece uma variedade de exemplos de mecanismos de competição.11 Porém, a estrutura de competição de “contestar, contra-atacar e melhorar” alude de forma limitada à necessidade de gerenciamento da escalada entre potências dotadas de armas nucleares; o conceito para Campanhas Integradas menciona especificamente apenas a ameaça de armas nucleares da Coreia do Norte.12 Embora Campanhas Integradas reconheça o risco de uma escalada não intencional durante a competição, sua estrutura e seus mecanismos de competição não incluem um elemento dedicado à desescalada.13 Essa omissão gera riscos quando forças militares são usadas em uma competição interestatal. Destaca a necessidade de desenvolver uma estrutura conceitual para a competição com mecanismos que reconheçam como as forças militares podem promover objetivos estratégicos abaixo do limiar do conflito armado com adversários dotados de armas nucleares.

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A aplicação da teoria de dissuasão, compulsão e narrativa juntamente com a doutrina da Guerra da Coreia revela quatro mecanismos possíveis: comunicação, coerção, conciliação e cooperação. A figura apresenta a estrutura proposta para esses mecanismos. Essa estrutura utiliza a coerção fundamental da força militar, seja de dissuasão ou compulsão, ao mesmo tempo que reconhece a necessidade de gerenciar a escalada por meio da conciliação e de criar uma vantagem relativa por meio da cooperação com aliados e parceiros.14 Embora a teoria da dissuasão geralmente englobe ações conciliatórias, comunicação aliada ao emprego da força e cooperação com aliados, essa estrutura especifica cada uma delas para destacar sua importância durante a competição com adversários. A conciliação, geralmente na forma de garantias e concessões, ressalta a necessidade de gerenciamento da escalada para evitar conflitos.15 A cooperação descreve o valor dos aliados e parceiros na criação de uma vantagem relativa na competição multipolar. O quarto mecanismo — comunicação — reconhece como as ações e decisões moldam as percepções dos rivais no ambiente operacional.16 Em conjunto, esses mecanismos proporcionam uma estrutura conceitual para a aplicação da força militar na competição, ao mesmo tempo que levam em conta a necessidade de gerenciar a escalada e formar coalizões. As seções a seguir definem de forma detalhada cada mecanismo e, em seguida, descrevem como se complementam.

Comunicação

O mecanismo de comunicação concentra-se em como as ações táticas, operacionais e estratégicas compõem uma narrativa. A invasão da Coreia em 1950 sugere a importância desse mecanismo. As ações e decisões formam a narrativa que molda a percepção das partes amigas, neutras e adversárias.17 Essa percepção é um componente vital do espectro competição-conflito.18 Para que uma narrativa transmita a intenção estratégica, as mensagens devem se repetir em cada ação e evento, devem comunicar um tema coeso.19 As ações em torno das hostilidades iniciais da Guerra da Coreia revelaram a não comunicação de uma narrativa dissuasória para a Coreia do Norte e seu patrono, a União Soviética.

O período que antecedeu a invasão norte-coreana em junho de 1950 demonstrou que a narrativa dos EUA era de indiferença. A retirada das tropas de combate estadunidenses da Coreia em 1949 evidenciou o declínio da determinação dos EUA.20 A declaração do Secretário de Estado Dean Acheson, que excluiu a Coreia do Sul do perímetro de defesa dos EUA, foi uma mensagem estratégica que contribuiu para a mesma narrativa.21 A decisão de Joseph Stalin de apoiar a invasão pela Coreia do Norte se baseou, em parte, nesses sinais dos EUA.22 A ausência de forças em posições avançadas na Coreia, aliada a mensagens estratégicas, transmitiu uma narrativa que incentivou a agressão em vez de dissuadi-la. Pouco depois da invasão pela Coreia do Norte, a intervenção estadunidense reverteu essa percepção e contribuiu significativamente para a defesa da Coreia do Sul.23 Entretanto, o conceito de operações em múltiplos domínios (multi-domain operations, MDO) do Exército prevê que os conflitos futuros não permitirão uma reversão semelhante do compromisso.

O conceito de MDO do Exército dos EUA prevê que, no futuro, os adversários tentarão consolidar os ganhos e desescalar antes da chegada das forças expedicionárias estadunidenses.24 Os conflitos rápidos e limitados, como a invasão russa na Geórgia em 2008 e na Crimeia em 2014, corroboram essa previsão. Embora a invasão russa na Ucrânia em 2022 esteja sendo mais prolongada do que os conflitos anteriores, as suposições subjacentes dos líderes estratégicos russos pareceram semelhantes às de 2008 e 2014.25 As MDO e as tendências contemporâneas reforçam as lições da Guerra da Coreia de que uma narrativa coesa é essencial para comunicar determinação na competição. No entanto, a comunicação de uma narrativa não é a única consideração; a competição também exige a imposição de custos por meio da coerção.

Coerção

A competição exige uma ameaça crível contra as ações do adversário.26 A coerção é o mecanismo para enfrentar essa ameaça, e a tomada de decisão da Coreia do Norte antes da invasão em 1950 sugere a necessidade da imposição de custos inaceitáveis na competição. A coerção consiste em uma escala móvel entre dois tipos de ações.27 A primeira é a dissuasão, ou seja, dissuadir da agressão.28 A segunda é a compulsão, ou seja, forçar um adversário a agir contra sua vontade.29 Em cada emprego de força militar, a avaliação do adversário sobre a credibilidade da ameaça é importante.30 As forças eficazes para coagir um rival podem não funcionar contra outro, apesar das percepções errôneas comuns de que certos tipos de recursos militares têm valor coercitivo universal.31 A composição do Exército sul-coreano até junho de 1950 demonstrou como a avaliação do adversário a respeito dessas forças incentivou a escalada, contrariando a percepção dos EUA sobre a região.

A tomada de decisão norte-coreana em meados de 1950 considerou o poder aéreo dos EUA, mas continuou com o planejamento da invasão focado nas capacidades da força terrestre.32 As decisões estadunidenses sobre políticas limitaram a presença militar dos EUA na Coreia, com base em suposições sobre o valor dissuasório das forças navais e aéreas, além de falsas suposições sobre a credibilidade das forças sul-coreanas.33 Apesar das opiniões dos formuladores de políticas estadunidenses sobre a situação de segurança, Kim Il-Sung baseou seus critérios de invasão na superioridade em relação à força terrestre posicionada diretamente do outro lado da fronteira.34 A lição extraída da invasão de 1950 não é que a política dos EUA estava errada, mas que as suposições estadunidenses ignoraram a percepção da Coreia do Norte sobre os possíveis custos impostos pelo Exército da Coreia do Sul.35 As decisões de Kim Il-Sung destacam o fato de que a coerção é um componente essencial da competição, uma noção ecoada nas MDO.

O conceito de MDO do Exército busca gerar credibilidade pela expansão de sua rede de aliados e parceiros, além de desenvolver e demonstrar capacidades.36 O valor da capacidade demonstrada foi evidenciado na Segunda Guerra de Nagorno-Karabakh (Alto Carabaque). A extensa modernização militar do Azerbaijão desequilibrou o poder a seu favor, enquanto a capacidade militar atrofiada da Armênia apresentava baixos custos para uma invasão.37 As MDO e a Guerra de Nagorno-Karabakh destacam uma lição duradoura da Guerra da Coreia: a coerção é um complemento necessário à abordagem cognitiva da arte operacional na competição.

Cooperação

O terceiro mecanismo de competição é a cooperação. A NSS reconhece a cooperação com aliados e parceiros como a vantagem mais importante dos EUA em uma era de competição estratégica.38 Esse mecanismo expressa a necessidade de apoiar os não antagonistas e, ao mesmo tempo, coagir os adversários.39 A Seção 301 do Título 10 do Código dos EUA define três propósitos da cooperação em assuntos de segurança: “criar e desenvolver capacidades de segurança de forças aliadas e amigas […], fornecer acesso às forças armadas […] e firmar relações que promovam interesses específicos de segurança dos EUA”.40 A doutrina do Exército dos EUA ecoa, no FM 3-0, a importância da cooperação em assuntos de segurança durante a competição.41 Embora as demonstrações, a mostra de força ou outras ações com forças militares possam não ter um efeito coercitivo, podem, contudo, assegurar aliados ou garantir de outra forma o acesso em uma região. A resposta dos EUA após a apreensão do USS Pueblo pela Coreia do Norte em 1968 foi um exemplo disso e da importância da cooperação, mesmo que não tenha tido um efeito de compulsão sobre a Coreia do Norte.

Em 23 de janeiro de 1968, as forças norte-coreanas apreenderam o navio de coleta de inteligência USS Pueblo em águas internacionais, juntamente com seus 83 tripulantes.42 Um ataque norte-coreano realizado alguns dias antes à Casa Azul, residência do Presidente da Coreia do Sul, agravou a situação e criou tensão entre os EUA e a Coreia do Sul.43 Os líderes militares e civis sul-coreanos sinalizaram a intenção de retirar suas forças do Vietnã e, possivelmente, “dirigir-se ao norte”, escalando o conflito com a Coreia do Norte.44 Para garantir à Coreia do Sul o compromisso estadunidense com a aliança, apesar da limitação das forças disponíveis devido ao conflito no Vietnã, a Operação Formation Star executou uma demonstração de força das forças navais na região.45 A operação não compeliu as forças norte-coreanas a libertar os prisioneiros do USS Pueblo, o que foi resolvido posteriormente por meio de negociações. No entanto, isso transmitiu segurança aos sul-coreanos e evitou uma escalada na península.46 O incidente ressaltou que, durante a competição, as ações de cooperação que promovem relações com aliados sem que tenham necessariamente um efeito significativo sobre os adversários ainda são um emprego necessário da força militar. Um exemplo moderno da importância da cooperação durante a competição é o aproveitamento pela Ucrânia das ações de cooperação em resposta à invasão russa em 2022.

Nos primeiros dias da invasão russa na Ucrânia em 2022, as forças ucranianas usaram munição e armas armazenadas para retardar o avanço russo.47 No entanto, à medida que o conflito prosseguia, o apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com armas e munições reforçou a insuficiência de seus estoques nacionais, e as nações ocidentais se tornaram sua “profundidade estratégica”.48 As atividades de cooperação em assuntos de segurança geraram a capacidade industrial para manter operações em larga escala na Ucrânia e aumentaram sua resistência operacional e estratégica.49 Embora não tenham entrado em conflito direto com as forças russas, os países da OTAN continuaram a competir com a Rússia por meio da cooperação em assuntos de segurança com a Ucrânia. Essa cooperação demonstra a importância das coalizões na competição e no conflito, mas a conciliação também é necessária para gerenciar a escalada.

Conciliação

O último mecanismo de competição é a conciliação. Consiste na necessidade de reconhecer as causas do conflito e abordá-las, como demonstrado na intervenção chinesa na Guerra da Coreia. Lawrence Freedman reconheceu que “remover as causas do conflito e da discordância” é um mecanismo eficaz para gerenciar a escalada.50 A ameaça de emprego de força não é o único mecanismo na competição; às vezes, as garantias são mais eficazes ou necessárias para reduzir as tensões com um possível agressor.51 O exame das ações dos EUA que levaram à intervenção chinesa na Guerra da Coreia oferece insights sobre esse mecanismo.

Após o sucesso impressionante do desembarque em Incheon, em setembro de 1950, os líderes estratégicos das forças da Organização das Nações Unidas (ONU) deliberaram sobre a continuação da contraofensiva ao norte do paralelo 38 na Coreia.52 No entanto, essas deliberações ignoraram as crescentes tensões regionais e os sinais da China.53 Nesse caso, a conciliação não consistia em conceder a vitória aos norte-coreanos, mas em reconhecer que a visão da China sobre as ações estadunidenses assemelhava-se a um cerco.54 Por fim, as forças da ONU continuaram as manobras ao norte de Pyongyang e provocaram a intervenção chinesa em outubro de 1950, expandindo a guerra.55 Da intervenção da China extrai-se a lição de que a arte operacional deve reconhecer as causas do conflito, principalmente as tensões tangenciais capazes de transformar a competição regional em conflito. O declínio temporário das hostilidades no início de outubro de 1950 expressou o conflito coreano como uma crise local, mascarando a competição regional mais ampla com a China. Considerações semelhantes são evidentes nas MDO, onde “evitar a escalada global e estratégica” é um componente do problema militar.56

A guerra civil síria personifica as preocupações sobre as MDO do Exército relativamente à escalada. Apesar dos apelos pela mudança de regime, a intervenção estadunidense se concentrou em operações contra o Estado Islâmico e excluiu o uso da força para retirar do poder o Presidente Bashar al-Assad.57 A competição mais ampla entre os atores externos exigiu um certo grau de conciliação para evitar uma escalada regional, especialmente com a Rússia.58 A expansão das opções, mesmo para um adversário, pode maximizar os win-sets [conjuntos de acordos com maiores probabilidades de aceitação] para todas as partes e evitar uma guerra mais ampla.59 As MDO do Exército e a guerra civil síria reforçam a lição da Guerra da Coreia de que a conciliação é um complemento necessário à abordagem cognitiva da arte operacional.

Combinação dos mecanismos de competição

Assim como os mecanismos de derrota ou estabilização, os mecanismos de competição funcionam melhor em combinação, reforçando os efeitos rumo às condições futuras desejadas. Na Coreia, a Operação Paul Bunyan, em 1976, demonstrou como as forças dos EUA gerenciaram uma crise sem escalar para uma guerra mais ampla. Isso destaca o uso deliberado de todos os quatro mecanismos de competição pelo emprego da força militar.

Após o armistício de 1953 entre a Coreia do Norte e as forças da ONU, a zona desmilitarizada ao longo do paralelo 38 foi um foco de hostilidade transfronteiriça entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.60 Uma dessas escaladas ocorreu em agosto de 1976, quando um desentendimento sobre a poda de uma árvore de grande porte perto de Panmunjom, na Área de Segurança Conjunta (Joint Security Area, JSA), terminou com o ataque de soldados norte-coreanos (Exército Popular da Coreia, EPC) ao grupo de trabalho dos EUA e da Coreia do Sul e com a morte de dois oficiais estadunidenses.61 Embora os formuladores de políticas dos EUA não soubessem se o ataque do EPC foi uma escalada deliberada ou uma briga no calor do momento, as tensões na península estavam elevadas após o Team Spirit 76 e outros exercícios liderados pelos EUA, que contaram com caças-bombardeiros com capacidade nuclear.62 Os EUA responderam com a Operação Paul Bunyan, uma demonstração de força em larga escala, juntamente com forças terrestres que cortaram a árvore em Panmunjom; a operação não executou represálias militares contra militares ou instalações do EPC, devido à preocupação com a escalada para uma guerra geral.63 A resposta de Kim Il-Sung à demonstração de força foi notavelmente isenta de retórica. As concessões posteriores da Coreia do Norte às operações da JSA sugeriram que a operação alcançou o efeito pretendido sem se transformar em uma guerra geral.64

Altos funcionários do Departamento de Defesa dos EUA reconheceram a necessidade de retaliar e demonstrar determinação contra a agressão norte-coreana, exercer o comedimento e evitar a escalada para um conflito em larga escala.65 A operação seguinte demonstrou como a combinação dos mecanismos de competição propostos resultou em condições favoráveis para os EUA, sem escalada no contexto mais amplo da Guerra Fria. Enquanto isso, os comandantes nos escalões reconheceram a necessidade de avaliar continuamente a situação e reformular sua abordagem.66

A Operação Paul Bunyan demonstrou uma comunicação estratégica eficaz e uma narrativa coesa por meio de ações táticas durante a operação. Antes da intervenção chinesa em 1950, os EUA dependiam de intermediários para a comunicação diplomática, o que aumentava a probabilidade de erros de interpretação observados nos exemplos anteriores.67 Em 1976, os EUA tinham canais de comunicação diplomáticos e militares com as forças norte-coreanas e canais diplomáticos com a China.68 Como resultado, houve um aumento significativo na comunicação entre elementos adversários. Sob a perspectiva da narrativa, as ações táticas transmitiram mensagens que reforçaram a seriedade da comunicação estratégica. A demonstração de força dos EUA durante a Operação Paul Bunyan foi de múltiplos domínios, executada rapidamente e mostrou-se monumental em comparação com as operações de fronteira anteriores pós-armistício.69 Havia tropas terrestres com uma reserva visível, uma notável presença de poder aéreo em bombardeiros e caças estratégicos, além de uma força-tarefa de navio-aeródromo. Todos esses elementos transmitiram uma narrativa de determinação à Coreia do Norte.70 Ao mesmo tempo, a ausência de ataques militares contra as forças do EPC transmitiu uma mensagem de comedimento. O imediatismo das ações e seu escopo reforçaram a eficácia da coerção militar e, ao mesmo tempo, comunicaram elementos conciliatórios para evitar uma escalada não intencional.

Embora não fossem específicas da Operação Paul Bunyan, as ações dos EUA antes e durante a operação reforçaram a capacidade coercitiva das forças militares na península. Em contraste com os primeiros dias da invasão da Coreia do Norte em 1950, a Coreia do Sul dispunha de carros de combate modernos, e muitos soldados haviam participado de combates no Vietnã.71 Seu exército era uma força terrestre capaz, que representava um elemento dissuasório crível contra a escalada norte-coreana. Além das forças então presentes na península, a Operação Paul Bunyan trouxe uma força de múltiplos domínios que demonstrou uma ameaça significativa e serviu para compelir a Coreia do Norte a fazer concessões na JSA.72 A diferença singular entre a Operação Paul Bunyan e as condições anteriores a 1950 foi o aumento gradual das forças sul-coreanas e a presença contínua dos EUA com forças terrestres modernas e capazes.

A cooperação também desempenhou um papel importante na definição das condições para o sucesso das forças sul-coreanas e estadunidenses durante a Operação Paul Bunyan. As forças militares sul-coreanas em 1976 contrastavam fortemente com as de 1950, com um aumento significativo da capacidade militar, em grande parte devido à cooperação em assuntos de segurança dos EUA. O acesso às forças estadunidenses possibilitou a resposta rápida da Operação Paul Bunyan, e o aumento gradual das forças sul-coreanas aumentou a credibilidade das forças na Zona Desmilitarizada Coreana e seu subsequente valor dissuasório. Cada um desses elementos foi crucial na resposta imediata durante o incidente e na manutenção de uma dissuasão crível durante outros períodos de escalada com a Coreia do Norte. No entanto, embora medidas coercitivas e uma dissuasão crível tenham possibilitado o sucesso da Operação Paul Bunyan, houve medidas conciliatórias que limitaram a escalada da resposta dos EUA.

A Operação Paul Bunyan demonstrou conciliação estratégica e operacional. A détente dos EUA com a Rússia e a reaproximação com a China no início da década de 1970 conciliaram as maiores potências no nível estratégico.73 Também pressionaram a Coreia do Norte e a Coreia do Sul a negociar um acordo.74 O ambiente estratégico de 1950 apresentou um forte contraste com o de 1976. Os esforços dos EUA no cenário diplomático reduziram significativamente a probabilidade de intervenção chinesa ou russa em resposta à Operação Paul Bunyan. Do ponto de vista operacional, o planejamento considerou as “linhas vermelhas” que poderiam ter forçado uma escalada por parte da Coreia do Norte. A operação dos EUA limitou o compromisso militar a uma demonstração de força em vez de ataques a alvos do EPC.75 Considerou-se especificamente como realizar operações coercitivas e, ao mesmo tempo, incluir elementos conciliatórios.

A Operação Paul Bunyan demonstrou como uma abordagem bem-sucedida combina mecanismos de competição. Ao mesmo tempo, os exemplos anteriores destacaram como a dependência excessiva de qualquer capacidade singular ignora as características complexas das relações interestatais observadas nas atuais diretrizes de segurança nacional dos EUA.76 Essa operação combinou diversos elementos dissuasórios tradicionais, como aeronaves com armas nucleares, forças terrestres críveis e presença naval significativa em uma abordagem operacional que utilizou uma estrutura de competição. O efeito cumulativo serviu para comunicar determinação, compelir um adversário e gerenciar a escalada para evitar uma guerra mais ampla.

Conclusão

A comparação da atual abordagem cognitiva da arte operacional com as exigências da NSS, dos conceitos conjuntos e da doutrina do Exército demonstra uma lacuna conceitual. Para preencher essa lacuna, é necessária uma estrutura conceitual na doutrina para mecanismos de competição como comunicação, coerção, conciliação e cooperação. A análise do envolvimento dos EUA na história do conflito entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul demonstra a validade desses mecanismos. Além disso, a Operação Paul Bunyan de 1976 apresenta o potencial de sucesso da combinação de mecanismos de competição em uma abordagem operacional. No todo, esses mecanismos ajustam a abordagem cognitiva do Exército e da força conjunta à arte operacional, permitindo uma disposição mais eficaz das ações táticas para atingir os objetivos estratégicos.

A implicação para a força futura não é que os mecanismos de competição criem outra lista de verificação no planejamento. Em vez disso, os mecanismos preparam os planejadores para pensar fora do espaço de conflito e oferecem uma estrutura coesa para utilizar as forças militares na competição.77 Deixar de moldar o ambiente de competição tem implicações profundas durante crises e conflitos, como demonstrado pela agressão russa à Geórgia, em 2008, e à Ucrânia, em 2014.78 Como alternativa, a aplicação bem-sucedida de mecanismos de competição pode impedir as ações de um agressor, como a maior profundidade estratégica da Ucrânia contra a invasão russa em 2022. Além disso, como aprenderam os EUA após a intervenção chinesa na Coreia, o conflito com um ator pode aumentar a competição com outro. Um ato de equilíbrio semelhante entre os interesses das grandes potências ficou evidente na guerra civil síria. A Operação Paul Bunyan em 1976 demonstrou que a aplicação complementar de mecanismos de competição pode alcançar objetivos estratégicos e, ao mesmo tempo, limitar a escalada, empregando, de forma eficaz, as forças militares abaixo do limiar da guerra. Em cada caso, as ações na competição exigem uma consideração deliberada ao aplicar a arte operacional.


Referências

 

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  8. Ibid., p. 3-19.
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  10. The White House, National Security Strategy, p. 9.
  11. Joint Chiefs of Staff, Joint Concept for Integrated Campaigning, p. v-vi, 14-22.
  12. Ibid., p. 3, 9, 14-16.
  13. Ibid., p. 9, 15-16, 21, 31.
  14. Thomas Schelling, Arms and Influence (London: Yale University Press, 2008), p. 32-34; Michael J. Mazarr, Understanding Deterrence (Santa Monica, CA: RAND Corporation, 2018), p. 11, acesso em 25 nov. 2022, https://www.rand.org/pubs/perspectives/PE295.html. Schelling reconhece a “diplomacia da violência” e o valor coercitivo da força militar abaixo do limiar do conflito armado. Mazarr descreve como as garantias são um componente necessário da dissuasão, além do reconhecimento clássico das ameaças.
  15. Mazarr, Understanding Deterrence, p. 4-5.
  16. Schelling, Arms and Influence, p. 35; Mazarr, Understanding Deterrence, p. 11.
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  18. Michael J. Mazarr et al., Understanding the Emerging Era of International Competition: Theoretical and Historical Perspectives (Washington, DC: RAND Corporation, 2018), p. 3; Brian L. Steed, “Narrative in Culture, Center of Gravity, and the Golden Azimuth”, in Great Power Competition: The Changing Landscape of Global Geopolitics, ed. Mahir J. Ibrahimov (Fort Leavenworth, KS: U.S. Army Command and General Staff College Press, 2020), p. 231; Melanie W. Sisson, James A. Siebens, and Barry M. Blechman, eds., “Coercion in a Competitive World”, in Military Coercion and US Foreign Policy: The Use of Force Short of War (New York: Routledge, 2020), p. 10.
  19. Abbot, Cambridge Introduction to Narrative, p. 13, 95. Abbot descreve as narrativas como a “representação de um evento ou uma série de eventos”, em que a interpretação de uma narrativa se baseia na repetição de temas abstratos e motivos concretos. Como os sinais de intenção são uma forma de narrativa, a repetição deliberada de temas é uma maneira de reforçar essa intenção e reduzir a probabilidade de má interpretação.
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  26. McConville, Army Multi-Domain Transformation, p. 17-18.
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  29. Freedman, Deterrence, p. 110; ADP 3-0, Operations, 2-5; JP 5-0, Joint Planning, p. IV–42. Tanto a ADP 3-0 quanto a JP 5-0 identificam “compelir” como um mecanismo de estabilização, mas tem ainda utilidade como um componente de coerção. A análise de Freedman da teoria da dissuasão reconhece que a coerção inclui medidas para evitar ou mudar o comportamento de um ator.
  30. Freedman, Deterrence, p. 110-11.
  31. Bryan Frederick et al., Understanding the Deterrent Impact of U.S. Overseas Forces (Santa Monica, CA: RAND Corporation, 2020), p. xiii, xiv, xv, acesso em 25 nov. 2022, https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR2533.html; Jacob Aronson et al., “Making Use of History”, in Sisson, Siebens e Blechman, Military Coercion and US Foreign Policy, p. 42-56.
  32. Millett, The War for Korea, p. 12, 46, 49-51.
  33. Ibid., p. 75, 84.
  34. Ibid., p. 35-37, 45-50, 75.
  35. Ibid., p. 51-52, 75.
  36. McConville, Army Multi-Domain Transformation, p. 15-19.
  37. Gubad Ibadoglu, “Why Azerbaijan Won”, Institute for War & Peace Reporting, 17 November 2020, acesso em 25 nov. 2022, https://iwpr.net/global-voices/why-azerbaijan-won; Andrius Bivainis, “Maneuver, Modernization, and the Second Nagorno-Karabakh War”, Air Land Sea Application Center, 1 April 2022, acesso em 28 jan. 2023, https:// https://www.alsa.mil/News/Article/2984680/maneuver-modernization-and-the-second-nagorno-karabakh-war/.
  38. White House, National Security Strategy, p. 11.
  39. Barry Blechman e Stephen Kaplan, Force Without War: U.S. Armed Forces as a Political Instrument (Washington, DC: Brookings Institution, 1978), p. 71-72.
  40. 10 U.S.C. § 301 (2022).
  41. FM 3-0, Operations, p. 4-10 a 4-12.
  42. Samuel Cox, “H-014-1: The Seizure of USS Pueblo (AGER-2) 23 January 1968”, Naval History and Heritage Command, acesso em 21 jan. 2023, https://www.history.navy.mil/about-us/leadership/director/directors-corner/h-grams/h-gram-014/h-014-1.html.
  43. Daniel Bolger, Scenes from an Unfinished War: Low-Intensity Conflict in Korea, 1966–1969, Leavenworth Papers No. 19 (Fort Leavenworth, KS: Combat Studies Institute, 1991), p. 69.
  44. Ibid., p. 69-70.
  45. Ibid., p. 69-72.
  46. Ibid., p. 73-75.
  47. Zabrodskyi et al., Preliminary Lessons in Conventional Warfighting, p. 55-57.
  48. Ibid.
  49. Ibid., p. 1-2, 55-57.
  50. Freedman, Deterrence, p. 57.
  51. Mazarr, Understanding Deterrence, p. 11.
  52. Millett, War for Korea, p. 274-80.
  53. Henry Kissinger, On China (New York: Penguin Books, 2011), p. 137-43.
  54. Ibid., p. 134.
  55. Ibid., p. 143-45.
  56. McConville, Army Multi-Domain Transformation, p. 4.
  57. Alexander Pearson e Lewis Sanders IV, “Syria Conflict: What Do the US, Russia, Turkey and Iran Want?”, Deutsche Welle, 23 January 2019, acesso em 25 nov. 2022, https://www.dw.com/en/syria-conflict-what-do-the-us-russia-turkey-and-iran-want/a-41211604; Jeffrey Feltman e Hrair Balian, “The United States Needs a New Syria Policy”, Order from Chaos (blog), Brookings Institution, 29 January 2021, acesso em 25 nov. 2022, https://www.brookings.edu/blog/order-from-chaos/2021/01/29/the-united-states-needs-a-new-syria-policy/; Alex Bollfrass, “Syria: Stumbling into Stalemate”, in Sisson, Siebens e Blechman, Military Coercion and US Foreign Policy, p. 60-61.
  58. Pearson e Sanders, “Syria Conflict”; Bollfrass, “Syria: Stumbling into Stalemate”, p. 60-61.
  59. Everett Carl Dolman, Pure Strategy: Power and Principle in the Space and Information Age (New York: Routledge, 2005), p. 128.
  60. Oberdorfer, Two Koreas, p. 10-11.
  61. Ibid., p. 74.
  62. Ibid., p. 76-77.
  63. Ibid., p. 77-79.
  64. Ibid., p. 82-83.
  65. Ibid., p. 76-79.
  66. Youngwon Cho, “Method to the Madness of Chairman Kim: The Instrumental Rationality of North Korea’s Pursuit of Nuclear Weapons”, International Journal 69, no. 1 (March 2014): p. 6-7, https://doi.org/10.1177/0020702013518489.
  67. Sydney D. Bailey, The Korean Armistice (New York: St. Martin’s Press, 1992), p. 191.
  68. Oberdorfer, Two Koreas, p. 77, 82.
  69. John K. C. Oh, “South Korea 1976: The Continuing Uncertainties”, Asian Survey 17, no. 1 (January 1977): p. 74-75, https://doi.org/10.2307/2643442.
  70. Oberdorfer, Two Koreas, p. 80-81.
  71. Oh, “South Korea 1976”, p. 75.
  72. Oberdorfer, Two Koreas, p. 81. Oficiais estadunidenses que monitoram as comunicações da linha de frente norte-coreana relataram que a demonstração de força assustou as forças da KPA e “deixou todos […] estupefatos”.
  73. Adrian Buzo, The Making of Modern Korea (London: Routledge, 2017), p. 157-58.
  74. Ibid.
  75. Oberdorfer, Two Koreas, p. 78-79.
  76. White House, National Security Strategy, p. 7-10.
  77. Kahneman, Thinking, Fast and Slow, p. 55-58.
  78. McConville, Army Multi-Domain Transformation, p. 1-2.

 

O Maj Steven Chase, do Exército dos EUA, é um engenheiro designado como oficial de operações do 588o Batalhão de Engenharia de Brigada, 3a Brigada de Combate Blindada, 4a Divisão de Infantaria. Entre suas funções mais recentes, serviu como planejador no Estado-Maior da 4a Divisão de Infantaria, oficial de operações na Subchefia de Engenharia do Estado-Maior do Exército dos EUA-Europa e comandante da Companhia de Comando no 2o Batalhão, 8o Regimento de Cavalaria. É bacharel em Engenharia Mecânica pela University of South Carolina, mestre em Gerenciamento de Engenharia pela Missouri University of Science and Technology e mestre em Operações Militares pela U.S. Army School of Advanced Military Studies.

 

Book Cover

A Estratégia de Segurança Nacional (National Security Strategy, NSS) é um relatório exigido pela Seção 603 da Lei Goldwater-Nichols de Reorganização do Departamento de Defesa de 1986 (Pub. L. 99-433). A NSS tem sido emitida anualmente desde 1987, mas frequentemente os relatórios não chegam ou chegam com atraso. A NSS deve ser enviada pelo Presidente ao Congresso a fim de comunicar a visão de segurança nacional do Poder Executivo ao Poder Legislativo. A NSS possibilita um debate sobre os usos propostos de todas as facetas do poder dos EUA necessárias para atingir os objetivos de segurança da nação. O relatório deve incluir obrigatoriamente uma análise dos interesses, compromissos, objetivos e políticas internacionais dos EUA, juntamente com as capacidades de defesa necessárias para dissuadir ameaças e implementar os planos de segurança do país.

Para ler o relatório, acesse https://www.whitehouse.gov/wp-content/uploads/2022/10/Biden-Harris-Administrations-National-Security-Strategy-10.2022.pdf.

 

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Julho-Dezembro 2023